Poucos crimes na era contemporânea foram tão documentados quanto o Holocausto. O assassinato em massa de judeus por nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi registrado em telegramas, ofícios, cartas, ordens de execução, fotografias, plantas de construção de campos de extermínio, atas, entre outros itens que, hoje, estão em arquivos, bibliotecas e centros de documentação espalhados mundo afora. A documentação do Holocausto também é composta por uma infinidade de testemunhos de sobreviventes e por consistentes pesquisas desenvolvidas por historiadores. Todo esse conhecimento tem servido, há décadas, de base para livros, artigos, documentários, reportagens, exposições, filmes, peças de teatro e tantos outros produtos culturais que ajudam a compreender o genocídio. Apesar da enorme materialidade do Holocausto e de seu lugar no imaginário social, há, hoje, indivíduos e organizações que negam, na totalidade ou em parte, o Holocausto. São os chamados negacionistas. No caso da extrema-direita, negar o Holocausto não é apenas um discurso de ódio aos judeus, mas também de uma agenda de reabilitação dos fascismos nos planos político e partidário. Por fim, a negação do Holocausto é a negação da própria História, uma vez que essa negação opera no nível do silenciamento da memória e do fazer dos historiadores. Por isso, historiadores e outras pessoas que se importam com os usos políticos do passado estão tão preocupados com esse fenômeno.
Bruno Leal de Carvalho. Para entender o negacionismo do Holocausto. In: Ciência Hoje, 2020. Internet: cienciahoje.org.br/ (com adaptações).
Considerando o texto precedente e os vários aspectos a ele relacionados, julgue o item a seguir.
O negacionismo é um fenômeno ideológico que, para além do Holocausto, também produz discursos perniciosos sobre o meio ambiente, as ditaduras, a escravidão e a vacinação.
Na cidade de Johanesburgo, um modelo de segregacionismo urbano já existente no início do século XX, ainda durante os anos coloniais, foi aperfeiçoado após a independência. O bairro de Soweto, projetado para realocar trabalhadores africanos negros residentes nas áreas centrais, resulta de um longo processo que teve influência tanto do colonialismo britânico quanto das políticas segregacionistas nas décadas de 50 e 60 do século passado. No mesmo período, observamos no Brasil o fenômeno da expansão urbana na região Centro-Oeste, com a transferência da nova capital. A construção de Brasília estimulou um fluxo migratório e mobilizou famílias nordestinas, pretas e pardas, em torno dos trabalhos na área da construção civil. A princípio, não existia um planejamento para a fixação desses homens e dessas mulheres na nova capital, e os reajustes no projeto urbano foram surgindo a partir das políticas de realocação dos assentamentos que se formavam na região central de Brasília. Nesse contexto nasceu a cidade de Ceilândia, fruto da remoção, em 1971, de residentes da Vila do IAPI. Seu nome tem origem na sigla da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI). Mas, de que forma Soweto e Ceilândia se relacionam com as ideias de biopolítica e necropolítica? Vemos que o histórico dessas cidades, apesar de suas especificidades, está intimamente ligado às políticas de remoção e “limpeza racial” dos centros urbanos promovidos pelo Estado entre os anos 50 e 70 do século passado.
Guilherme Oliveira Lemos. De Soweto à Ceilândia: siglas de segregação racial. Paranoá (UnB), v. 1, p. 102-14, 2017 (com adaptações)
Considerando o texto e as imagens precedentes, julgue o item
A criação de Ceilândia, no Distrito Federal, ocorreu durante o regime militar (1964-1985), período marcado pelo autoritarismo, por repressões políticas e ideológicas e pelo aumento das desigualdades econômicas.
Na cidade de Johanesburgo, um modelo de segregacionismo urbano já existente no início do século XX, ainda durante os anos coloniais, foi aperfeiçoado após a independência. O bairro de Soweto, projetado para realocar trabalhadores africanos negros residentes nas áreas centrais, resulta de um longo processo que teve influência tanto do colonialismo britânico quanto das políticas segregacionistas nas décadas de 50 e 60 do século passado. No mesmo período, observamos no Brasil o fenômeno da expansão urbana na região Centro-Oeste, com a transferência da nova capital. A construção de Brasília estimulou um fluxo migratório e mobilizou famílias nordestinas, pretas e pardas, em torno dos trabalhos na área da construção civil. A princípio, não existia um planejamento para a fixação desses homens e dessas mulheres na nova capital, e os reajustes no projeto urbano foram surgindo a partir das políticas de realocação dos assentamentos que se formavam na região central de Brasília. Nesse contexto nasceu a cidade de Ceilândia, fruto da remoção, em 1971, de residentes da Vila do IAPI. Seu nome tem origem na sigla da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI). Mas, de que forma Soweto e Ceilândia se relacionam com as ideias de biopolítica e necropolítica? Vemos que o histórico dessas cidades, apesar de suas especificidades, está intimamente ligado às políticas de remoção e “limpeza racial” dos centros urbanos promovidos pelo Estado entre os anos 50 e 70 do século passado.
