Francisca Dantas Mendes, professora do curso de Têxtil e Moda na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa Sustentabilidade na Cadeia Têxtil, explica que o Fast Fashion é um modelo em que os produtos são produzidos, consumidos e literalmente descartados em um curto período de tempo, tanto pela má qualidade das roupas quanto pelas constantes mudanças de tendências de moda. [...] Do ponto de vista social, “como não há garantia de volume de produção de roupas, as empresas prestadoras desse tipo de serviço mantêm um número reduzido de funcionários contratados e, quando a demanda pela produção aumenta, ocorre a quarteirização e até a quinteirização do serviço, sendo que, nestes dois últimos casos, o processo ocorre de forma informal e com preços ainda mais reduzidos”, explica a professora. Nesse ambiente de exploração do trabalho, a mão de obra análoga à escravidão prolifera.
ZANFER, Gustavo. O modelo Fast Fashion de produção de vestuário causa danos ambientais e trabalho escravo. Disponível em: https://jornal.usp.br/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento adaptado).
A melhoria das condições de trabalho nesta situação necessita do(a)
Achille Mbembe, em Crítica da razão negra, desenvolve uma crítica ao projeto europeu de governo e conhecimento que subalternizou os povos negros, constituindo a raça como motivo de segregação e promovendo crimes e massacres ainda presentes nas sociedades ocidentais.
Estamos condenados a viver não apenas com o que produzimos, mas também com o que herdamos. Tendo em vista que não saímos inteiramente de uma mentalidade dominada ainda pela ideia da seleção entre diferentes tipos de humanos, será preciso trabalhar com e contra o passado, de tal maneira que este possa se abrir a um futuro a ser compartilhado com igual dignidade por todos. A questão da produção, a partir da crítica do passado, de um futuro indissociável de uma certa ideia de justiça, da dignidade e do em comum, eis o caminho.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2013. p. 306. (Fragmento)
A partir do trecho acima, marque a alternativa correta.
A política de cotas faz parte das chamadas ações afirmativas, criadas com o intuito de reparar/compensar desigualdades sociais históricas e discriminações sofridas por uma parcela da população, sejam relativas à etnia, gênero ou classe social, entre outras questões.
PINHEIRO, Carina Lilian Fernandes; SOARES, Maria de Lourdes. A lei de cotas por um fio. O retrocesso social atual. Revista da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 18, n. 45, p. 196-210, 1º Semestre de 2020. (Fragmento)
Sobre a política de cotas, assinale a alternativa INCORRETA.
Há pouco mais de uma semana, quando a varejista Amazon foi acusada de fazer com que seus funcionários trabalhassem em horários excessivos a ponto de terem de urinar em garrafas plásticas, a companhia do homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, afirmou que, “se isso fosse verdade, ninguém trabalharia conosco”. [...]. Nesta sexta-feira (2), no entanto, a Amazon voltou atrás e pediu desculpas [...] e acabou admitindo que sim, alguns funcionários não têm tempo de ir ao banheiro e acabam urinando em garrafas de água.
VITORIO, Tamires. Com horários de trabalho excessivos, funcionários da Amazon urinam em garrafas. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento adaptado).
A notícia de que uma das principais empresas varejistas contemporâneas admitiu que uma parte de seus funcionários trabalha em condições precárias é um testemunho de como
Tenho 260 escolas em comunidades. Eles querem ser advogados, professores, médicos. Eu acho correto. Eles [indígenas] têm que se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho. Eles têm que estar lá com condição, com estrada, escola, posto de saúde, fazendo agricultura deles, produzindo macaxeira, farinha.
ANDRADE, Mariana. Denarium entra na mira do MPF após declaração sobre povo Yanomami. Disponível em: https://www.metropoles.com/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento).
Adotando o ponto de vista da Antropologia, a afirmação acima, dada pelo governador de Roraima, Antonio Denarium, revela a
Os estudos feministas sobre a violência de gênero consideram, em especial, como um dos pilares da violência contra a mulher, o patriarcado e, de modo correlato, a posição de dominação simbólica masculina. Contudo, reconhecem que há outros elementos que compõem a dinâmica da violência. Dessa forma, o patriarcado e a dominação masculina, se tomados isoladamente, seriam causas insuficientes para se explicar a violência contra a mulher. Apesar das fragilidades que ambos os conceitos apresentam na sociedade contemporânea, bem como das críticas que lhes são atribuídas, ainda assim trazem consigo significados e desdobramentos importantes para que se possa compreender a manutenção dos ordenamentos familiares, uma vez que não está rompida a máxima: “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Se a luta do movimento feminista torna pública a violência sofrida pelas mulheres, no sentido de reconhecê-la como problema que envolve a sociedade em geral, o poder familiar ainda a silencia.
BANDEIRA, Lourdes Maria. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Revista Sociedade e Estado, v. 29, n. 2, Maio/Agosto, 2014. (Fragmento).
Conforme o texto, a violência de gênero envolve