TEXTO:
Para avaliarmos o significado contemporâneo da
indústria cultural e dos meios de comunicação de massa
que a produzem, convém lembrarmos, brevemente,
o que se convencionou chamar de a condição
5 pós- moderna, isto é, a existência social e cultural sob
a economia neoliberal.
A dimensão econômica e social da nova forma do
capital é inseparável de uma transformação sem
precedentes na experiência do espaço e do tempo,
10 designada por David Harvey como a “compressão
espaço-temporal”. A fragmentação e a globalização da
produção econômica engendram dois fenômenos
contrários e simultâneos: de um lado, a fragmentação
e dispersão espacial e temporal e, de outro, sob os
15 efeitos das tecnologias eletrônicas e de informação, a
compressão do espaço — tudo se passa aqui, sem
distâncias, diferenças nem fronteiras — e a compressão
do tempo — tudo se passa agora, sem passado e sem
futuro. Em outras palavras, fragmentação e dispersão
20 do espaço e do tempo condicionam sua reunificação
sob um espaço indiferenciado (um espaço plano de
imagens fugazes) e um tempo efêmero desprovido de
profundidade. A profundidade do tempo e seu poder
diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo.
25 Por seu turno, a profundidade de campo, que define o
espaço da percepção, desaparece sob o poder de uma
localidade sem lugar e das tecnologias de sobrevoo.
Vivemos sob o signo da telepresença e da
teleobservação, que impossibilitam diferenciar entre a
30 aparência e o sentido, o virtual e o real, pois tudo nos é
imediatamente dado sob a forma da transparência
temporal e espacial das aparências, apresentadas como
evidências.
Volátil e efêmera, hoje nossa experiência
35 desconhece qualquer sentido de continuidade e se
esgota num presente sentido como instante fugaz. Ao
perdermos a diferenciação temporal, não só rumamos
para o que Virilio chama de “memória imediata”, ou
ausência da profundidade do passado, mas também
40 perdemos a profundidade do futuro como possibilidade
inscrita na ação humana enquanto poder para determinar
o indeterminado e para ultrapassar situações dadas,
compreendendo e transformando o sentido delas. Em
outras palavras, perdemos o sentido da cultura como
45 ação histórica.
Chauí, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Disponível em:. Acesso em: 19 out. 2013. Adaptado.
No que se refere à análise linguística do texto, é correto afirmar:
TEXTO:
Para avaliarmos o significado contemporâneo da
indústria cultural e dos meios de comunicação de massa
que a produzem, convém lembrarmos, brevemente,
o que se convencionou chamar de a condição
5 pós- moderna, isto é, a existência social e cultural sob
a economia neoliberal.
A dimensão econômica e social da nova forma do
capital é inseparável de uma transformação sem
precedentes na experiência do espaço e do tempo,
10 designada por David Harvey como a “compressão
espaço-temporal”. A fragmentação e a globalização da
produção econômica engendram dois fenômenos
contrários e simultâneos: de um lado, a fragmentação
e dispersão espacial e temporal e, de outro, sob os
15 efeitos das tecnologias eletrônicas e de informação, a
compressão do espaço — tudo se passa aqui, sem
distâncias, diferenças nem fronteiras — e a compressão
do tempo — tudo se passa agora, sem passado e sem
futuro. Em outras palavras, fragmentação e dispersão
20 do espaço e do tempo condicionam sua reunificação
sob um espaço indiferenciado (um espaço plano de
imagens fugazes) e um tempo efêmero desprovido de
profundidade. A profundidade do tempo e seu poder
diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo.
25 Por seu turno, a profundidade de campo, que define o
espaço da percepção, desaparece sob o poder de uma
localidade sem lugar e das tecnologias de sobrevoo.
Vivemos sob o signo da telepresença e da
teleobservação, que impossibilitam diferenciar entre a
30 aparência e o sentido, o virtual e o real, pois tudo nos é
imediatamente dado sob a forma da transparência
temporal e espacial das aparências, apresentadas como
evidências.
Volátil e efêmera, hoje nossa experiência
35 desconhece qualquer sentido de continuidade e se
esgota num presente sentido como instante fugaz. Ao
perdermos a diferenciação temporal, não só rumamos
para o que Virilio chama de “memória imediata”, ou
ausência da profundidade do passado, mas também
40 perdemos a profundidade do futuro como possibilidade
inscrita na ação humana enquanto poder para determinar
o indeterminado e para ultrapassar situações dadas,
compreendendo e transformando o sentido delas. Em
outras palavras, perdemos o sentido da cultura como
45 ação histórica.
