Texto I
Vá plantar batatas!
A expressão está fora de moda. Hoje, quando se quer xingar
alguém e mandá-la a alguma parte ruim e distante, o que se diz
é mais pesado, rico em palavrões.
Mandar plantar batatas é coisa de origem portuguesa, vem
[5] do século XV, Era dos Descobrimentos, quando a navegação de
Portugal era uma das mais importantes do mundo e pescar
bacalhau ganhava relevo na economia do país, o que relegava a
agricultura a plano secundário. Plantar e produzir alimentos era
atividade vista com desdém. O cultivo da batata, é claro,
[10] entrava nessa lista sem maior valor.
Até na Revolução Industrial a agricultura permaneceu sem
prestígio. Dava mais ibope ser operário que lavrador, ai da
batata! Quem se dedicava a plantá-las era considerada gente
desqualificada. Só mais tarde o saboroso tubérculo entrou para
[15] as culinárias lusitana e brasileira, passou a fazer parte do
cardápio dos melhores chefs. Demorou, mas ganhou status.
Atualmente, na hora da maior raiva, mandar alguém plantar
batatas nem chega a ofender muito. É exclamação leve, quase
ingênua. As pessoas não estão agredindo, apenas ralhando. Com
[20] boa dose de carinho...
(Márcio Cotrim, O Pulo do Gato, vol. 2)
Assinale a opção que indica o segmento em que há falta de paralelismo sintático.
Texto I
Vá plantar batatas!
A expressão está fora de moda. Hoje, quando se quer xingar
alguém e mandá-la a alguma parte ruim e distante, o que se diz
é mais pesado, rico em palavrões.
Mandar plantar batatas é coisa de origem portuguesa, vem
[5] do século XV, Era dos Descobrimentos, quando a navegação de
Portugal era uma das mais importantes do mundo e pescar
bacalhau ganhava relevo na economia do país, o que relegava a
agricultura a plano secundário. Plantar e produzir alimentos era
atividade vista com desdém. O cultivo da batata, é claro,
[10] entrava nessa lista sem maior valor.
Até na Revolução Industrial a agricultura permaneceu sem
prestígio. Dava mais ibope ser operário que lavrador, ai da
batata! Quem se dedicava a plantá-las era considerada gente
desqualificada. Só mais tarde o saboroso tubérculo entrou para
[15] as culinárias lusitana e brasileira, passou a fazer parte do
cardápio dos melhores chefs. Demorou, mas ganhou status.
Atualmente, na hora da maior raiva, mandar alguém plantar
batatas nem chega a ofender muito. É exclamação leve, quase
ingênua. As pessoas não estão agredindo, apenas ralhando. Com
[20] boa dose de carinho...
(Márcio Cotrim, O Pulo do Gato, vol. 2)
A frase “Hoje, quando se quer xingar alguém e mandá-la a alguma parte ruim e distante...” (linhas 1 e 2) apresenta uma construção equivocada, que se repete em
Texto I
Vá plantar batatas!
A expressão está fora de moda. Hoje, quando se quer xingar
alguém e mandá-la a alguma parte ruim e distante, o que se diz
é mais pesado, rico em palavrões.
Mandar plantar batatas é coisa de origem portuguesa, vem
[5] do século XV, Era dos Descobrimentos, quando a navegação de
Portugal era uma das mais importantes do mundo e pescar
bacalhau ganhava relevo na economia do país, o que relegava a
agricultura a plano secundário. Plantar e produzir alimentos era
atividade vista com desdém. O cultivo da batata, é claro,
[10] entrava nessa lista sem maior valor.
Até na Revolução Industrial a agricultura permaneceu sem
prestígio. Dava mais ibope ser operário que lavrador, ai da
batata! Quem se dedicava a plantá-las era considerada gente
desqualificada. Só mais tarde o saboroso tubérculo entrou para
[15] as culinárias lusitana e brasileira, passou a fazer parte do
cardápio dos melhores chefs. Demorou, mas ganhou status.
Atualmente, na hora da maior raiva, mandar alguém plantar
batatas nem chega a ofender muito. É exclamação leve, quase
ingênua. As pessoas não estão agredindo, apenas ralhando. Com
[20] boa dose de carinho...
(Márcio Cotrim, O Pulo do Gato, vol. 2)
A finalidade básica do texto I é
Texto I
Vá plantar batatas!
A expressão está fora de moda. Hoje, quando se quer xingar
alguém e mandá-la a alguma parte ruim e distante, o que se diz
é mais pesado, rico em palavrões.
Mandar plantar batatas é coisa de origem portuguesa, vem
[5] do século XV, Era dos Descobrimentos, quando a navegação de
Portugal era uma das mais importantes do mundo e pescar
bacalhau ganhava relevo na economia do país, o que relegava a
agricultura a plano secundário. Plantar e produzir alimentos era
atividade vista com desdém. O cultivo da batata, é claro,
[10] entrava nessa lista sem maior valor.
Até na Revolução Industrial a agricultura permaneceu sem
prestígio. Dava mais ibope ser operário que lavrador, ai da
batata! Quem se dedicava a plantá-las era considerada gente
desqualificada. Só mais tarde o saboroso tubérculo entrou para
[15] as culinárias lusitana e brasileira, passou a fazer parte do
cardápio dos melhores chefs. Demorou, mas ganhou status.
Atualmente, na hora da maior raiva, mandar alguém plantar
batatas nem chega a ofender muito. É exclamação leve, quase
ingênua. As pessoas não estão agredindo, apenas ralhando. Com
[20] boa dose de carinho...
(Márcio Cotrim, O Pulo do Gato, vol. 2)
De acordo com o texto I, “vá plantar batatas” foi visto como xingamento porque
Ao vencedor, as batatas!
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra
vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos
[5] dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a
destruição e a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina
a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos,
aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das
[10] ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações
não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo
motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao
[15] vencedor, as batatas.”
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.)
O texto II, por seu modo de organização, deve ser classificado como
Ao vencedor, as batatas!
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra
vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos
[5] dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a
destruição e a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina
a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos,
aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das
[10] ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações
não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo
motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao
[15] vencedor, as batatas.”
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.)
Assinale a opção que indica o segmento do texto em que a conjunção e tem valor adversativo.