Guilherme Oliveira Lemos. De Soweto à Ceilândia: siglas de segregação racial. Paranoá (UnB), v. 1, p. 102-14, 2017 (com adaptações)
Considerando o texto e as imagens precedentes, julgue o item
As construções de Soweto, na África do Sul, e de Ceilândia, no Distrito Federal, refletem as influências das teorias racistas e eugênicas sobre o planejamento urbano e as políticas públicas no século XX, marcas comuns ao apartheid sul-africano e ao racismo estrutural brasileiro.
Na cidade de Johanesburgo, um modelo de segregacionismo urbano já existente no início do século XX, ainda durante os anos coloniais, foi aperfeiçoado após a independência. O bairro de Soweto, projetado para realocar trabalhadores africanos negros residentes nas áreas centrais, resulta de um longo processo que teve influência tanto do colonialismo britânico quanto das políticas segregacionistas nas décadas de 50 e 60 do século passado. No mesmo período, observamos no Brasil o fenômeno da expansão urbana na região Centro-Oeste, com a transferência da nova capital. A construção de Brasília estimulou um fluxo migratório e mobilizou famílias nordestinas, pretas e pardas, em torno dos trabalhos na área da construção civil. A princípio, não existia um planejamento para a fixação desses homens e dessas mulheres na nova capital, e os reajustes no projeto urbano foram surgindo a partir das políticas de realocação dos assentamentos que se formavam na região central de Brasília. Nesse contexto nasceu a cidade de Ceilândia, fruto da remoção, em 1971, de residentes da Vila do IAPI. Seu nome tem origem na sigla da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI). Mas, de que forma Soweto e Ceilândia se relacionam com as ideias de biopolítica e necropolítica? Vemos que o histórico dessas cidades, apesar de suas especificidades, está intimamente ligado às políticas de remoção e “limpeza racial” dos centros urbanos promovidos pelo Estado entre os anos 50 e 70 do século passado.
Guilherme Oliveira Lemos. De Soweto à Ceilândia: siglas de segregação racial. Paranoá (UnB), v. 1, p. 102-14, 2017 (com adaptações)
Considerando o texto e as imagens precedentes, julgue o item
Assinale a opção que apresenta uma proposta de intervenção social eticamente justificada e capaz de considerar a diversidade cultural como inerente à condição humana.
Os refugiados perderam o seu lar e, com isso, a familiaridade da vida cotidiana; perderam suas ocupações e, com isso, a confiança de que têm alguma utilidade no mundo; perderam a sua língua e, dessa maneira, a espontaneidade das reações, o sincronismo dos gestos e a expressão firme dos sentimentos.
Hanna Arendt. Nós, os refugiados. In: The Menorah Journal, 1943 (com adaptações).
Considerando a obra Navio de emigrantes, de Lasar Segall, e a imagem e o texto apresentados, julgue o item a seguir.
O contexto da obra Navio de emigrantes repercute as ações antissemitas do nazismo.
Fazendo as populações abandonarem seus valores e costumes mais enraizados, a doença epidêmica interrompe atividades familiares, isola o doente, impõe o silêncio à cidade, o anonimato na morte e determina a abolição dos ritos coletivos de alegria e de tristeza.
Em 1918, devido à gripe espanhola, os brasileiros, de Norte a Sul do país, tiveram seu cotidiano modificado e assistiram ao fechamento dos locais públicos (como escolas, parques, teatros, cinemas) e à proibição das reuniões noturnas, inclusive as religiosas. Visitas foram condenadas, e beijos e abraços, desaconselhados. Até mesmo cumprimentar as pessoas com aperto de mão passou a ser ato indesejado. O aumento do número de enfermos e mortos gerou uma sensação de impotência que fez o medo crescer imensamente.
Nesse contexto, houve uma intensa divulgação de “fórmulas caseiras”, com a intenção de curar a doença ou evita-la. Utilizados tradicionalmente na sociedade brasileira para combater a gripe de todos os anos, o alho, a cebola e o limão foram fartamente usados por várias pessoas durante a pandemia de influenza espanhola. Em São Paulo, comer um dente de alho durante as refeições, carregar um patuá de alho para cheirar constantemente ou pendurar alho em volta do pescoço foram prescrições ensinadas boca a boca.
Liane Maria Bertucci. A onipresença do medo na influenza de 1918. In: Varia História, v. 25, n.º 42, p. 457-75, jul. – dez./2009 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto e a imagem anteriores, julgue o item.
A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em 1918 e evidenciou a reação da população à vacinação obrigatória contra o vírus causador da gripe espanhola.