UESB 2019 1° Dia
50 Questões
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Quanto à sequência argumentativa do texto, está correto o que se afirma em
I. Em seu primeiro momento, o texto tenta demonstrar que, apesar dos benefícios da ciência e da tecnologia, eles não atingem grandes parcelas da população, já que alcançam principalmente os poderosos, as elites ou classes dominantes.
II. O texto se inicia com a apresentação de argumentos que visam a demonstrar que a ciência e a tecnologia precisam ser vistas numa outra perspectiva, com realce para seus aspectos majoritariamente positivos.
III. Há um segundo momento no texto em que o autor enfatiza a necessidade de mudança de perspectiva na avaliação do papel da ciência e da tecnologia, de modo a buscar formas de torná-las menos excludentes.
IV. No final do texto, são apresentados argumentos a favor da criação de um movimento denominado Ciência, Tecnologia e Sociedade, o qual poderá contribuir para a superação dos atuais problemas enfrentados pela educação, especialmente aqueles relativos à alfabetização.
V. O texto se encerra com a proposição de se inserir, no contexto educacional, a educação CTS, para instrumentalizar os cidadãos com os conhecimentos necessários à tomada de decisões responsáveis e acertadas sobre questões que ameaçam o bem-estar e o meio ambiente.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Sobre o tipo de texto e a forma como o autor o constrói, é correto afirmar:
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam uma afirmação compatível com o que é posto no texto a respeito do desenvolvimento científico e tecnológico:
( ) Os avanços da ciência e da tecnologia dependem do desenvolvimento da educação para que seus benefícios atinjam as camadas sociais menos privilegiadas.
( ) O desenvolvimento científico e tecnológico não tem atendido às necessidades básicas da população, pois não tem visado à promoção humana, embora seus riscos sejam cada vez mais perceptíveis.
( ) Com o avanço da ciência e da tecnologia, os desníveis sociais têm se acentuado, em função de seu uso ser voltado para a obtenção de lucros de segmentos que detêm o poder político e econômico.
( ) A má distribuição dos benefícios decorrentes do avanço científico e tecnológico se deve às características do sistema capitalista, que estimula os lucros, promovendo enriquecimento para poucos e pobreza para muitos.
( ) O crescimento acelerado das inovações científicas e tecnológicas constitui uma promessa de que, em futuro próximo, seus benefícios atingirão igualmente todas as pessoas, sem distinções de classe social.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam uma afirmação correta sobre o trecho destacado do texto.
( ) “Apesar de” (l. 1), e “embora” (l. 5), no contexto em que se encontram, pertencem ao mesmo campo semântico.
( ) “as prioridades dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser revistas” (l. 14-16) , o verbo ter seguido da preposição de enfatiza o sentido de obrigação, necessidade ou dever.
( ) Em “o que, efetivamente, não ocorre.” (l. 17-18) – O advérbio destacado reforça o caráter negativo da oração.
( ) Em “o que exige esforços crescentes na tentativa de revertê-las.” (l. 23-24) – O pronome oblíquo destacado se refere a “inovações” (l. 21).
( ) Em “O avanço científico deve, pois, ser encorajado a florescer” (l. 42-43) – O conectivo destacado introduz uma ideia de consequência.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam o sentido, no texto, das palavras destacadas.
( ) “assimetrias” (l. 21) – semelhanças entre duas ou mais situações ou fenômenos, paralelismos.
( ) “critério” (l. 36) – parâmetro de avaliação.
( ) “radical” (l. 38) – extremista, esquerdista, opositor.
( ) “monopólio” (l. 41) – exclusividade, direito ou posse exclusiva.
( ) “harmônico” (l. 57) – em que inexistem conflitos ou contradições.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
“Assim, para que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia seja menos excludente, é necessário considerar os reais problemas da população, os riscos técnico-produtivos e a mudança social.” (l. 46-49)
Há uma afirmação correta sobre esse período em
I. Trata-se de um período composto por subordinação com três orações.
II. São núcleos do sujeito da primeira oração: “ciência” e “tecnologia”.
III. A expressão “é necessário” tem um sujeito oracional.
IV. Os verbos desse período estão todos no modo indicativo.
V. As expressões “os reais problemas da população” e “a mudança social” têm a mesma função sintática, na mesma oração.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a