UFPA 2014/1
60 Questões
Quem conta um conto...
Eu compreendo que um homem goste de ver brigar galos ou de tomar rapé. O rapé dizem os otimistas que alivia o cérebro. A briga de galos é o jóquei-clube dos pobres. O que eu não compreendo é o gosto de dar notícias.
E todavia quantas pessoas não conhecerá o leitor com essa singular vocação? O noveleiro não é tipo muito vulgar, mas também não é muito raro. Há família numerosa deles. Alguns são mais peritos e originais que outros. Não é noveleiro quem quer. É ofício que exige certas qualidades de bom cunho, quero dizer as mesmas que se exigem do homem de Estado. O noveleiro deve saber quando lhe convém dar uma notícia abruptamente, ou quando o efeito lhe pede certos preparativos: deve esperar a ocasião e adaptar-lhe os meios.
Não compreendo, como disse, o ofício de noveleiro. É coisa muito natural que um homem diga o que sabe a respeito de algum objeto; mas que tire satisfação disso, lá me custa a entender. Mais de uma vez tenho querido fazer indagações a este respeito; mas a certeza de que nenhum noveleiro confessa que o é, tem impedido a realização deste meu desejo. Não é só desejo, é também necessidade; ganha-se sempre em conhecer os caprichos do espírito humano.
ASSIS, Machado. Quem conta um conto... In: RAMOS, Ricardo (org.) A palavra é... Humor. São Paulo: Editora Scipione, 1989. p. 08 – 28. (trecho).
O trecho do texto de Machado de Assis fala de uma figura muito comum em sua época: o noveleiro.
De acordo com o texto, a palavra noveleiro se refere a uma pessoa que
Quem conta um conto...
Eu compreendo que um homem goste de ver brigar galos ou de tomar rapé. O rapé dizem os otimistas que alivia o cérebro. A briga de galos é o jóquei-clube dos pobres. O que eu não compreendo é o gosto de dar notícias.
E todavia quantas pessoas não conhecerá o leitor com essa singular vocação? O noveleiro não é tipo muito vulgar, mas também não é muito raro. Há família numerosa deles. Alguns são mais peritos e originais que outros. Não é noveleiro quem quer. É ofício que exige certas qualidades de bom cunho, quero dizer as mesmas que se exigem do homem de Estado. O noveleiro deve saber quando lhe convém dar uma notícia abruptamente, ou quando o efeito lhe pede certos preparativos: deve esperar a ocasião e adaptar-lhe os meios.
Não compreendo, como disse, o ofício de noveleiro. É coisa muito natural que um homem diga o que sabe a respeito de algum objeto; mas que tire satisfação disso, lá me custa a entender. Mais de uma vez tenho querido fazer indagações a este respeito; mas a certeza de que nenhum noveleiro confessa que o é, tem impedido a realização deste meu desejo. Não é só desejo, é também necessidade; ganha-se sempre em conhecer os caprichos do espírito humano.
ASSIS, Machado. Quem conta um conto... In: RAMOS, Ricardo (org.) A palavra é... Humor. São Paulo: Editora Scipione, 1989. p. 08 – 28. (trecho).
De acordo com o texto, o ofício de noveleiro exige certas qualidades, pois não se trata apenas de narrar um fato, dar uma notícia. É preciso saber "esperar a ocasião e adaptar-lhes os meios". Assim sendo, assinale entre as alternativas abaixo aquela que melhor resume a relação de sentido que há entre a descrição do ofício de noveleiro e o título do texto.
Porque sei, não sei porquê. No mundo informatizado, com as informações nos chegando em tempo real, numa incrível velocidade e num incomensurável volume, a gente fica sabendo de cada besteira, toma conhecimento de forma bombardeada de futricas, fofocas, diz-que-diz, ti-ti-ti, notícias normalmente desinteressantes, mas que despertam a nossa curiosidade e faz com que o leitor/internauta pare, leia, memorize e até comente. É essa força da comunicação que misteriosamente nos atrai, como um efeito gravitacional, e nos faz girar em torno da onda com uma certa dose de basbaquice. Procurando me informar via internet, como em jornais, revistas e TV, vejo um monte de manchetinhas falando da vida das pessoas públicas e não resisto em acessar, ler, ver ou ouvir. É nesse contexto que tenho conhecimento do que dizem, do que fazem, do que pensam os artistas (atores, cantores, modelos, badaladores e badalados em geral), os jogadores de futebol, como políticos e empresários em seu lado privado.
ALENCAR, José Virgolino de. Crônica sobre fofoca. disponível em http://virgulinoalencar.wordpress.com/2007/10/08/cronica-sobre- fofoca acessado em 05 de janeiro de 2014.(trecho).
Um texto carrega consigo marcas de sua época. Podemos constatar esse fato tanto no texto de Machado de Assis, como no texto de Alencar.
Em relação a isso, é correto afirmar:
Porque sei, não sei porquê.
No mundo informatizado, com as informações nos chegando em tempo real, numa incrível velocidade e num incomensurável volume, a gente fica sabendo de cada besteira, toma conhecimento de forma bombardeada de futricas, fofocas, diz-que-diz, ti-ti-ti, notícias normalmente desinteressantes, mas que despertam a nossa curiosidade e faz com que o leitor/internauta pare, leia, memorize e até comente. É essa força da comunicação que misteriosamente nos atrai, como um efeito gravitacional, e nos faz girar em torno da onda com uma certa dose de basbaquice. Procurando me informar via internet, como em jornais, revistas e TV, vejo um monte de manchetinhas falando da vida das pessoas públicas e não resisto em acessar, ler, ver ou ouvir. É nesse contexto que tenho conhecimento do que dizem, do que fazem, do que pensam os artistas (atores, cantores, modelos, badaladores e badalados em geral), os jogadores de futebol, como políticos e empresários em seu lado privado.
ALENCAR, José Virgolino de. Crônica sobre fofoca. disponível em http://virgulinoalencar.wordpress.com/2007/10/08/cronica-sobre- fofoca acessado em 05 de janeiro de 2014.(trecho).
Os textos de Machado de Assis e Alencar tratam de um assunto em comum, embora sob enfoque diferente. O assunto em questão é
Por meio da linguagem verbal e não verbal, o texto acima constrói a ideia de que o telefone
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