FACISA 2019/2
55 Questões
Leia o trecho abaixo para responder à questão.
Esta Ilha de Maré, ou de alegria,
Que é termo da Bahia
Tem quase tudo quanto o Brasil todo,
Que de todo o Brasil é breve apodo;
E se algum tempo Citereia a achara,
Por esta sua Chipre desprezara,
Porém tem com Maria verdadeira
Outra Vênus melhor por padroeira.
(Trecho final de “À Ilha de Maré”, de 1705, de Botelho de Oliveira)
Tendo como referência o excerto acima, pode-se dizer que
I. o poeta se utiliza da Ilha de Maré, lugar fictício, para falar dos problemas do Brasil.
II. o poeta coloca Vênus como sendo superior a Maria, mãe de Jesus, já que os escritores clássicos retomavam a cultura da Antiguidade greco-romana.
III. sendo um texto barroco, é comum a utilização de figuras da mitologia greco-romana (a exemplo de Vênus) juntamente com figuras do cristianismo (como Maria).
Está correto o que se afirma
Leia o trecho abaixo para responder à questão.
Esta Ilha de Maré, ou de alegria,
Que é termo da Bahia
Tem quase tudo quanto o Brasil todo,
Que de todo o Brasil é breve apodo;
E se algum tempo Citereia a achara,
Por esta sua Chipre desprezara,
Porém tem com Maria verdadeira
Outra Vênus melhor por padroeira.
(Trecho final de “À Ilha de Maré”, de 1705, de Botelho de Oliveira)
Em “Porém tem com Maria verdadeira / Outra Vênus melhor por padroeira”, temos, do ponto de vista gramatical, dentre outras funções:
Leia o trecho do poema abaixo para responder à questão.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(Trecho inicial de “Marília de Dirceu”, de 1792, de Tomás Antônio Gonzaga)
A partir do trecho do poema, pode-se compreender que
I. a voz que fala é de uma mulher, Marília, consoante a estética das cantigas de amigo.
II. os elementos naturais citados são bucólicos, traço comum no Arcadismo.
III. Dirceu, pseudônimo árcade do autor, inicia o poema pintando a si mesmo como pastor.
Está correto o que se afirma
Leia o trecho do poema abaixo para responder à questão.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(Trecho inicial de “Marília de Dirceu”, de 1792, de Tomás Antônio Gonzaga)
A inversão, figura muito usada pela estética poética, está presente em todos os itens da alternativa
– Meus olhos são garços, são cor das safiras,
– Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
– Imitam as nuvens de um céu anilado,
– As cores imitam das vagas do mar!
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
“Teus olhos são garços”,
Responde anojado, “mas és Marabá:
“Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
“Uns olhos fulgentes,
“Bem pretos, retintos, não cor d'anajá!
(Trecho do poema “Marabá”, de 1851, de Gonçalves Dias)
Sabendo que “Marabá” é a filha de índia com português, podese compreender, a partir do trecho acima, que
I. a voz feminina revela que, tendo traços europeus, não é aceita pelos índios, embora seja bela.
II. sendo os olhos estrangeiros azuis e os nativos pretos, os guerreiros preferem a beleza estrangeira.
III. o poema apresenta característica indianista, pois o nativo brasileiro é ponto central do texto.
Está correto o que se afirma
Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam: mas, ao sentirem passos, voaram e pousando não muito longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura: e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...
[...]
– Acaso, já tem a senhora amado!...
– Eu?!...e o senhor?
– Comecei a amar há poucos dias.
[...]
– Eu não perguntei a quem o senhor amava.
[...]
– É a senhora.
D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes
pôde perguntar, forcejando um sorriso:
– Por quantos dias?
– Oh! Para sempre!...
(Trecho do romance “A Moreninha”, de 1844, de Joaquim Manuel de Macedo)
No trecho acima, embora entrecortado, Augusto revela seu amor por Carolina. A partir dele, pode-se dizer que
I. o fato de Augusto conhecer Carolina há poucos dias e não só já amá-la, mas também “Para sempre!”, é típico do exagero romântico.
II. as rolinhas, metaforizando as personagens e simbolizando o amor, aparecem como elementos da natureza, que era cultuada pelos românticos.
III. o romance de Macedo nada tem de romantismo brasileiro, pois não exalta o índio nem o negro, tendo como personagens apenas descendentes de portugueses como Augusto e Carolina.
Está correto o que se afirma