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55 Questões
CANÇÃO
Cecília Meireles
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Disponível em: http://www.veracanhoni.com/poesia-cecilia-meireles-cancao-para-sonho-naufragar/. Acesso em: 25 mar. 2020.
A leitura do poema permite observar que o sonho é enxergado como aquilo de que o eu lírico abre mão. Eis a atmosfera básica do poema.
Como se a vida somente aceitasse em plenitude o gesto definitivo de ascese, em que o eu lírico
Leia os textos I e II para responder à questão a seguir.
TEXTO I
Vivamente empenhado em reduzir o deficit de caixa do Tesouro (...), o governo tem se preocupado com o problema de redução dos gastos do “erário”.
Diário de Pernambuco
TEXTO II
Existem evidências de que os sapos habitam a terra desde o período jurássico. Mas, ao contrário dos dinossauros, a mais imponente estirpe de 200 milhões de anos atrás, os “anfíbios” sempre foram considerados párias do reino animal.
Época
A substituição de uma unidade lexical por outra é um recurso coesivo pelo qual se promove a ligação entre dois elementos textuais. Implica, pois, como o próprio nome indica, o uso de uma palavra no lugar de outra que lhe seja textualmente equivalente. Observe as palavras “erário”, destacada no Texto I, e “anfíbios”, destacada no Texto II, as quais são usadas para substituírem outras palavras nos respectivos textos.
Esse processo de substituição ocorre respectivamente, nos textos I e II, por
Leia estes textos para responder à questão a seguir.
TEXTO
A VIDA É UMA SÓ
a vida é uma vida só
a vida é uma ávida
a vida é uma ave
a vida é uma
a vida é
só
Geraldo Carneiro. In; Maria Amélia Mello, org. Poesia sempre. Rio de Janeiro: J. Olympio,203. p. 54.
TEXTO
Quadrinhos: s.m.pl. Narração de uma história por meio de desenhos e legendas dispostos numa série de quadros; história em quadrinhos.
Celso Pedro Luft. Minidicionário Luft. 9 ed. São Paulo: Ática/Scipione,s.d. p.51.
Para a maior parte dos falantes, o uso da linguagem se dá de modo automático. Por isso, raramente se percebe que o modo como se organiza a linguagem está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela, isto é, à intenção do locutor.
Nesse sentido, a leitura dos textos permite observar a presença, respectivamente, das seguintes funções da linguagem:
Leia este trecho do poema Oração do Milho, de Cora Coralina.
Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das
lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e hastes, e se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou
Entre as figuras de linguagens presentes nesse poema de Cora Coralina, ocorre a predominância de uma delas a partir da observação do título e da condição assumida pelo eu lírico para dirigir-se ao Criador.
Essa figura de linguagem também está presente no seguinte trecho:
Na elaboração do texto da propaganda, o autor utilizou a