De bermuda jeans, camiseta regata branca, tênis preto, corrente no pescoço e uma réplica de relógio de marca no pulso, ele era um dos 3.000 jovens em um shopping em São Paulo, no rolezinho. Rolezinhos são encontros marcados por redes sociais, que atraem centenas de jovens a shopping centers. Eles entram pacificamente nos locais, mas depois costumam promover correria, assustando logistas e frequentadores.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: nov. 2016 (adaptado).
O fenômeno conhecido como rolezinho tem agregado jovens pobres de metrópoles brasileiras em encontros ruidosos nos shopping centers. Além da livre circulação na cidade, eles reivindicam o direito à compra de tênis “de marca”, roupas “de grife” e smartphones “da moda”. Esse é um exemplo da “cultura do consumo”, essencialmente pautado em valores individuais e que, assim, não contribui para o exercício da democracia representativa no Brasil.
O movimento rolezinho contribuiria para o exercício da democracia representativa no Brasil se estimulasse a participação dos jovens nas
Como esperar transformações profundas em país onde eram mantidos os fundamentos tradicionais da situação que se pretendia ultrapassar? Enquanto perdurassem intatos e, apesar de tudo, poderosos os padrões econômicos e sociais herdados da era colonial e expressos principalmente na grande lavoura servida pelo braço escravo, as transformações mais ousadas teriam de ser superficiais e artificiosas.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 78.
Aspectos da escravidão da população negra fazem-se presentes na sociedade brasileira ainda nos dias de hoje, sobretudo
Para os que imaginam e advogam a singularidade paradisíaca brasileira, o critério racial jamais foi relevante para definir as chances de qualquer pessoa no Brasil. Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no país a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças. Numa nação imaginada como democrática na questão racial, e erigida a partir dessa crença, o que significa propor ações afirmativas para a população negra?
BERNARDINO, Joaze. Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil. Estudos afro-asiáticos. Rio de Janeiro, v. 24, n.º 2, 2002, p. 249 (adaptado).
Considerando-se as lutas por mudanças nas políticas públicas, uma resposta adequada para a pergunta colocada ao final do texto anterior seria a seguinte: Propor ações afirmativas para a população negra brasileira significa
Tomar a inclusão como um imperativo implica o questionamento de três entendimentos correntes em nossa cultura. Em primeiro lugar, a inclusão social tem sido entendida como algo natural. Em segundo lugar, ela tem sido compreendida como algo bom em si mesmo. Por fim, ela tem sido apresentada como necessária. Assim assumida, a inclusão social estaria desde sempre aí, esperando para ser efetivada. É a isso que chamamos de imperativo.
MEYER, Dagmar Estermann et al. Políticas públicas: imperativos e promessas de inclusão social. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação. Rio de Janeiro, v. 22, n.º 85, dez. 2014, p. 1010 (adaptado).
Para a efetivação da imperativa inclusão social, devem-se adotar ações de
Suponha que uma empresa construirá uma usina hidrelétrica em determinada região, que, em decorrência disso, será inundada.
A formação de um movimento social para fazer frente a esse evento estaria caracterizada no caso de
A base estrutural do desenvolvimento de tecnologias utilizada nas empresas — na esfera da cibercultura — cria novas formas de trabalho, facilita a precarização do trabalho e muda modos de relacionamento com o cliente. Por exemplo, a perspectiva do uso de computador por comando de voz e a difusão do videofone agregarão o deslocamento de riscos no corpo dos teleoperadores (dos membros superiores — mãos, punhos e dedos — para o aparelho fonador e para o aparelho auditivo). Agregadas às práticas gerenciais e a essas revoluções tecnológicas, variadas formas de adoecimento terão visibilidade, além das já conhecidas afecções musculoesqueléticas e dos transtornos psíquicos. Além de o videofone implicar, para os teleoperadores, a emergência da relação face a face, mesmo que virtual, seu uso condicionará novos riscos para a saúde, decorrentes do uso de produtos estéticos.
PENA, Paulo Gilvane Lopes et al. Taylorismo cibernético e lesões por esforços repetitivos em operadores de telemarketing em Salvador – Bahia. Caderno CRH. Salvador, v. 24, n.º especial 1, 2011, p. 145 (adaptado).
Pelo menos desde o século XVIII, houve profundas transformações no modo como o trabalho se desenvolve, sendo possível identificar, em especial, o papel exercido pelas mudanças tecnológicas e o impacto que elas provocam sobre a organização e o mundo do trabalho.
Conforme o texto anterior, que se refere ao trabalho de telemarketing,