Chauí, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Disponível em:. Acesso em: 19 out. 2013. Adaptado.
Na construção argumentativa do texto, uma estratégia utilizada pela articulista é
TEXTO:
Para avaliarmos o significado contemporâneo da
indústria cultural e dos meios de comunicação de massa
que a produzem, convém lembrarmos, brevemente,
o que se convencionou chamar de a condição
5 pós- moderna, isto é, a existência social e cultural sob
a economia neoliberal.
A dimensão econômica e social da nova forma do
capital é inseparável de uma transformação sem
precedentes na experiência do espaço e do tempo,
10 designada por David Harvey como a “compressão
espaço-temporal”. A fragmentação e a globalização da
produção econômica engendram dois fenômenos
contrários e simultâneos: de um lado, a fragmentação
e dispersão espacial e temporal e, de outro, sob os
15 efeitos das tecnologias eletrônicas e de informação, a
compressão do espaço — tudo se passa aqui, sem
distâncias, diferenças nem fronteiras — e a compressão
do tempo — tudo se passa agora, sem passado e sem
futuro. Em outras palavras, fragmentação e dispersão
20 do espaço e do tempo condicionam sua reunificação
sob um espaço indiferenciado (um espaço plano de
imagens fugazes) e um tempo efêmero desprovido de
profundidade. A profundidade do tempo e seu poder
diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo.
25 Por seu turno, a profundidade de campo, que define o
espaço da percepção, desaparece sob o poder de uma
localidade sem lugar e das tecnologias de sobrevoo.
Vivemos sob o signo da telepresença e da
teleobservação, que impossibilitam diferenciar entre a
30 aparência e o sentido, o virtual e o real, pois tudo nos é
imediatamente dado sob a forma da transparência
temporal e espacial das aparências, apresentadas como
evidências.
Volátil e efêmera, hoje nossa experiência
35 desconhece qualquer sentido de continuidade e se
esgota num presente sentido como instante fugaz. Ao
perdermos a diferenciação temporal, não só rumamos
para o que Virilio chama de “memória imediata”, ou
ausência da profundidade do passado, mas também
40 perdemos a profundidade do futuro como possibilidade
inscrita na ação humana enquanto poder para determinar
o indeterminado e para ultrapassar situações dadas,
compreendendo e transformando o sentido delas. Em
outras palavras, perdemos o sentido da cultura como
45 ação histórica.
Chauí, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Disponível em:. Acesso em: 19 out. 2013. Adaptado.
Embora o texto seja referencial, com uma linguagem predominantemente denotativa, é possível reconhecer a conotação em
TEXTO:
Para avaliarmos o significado contemporâneo da
indústria cultural e dos meios de comunicação de massa
que a produzem, convém lembrarmos, brevemente,
o que se convencionou chamar de a condição
5 pós- moderna, isto é, a existência social e cultural sob
a economia neoliberal.
A dimensão econômica e social da nova forma do
capital é inseparável de uma transformação sem
precedentes na experiência do espaço e do tempo,
10 designada por David Harvey como a “compressão
espaço-temporal”. A fragmentação e a globalização da
produção econômica engendram dois fenômenos
contrários e simultâneos: de um lado, a fragmentação
e dispersão espacial e temporal e, de outro, sob os
15 efeitos das tecnologias eletrônicas e de informação, a
compressão do espaço — tudo se passa aqui, sem
distâncias, diferenças nem fronteiras — e a compressão
do tempo — tudo se passa agora, sem passado e sem
futuro. Em outras palavras, fragmentação e dispersão
20 do espaço e do tempo condicionam sua reunificação
sob um espaço indiferenciado (um espaço plano de
imagens fugazes) e um tempo efêmero desprovido de
profundidade. A profundidade do tempo e seu poder
diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo.
25 Por seu turno, a profundidade de campo, que define o
espaço da percepção, desaparece sob o poder de uma
localidade sem lugar e das tecnologias de sobrevoo.
