Leia o excerto para responder à questão.
Antes de sua publicação em 1572, o poema Os Lusíadas de Luís de Camões foi submetido à leitura e à censura de Frei Bartolomeu Ferreira, membro da Santa Inquisição em Portugal.
Vi por mandado da Santa e Geral Inquisição esses dez Cantos dos Lusíadas de Luís de Camões, dos valorosos feitos em armas que os Portugueses fizeram em Ásia, e Europa, e não achei neles coisa alguma escandalosa, nem contrária à fé e aos bons costumes [...]. O autor para encarecer a dificuldade da navegação e entrada dos portugueses na Índia usa de uma ficção dos Deuses dos Gentios. [...] Todavia, como isso é Poesia e fingimento, o autor como poeta não pretende mais que ornar o efeito Poético, não tivemos por inconveniente ver esta fábula dos Deuses na obra, conhecendo-a por tal, e ficando sempre salva a verdade de nossa Santa fé, que todos os deuses dos Gentios são Demônios.
(Luís de Camões. Os Lusíadas, 1572. Adaptado.)
As observações do censor e o conteúdo do poema expõem
No século IV depois de Jesus Cristo, a religião cristã tornou-se preponderante no Império romano de Bizâncio. Em 391, o imperador Teodósio I decretou o fechamento de todos os templos pagãos do Império. No Egito, os fiéis dos antigos deuses e deusas do país eram provavelmente pouco numerosos, mas o fechamento dos templos teve uma consequência inesperada: a escrita hieroglífica, ainda viva até aquele momento, deixou rapidamente de ser compreendida.
(Jean Vercoutter. A la recherche de L´Égypte oubliée, 1986. Adaptado.)
As ocorrências mencionadas no excerto
Leia o excerto para responder à questão.
Antes de sua publicação em 1572, o poema Os Lusíadas de Luís de Camões foi submetido à leitura e à censura de Frei Bartolomeu Ferreira, membro da Santa Inquisição em Portugal.
Vi por mandado da Santa e Geral Inquisição esses dez Cantos dos Lusíadas de Luís de Camões, dos valorosos feitos em armas que os Portugueses fizeram em Ásia, e Europa, e não achei neles coisa alguma escandalosa, nem contrária à fé e aos bons costumes [...]. O autor para encarecer a dificuldade da navegação e entrada dos portugueses na Índia usa de uma ficção dos Deuses dos Gentios. [...] Todavia, como isso é Poesia e fingimento, o autor como poeta não pretende mais que ornar o efeito Poético, não tivemos por inconveniente ver esta fábula dos Deuses na obra, conhecendo-a por tal, e ficando sempre salva a verdade de nossa Santa fé, que todos os deuses dos Gentios são Demônios.
(Luís de Camões. Os Lusíadas, 1572. Adaptado.)
Observando a maneira como o poeta orna “o efeito Poético”, conclui-se que o poema
A criação da “política dos governadores” tem sido atribuída a Campos Sales, de cujo entendimento com os chefes dos estados mais numerosamente representados no Congresso resultou na reforma do regimento da Câmara na parte referente à verificação de poderes. Construiu-se desse modo uma engenhosa máquina de depuração ou degola dos candidatos oposicionistas. O resultado não podia ser outro: com os diplomas de seus afilhados reconhecidos pela graça da situação federal, os governadores exigiam de seus deputados e senadores estrita conformidade com os planos do Presidente da República [...].
(Victor Nunes Leal. Coronelismo, enxada e voto, 1976.)
O excerto descreve um mecanismo político típico da Primeira República brasileira que
Veio a Guerra de 14, o paulista comprava manteiga da Dinamarca, bebia cerveja alemã, usava papel higiênico inglês e pensava em latim. A campanha submarina fez tudo isso naufragar. [...] Os imigrantes tinham a tradição do artesanato e da economia, fizeram as primeiras fábricas. [...]. Nossa indústria encontrou uma grande sobra de famintos no campo para explorar, criou bairros urbanos.
(Oswald de Andrade. A revolução melancólica, 1978.)
O excerto reproduz a fala de um personagem do livro A revolução melancólica, publicado em primeira edição em 1943.
As palavras do personagem
A radicalização política dos anos 60 foi dessa gente jovem. Os jovens radicais eram liderados por membros de seu grupo de pares. Isso se aplicava visivelmente aos movimentos estudantis mundiais, mas onde estes provocaram motins operários em massa, como na França e na Itália em 1968-9, a iniciativa também veio de jovens operários. Ninguém, com as limitações da vida real, poderia ter idealizado os slogans confiantes, mas patentemente absurdos, dos dias parisienses de maio de 1968, nem do “outono quente” de 1969: “tutto e súbito”, queremos tudo e já.
(Eric J. Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX, 1995. Adaptado.)
Considerando o conteúdo do excerto e conhecimentos sobre os anos cinquenta e sessenta do século passado, observa- -se que