Psicologia da composição
O poeta articula lentamente as palavras e a gente parece perceber
entre uma e outra longos espaços de reflexão e silêncio
O poeta articula lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação e silêncio
O poeta procura lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação
O poeta fala com dificuldade parecendo mastigar e salivar as
palavras
O poeta fala com muita dificuldade e a boca cheia de saliva
O poeta não sabe falar e mastiga jocosamente as palavras
O poeta masca as palavras como se mascasse chicletes
O POETA É UM RUMINANTE DE PALAVRAS
Affonso Ávila. Homem ao termo – poesia reunida: 1949-2005. Belo Horizonte: UFMG, 2008, p. 341.
Considerando o poema acima, de Affonso Ávila, julgue os item seguinte.
O que diferencia o segundo verso do primeiro é a supressão do verbo “parecer” e a substituição da palavra “reflexão” por “salivação”, alterações que implicam mudança da simples meditação acerca da semelhança do trabalho poético a qualquer ato de pensamento para uma percepção agudamente metafórica.
Psicologia da composição
O poeta articula lentamente as palavras e a gente parece perceber
entre uma e outra longos espaços de reflexão e silêncio
O poeta articula lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação e silêncio
O poeta procura lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação
O poeta fala com dificuldade parecendo mastigar e salivar as
palavras
O poeta fala com muita dificuldade e a boca cheia de saliva
O poeta não sabe falar e mastiga jocosamente as palavras
O poeta masca as palavras como se mascasse chicletes
O POETA É UM RUMINANTE DE PALAVRAS
Affonso Ávila. Homem ao termo – poesia reunida: 1949-2005. Belo Horizonte: UFMG, 2008, p. 341.
Considerando o poema acima, de Affonso Ávila, julgue os item seguinte.
O tom irônico do poema revela uma leitura do fazer poético que contrasta os aspectos jocoso e sério dessa atividade criativa.
56. ÓRFÃO
O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me devolvia a São Paulo.
O comboio brecou lento para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos menineiros de um grupo negro.
Sentaram-me num automóvel de pêsames.
Longo soluço empurrou o corredor conhecido contra o peito magro de tia Gabriela no ritmo de luto que vestia a casa.
Oswald de Andrade. Memórias sentimentais de João Miramar. São Paulo: Globo, 1998, p. 62.
Considerando o texto acima, de Oswald de Andrade, e as questões nele suscitadas, julgue o item a seguir.
No segmento “no ritmo de luto que vestia a casa” (última linha), o emprego da linguagem figurada, a regência do verbo “vestir” e a ordem dos termos sustentam a análise, no nível sintático, da expressão “a casa” como complemento verbal.
o silêncio
se mete a maltratar
me ditando
abreviaturas de mim
e,
quem sabe,
a mim mesmo me dilatando
Paulo Leminski. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 22.
Ângelus
Desmaia a tarde. Além, pouco e pouco, no poente,
O sol, rei fatigado, em seu leito adormece:
Uma ave canta, ao longe; o ar pesado estremece
Do ângelus ao soluço agoniado e plangente.
Salmos cheios de dor, impregnados de prece,
Sobem da terra ao céu numa ascensão ardente.
E enquanto o vento chora e o crepúsculo desce,
A Ave-Maria vai cantando, tristemente.
Nest’hora, muita vez, em que fala a saudade
Pela boca da noite e pelo som que passa,
Lausperene de amor cuja mágoa me invade,
Quisera ser o som, ser a noite, ébria e doida
De trevas, o silêncio, esta nuvem que esvoaça,
Ou fundir-me na luz e desfazer-me toda.
Francisca Júlia. Ângelus. In: Manuel Bandeira (Org.). Antologia dos poetas brasileiros: poesia da fase parnasiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996, p. 293-4.
Considerando os poemas acima, julgue o item.
Na linguagem empregada na primeira estrofe do poema Ângelus, predomina a personificação.
[1] O banquete tinha tanta importância quanto a vida
dos salões no século XVIII e mesmo quanto a corte do
Ancien Régime. Os imperadores não tinham corte; viviam em
[4] seu palácio, na colina do Platino, à maneira dos nobres de
Roma em suas mansões, cercados de escravos e libertos, mas,
caída a noite, jantavam com seus convidados, que eram
[7] senadores ou simples cidadãos cuja companhia apreciavam.
Paul Veyne. O Império Romano. In: Philippe Ariès; Georges Duby. História da vida privada: do império romano ao ano mil. 2.ª ed. Trad.: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 181 (com adaptações).
Diego Velázquez. O triunfo de Baco, 1629, óleo sobre tela, 165 cm × 225 cm, Museu do Prado, Madri.
Frans Hals. O banquete dos oficiais da Milícia de São Jorge, 1627, óleo sobre tela, 179 cm × 257,5 cm, Museu Frans Hals, Amsterdã.
Giambattista Tiepolo. O banquete de Cleópatra, 1743, óleo sobre tela, 250,3 cm × 357 cm, Galeria Nacional de Victória, Austrália.
Considerando o fragmento de texto e as obras reproduzidas acima, julgue o item.
No primeiro período do texto, o verbo está elíptico nas duas orações subordinadas, as quais estabelecem relação de comparação com a oração que inicia o período.
[1] O banquete tinha tanta importância quanto a vida
dos salões no século XVIII e mesmo quanto a corte do
Ancien Régime. Os imperadores não tinham corte; viviam em
[4] seu palácio, na colina do Platino, à maneira dos nobres de
Roma em suas mansões, cercados de escravos e libertos, mas,
caída a noite, jantavam com seus convidados, que eram
[7] senadores ou simples cidadãos cuja companhia apreciavam.
Paul Veyne. O Império Romano. In: Philippe Ariès; Georges Duby. História da vida privada: do império romano ao ano mil. 2.ª ed. Trad.: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 181 (com adaptações).
Diego Velázquez. O triunfo de Baco, 1629, óleo sobre tela, 165 cm × 225 cm, Museu do Prado, Madri.
Frans Hals. O banquete dos oficiais da Milícia de São Jorge, 1627, óleo sobre tela, 179 cm × 257,5 cm, Museu Frans Hals, Amsterdã.
Giambattista Tiepolo. O banquete de Cleópatra, 1743, óleo sobre tela, 250,3 cm × 357 cm, Galeria Nacional de Victória, Austrália.
Considerando o fragmento de texto e as obras reproduzidas acima, julgue o item.
Com as devidas alterações de letra inicial minúscula e maiúscula, a expressão “no século XVIII” (l.2), poderia iniciar, desde que seguida de vírgula, o primeiro período do texto, sem que se alterasse o sentido do texto.