EBMSP 2017/2 Medicina
50 Questões
O que temos de mais humano são as emoções, os valores, os sentimentos. A evolução tecnológica e os diagnósticos mais precisos são ferramentas importantes para os médicos, mas o fundamental é algo imaterial, capaz de fazer tudo ficar melhor. O médico é, antes de tudo, um especialista em pessoas, por isso a compreensão, o toque e o olhar entre ele e o paciente são essenciais para uma relação mais humanitária e uma medicina mais eficiente.
A análise da relação entre os elementos verbais e não verbais dessa campanha institucional permite afirmar que
O que temos de mais humano são as emoções, os valores, os sentimentos. A evolução tecnológica e os diagnósticos mais precisos são ferramentas importantes para os médicos, mas o fundamental é algo imaterial, capaz de fazer tudo ficar melhor. O médico é, antes de tudo, um especialista em pessoas, por isso a compreensão, o toque e o olhar entre ele e o paciente são essenciais para uma relação mais humanitária e uma medicina mais eficiente.
NADA SUBSTITUI o olhar, o toque, a conversa. O calor humano também cura. Disponível em: http://www.cremesp.org.br. Acesso em: fev. 2017. Adaptado.
A análise dos aspectos coesivos que dão progressão e sentido às ideias desenvolvidas no texto está correta em
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
[...]
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
[...]
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,
[...]
tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.
Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,
[...]
baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.
A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,
se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mão pensas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Máquina do Mundo. Disponível em: <http://www.revistabula. com/254-os-10-maiores-poemas-dos-ultimos-200-anos/>. Acesso em: fev. 2017.
Os versos de Carlos Drummond de Andrade revelam as reflexões do eu lírico durante a sua jornada existencial, o qual, ao se deparar com a máquina do mundo, resolve
A inventividade das empresas farmacêuticas reduz-se ao controle e direcionamento da autoridade e da força persuasória da preocupação com a saúde no sentido de uma busca cada vez mais intensa de aptidão física e de autoconfiança – luta que nós, consumidores numa sociedade de consumidores, fomos impelidos, persuadidos e treinados a travar. Já se tornou parte de nossa filosofia de vida – ou melhor, de nosso senso comum – que acatar a via para melhorar a aptidão física e ter mais autoconfiança passa pelo estudo atento das novas peças publicitárias e termina nas lojas. Integrando nosso senso comum, isto é, fazendo parte da lista de coisas que “todo mundo sabe”, “todo mundo aceita” e “todo mundo faz”, esses truísmos se converteram no mais importante e inesgotável recurso das empresas em sua luta por lucros cada vez maiores.
BAUMAN, Zygmunt. Remédios e Doenças. In: 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 94.
Infere-se do discurso de Zygmunt Bauman que a saúde, na contemporaneidade,
Em dezembro de 1917, o centro de São Paulo abrigou uma pequena exposição individual de uma jovem pintora, que mostrava pela primeira vez o resultado de seus anos de estudo na Europa e nos Estados Unidos. Há 100 anos, Anita Malfatti (1889-1964) abalava as estruturas do academicismo nas artes plásticas nacionais e dava o primeiro passo em direção ao Modernismo e à Semana de Arte Moderna, que viria a ocorrer em 1922.
A primeira mostra de arte reconhecidamente modernista realizada no país suscitou todo tipo de reação, do assombro ao deslumbramento, da indignação ao entusiasmo. Enquanto o escritor Mário de Andrade gargalhava de alegria ao ver as obras, Monteiro Lobato publicava o famoso texto em que o criador da boneca Emília teceu severas críticas ao trabalho da artista, fazendo, inclusive, com que cinco obras compradas fossem devolvidas. No entanto, passado um século, o que ficou do vigor artístico da obra daquela pintora tímida e até um pouco reclusa?
DUARTE, Maurício. Anita Malfatti, 100 anos depois. Disponível em: <http://www.livrariacultura.com.br/ revistadacultura>. Acesso em: fev. 2017.
De acordo com o texto e o contexto da Primeira Geração Modernista no Brasil, é correto afirmar que Anita Malfatti
Para um professor de Medicina, como é o meu caso, trazer o médico de volta ao que realmente importa – o paciente – é um desafio diário. Mas o cinema tem-se mostrado um recurso eficaz para promover essa reflexão. Lembro-me de uma ocasião, em um congresso de universitários, quando projetávamos a cena da batalha em O Último Samurai. Aqueles homens medievais, valentes, enfrentam as modernas metralhadoras, com a coragem e a espada. A atitude de servir e chegar até o fim, que parece ser a motivação dos samurais, arranca do inimigo o reconhecimento, a veneração e até a vitória moral. Quando acabou a conferência e os comentários das cenas, antes de sair, um aluno veio até a frente, me segurou pelo braço e me disse com os olhos brilhando: “Professor, eu quero ser um samurai!”.
O cinema é também um modo de entender, de exprimir aquilo que a racionalidade levaria muito tempo para explicitar, e acabaria resultando até enfadonho. Vale esclarecer que a educação através da estética, que atinge as emoções e a sensibilidade, não é uma tentativa de apoiar a educação do jovem na emotividade. Trata-se de suscitar uma reflexão sobre valores e atitudes. É possível incorporar um conhecimento técnico ou mesmo treinar uma habilidade sem refletir sobre eles; mas é impossível adquirir valores, progredir em virtudes, incorporar atitudes, sem um prévio processo de reflexão. Esse processo requer tato, habilidade, evitar precipitações, promovendo um aprendizado que respeite, de alguma maneira, o ritmo quase fisiológico da emotividade. Não se pode obrigar a ninguém a sentir o que não sente. Pode-se simplesmente mostrar, e o tempo e a reflexão sobre as emoções se encarregarão de aprimorar o paladar afetivo.
BLASCO, Pablo González. A sétima arte e humanização da Medicina. Disponível em: . Acesso em: fev. 2017. Adaptado.
Para o articulista, a formação do futuro médico através da estética tem como objetivo