Vivemos sob o signo da telepresença e da
teleobservação, que impossibilitam diferenciar entre a
30 aparência e o sentido, o virtual e o real, pois tudo nos é
imediatamente dado sob a forma da transparência
temporal e espacial das aparências, apresentadas como
evidências.
Volátil e efêmera, hoje nossa experiência
35 desconhece qualquer sentido de continuidade e se
esgota num presente sentido como instante fugaz. Ao
perdermos a diferenciação temporal, não só rumamos
para o que Virilio chama de “memória imediata”, ou
ausência da profundidade do passado, mas também
40 perdemos a profundidade do futuro como possibilidade
inscrita na ação humana enquanto poder para determinar
o indeterminado e para ultrapassar situações dadas,
compreendendo e transformando o sentido delas. Em
outras palavras, perdemos o sentido da cultura como
45 ação histórica.
Chauí, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Disponível em:. Acesso em: 19 out. 2013. Adaptado.
Quanto aos elementos linguísticos que garantem a progressão das ideias do texto, está correta na alternativa
Educar para quê?
A grande tarefa pedagógica do momento histórico
pelo qual estamos passando é a de capacitar os
cidadãos para criticarem o consumismo e reaprenderem
as tarefas da cidadania, objetivos que não podem ser
[5] alcançados separadamente. Infelizmente, o próprio
Brasil sofreu com uma conivência do Estado, da
Educação e dos meios de informação no sentido de
colaborar com essa vertente consumista. É dessa forma
que a ideologia do consumo foi ficando cada vez mais
[10] impregnada na população em geral.
Ao discutir sobre a “doença” do comprar
desenfreado, Milton Santos nota que a primeira reação
da população pobre, como qualquer outra, é a do
consumo e que isso é normal, mas que depois se
[15] descobre que não basta consumir, ou que, para consumir
de forma permanente, progressiva e digna, é necessário
ser cidadão.
Dessa forma, um grande dilema a ser desvendado
em nossa atualidade é a confusão entre quem é o
[20] cidadão e quem é o consumidor, pois a educação, a
moradia, a saúde, o lazer aparecem como conquistas
pessoais e não como direitos sociais. Essa doença
cívica vai tomando um lugar sempre maior em cada
indivíduo, o lugar do cidadão vai ficando menor e até a
[25] vontade de se tornar um cidadão por inteiro se reduz.
Talvez por isso, esses que são, na realidade, tidos como
bens públicos, passem a não sê-lo, transitando do lugar
de “dever social” do Estado para o de bens de mercado.
VENÂNCIO, Adriana. Globalização e reorganização histórica. Revista Leituras da História. Portal Ciência e Vida. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013.
O questionamento presente no título do texto
Educar para quê?
A grande tarefa pedagógica do momento histórico
pelo qual estamos passando é a de capacitar os
cidadãos para criticarem o consumismo e reaprenderem
as tarefas da cidadania, objetivos que não podem ser
[5] alcançados separadamente. Infelizmente, o próprio
Brasil sofreu com uma conivência do Estado, da
Educação e dos meios de informação no sentido de
colaborar com essa vertente consumista. É dessa forma
que a ideologia do consumo foi ficando cada vez mais
[10] impregnada na população em geral.
Ao discutir sobre a “doença” do comprar
desenfreado, Milton Santos nota que a primeira reação
da população pobre, como qualquer outra, é a do
consumo e que isso é normal, mas que depois se
[15] descobre que não basta consumir, ou que, para consumir
de forma permanente, progressiva e digna, é necessário
ser cidadão.
Dessa forma, um grande dilema a ser desvendado
em nossa atualidade é a confusão entre quem é o
[20] cidadão e quem é o consumidor, pois a educação, a
moradia, a saúde, o lazer aparecem como conquistas
pessoais e não como direitos sociais. Essa doença
cívica vai tomando um lugar sempre maior em cada
indivíduo, o lugar do cidadão vai ficando menor e até a
[25] vontade de se tornar um cidadão por inteiro se reduz.
Talvez por isso, esses que são, na realidade, tidos como
bens públicos, passem a não sê-lo, transitando do lugar
de “dever social” do Estado para o de bens de mercado.
VENÂNCIO, Adriana. Globalização e reorganização histórica. Revista Leituras da História. Portal Ciência e Vida. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013.
Quanto à análise linguística de elementos do texto e seus efeitos de sentido, é correto o que se afirma em