O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: <http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=193&Itemid=76>, acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
Observe o seguinte enunciado do texto: “[...] é preciso [...] assegurar minimamente que a titulação de fato represente capacitação e aquisição de competências.” (Linhas 21-22)
Qual das afirmativas a seguir corrobora essa opinião?
O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: <http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=193&Itemid=76>, acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
Os desejos dos jovens brasileiros revelados pela pesquisa serão uma realidade, caso sejam colocadas em prática todas estas ocorrências, EXCETO
O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: <http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=193&Itemid=76>, acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
A palavra “todo”, dependendo da forma como se apresenta, por escolhas morfológicas e/ou sintáticas, assume sentidos diferentes, do ponto de vista da norma padrão da língua portuguesa. Nesse texto, podemos constatar a presença dessa palavra mais de uma vez, seguida ou não de artigo, no singular ou no plural e podendo variar de gênero. Entre as alternativas abaixo, considerando o contexto, qual poderia substituir o sentido deste fragmento retirado do texto: “[...] todo o País [...]” (linhas 11-12)?
O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: <http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=193&Itemid=76>, acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
Entre as alternativas abaixo, assinale aquela em que o termo destacado está adequadamente correlacionado, sintática e semanticamente, com a palavra que se encontra entre parênteses.
O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: <http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=193&Itemid=76>, acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
Em todas as alternativas que se seguem, há uma relação estabelecida de oposição/divergência de ideias sugeridas pelo texto, EXCETO em
O desafio de ser jovem no Brasil, ou de como os jovens estão desafiando o Brasil
Joice Melo Vieira
Desde dezembro de 2012, as Nações Unidas vêm realizando uma consulta aberta a cidadãos de todo
o mundo com o objetivo de detectar o que as pessoas consideram como prioridade para o desenvolvimento a
partir de 2015. A pesquisa ainda segue aberta à participação popular via internet até 2015, quando termina o
prazo para o cumprimento das metas do milênio, e um novo conjunto de objetivos deve ser estabelecido. No
[5] caso do Brasil, a participação dos jovens foi massiva. Dos 38,7 mil brasileiros que responderam
voluntariamente à pesquisa até janeiro de 2014, mais de 22 mil tinham, no máximo, 34 anos. Naturalmente,
a própria forma de coleta de informação já ajuda a explicar a seletividade.
No que diz respeito às quatro maiores prioridades dos jovens brasileiros, elas não diferem daquelas
de seus compatriotas em geral. Os jovens desejam, em primeiro lugar, educação de qualidade seguida por
[10] melhorias nos serviços de saúde, governo honesto e atuante e proteção contra o crime e a violência. Por
sinal, todas essas demandas estavam presentes nas primeiras ondas de manifestações que mobilizaram todo
o País entre junho e julho de 2013. Basta recordar os lemas: “saúde e educação padrão FIFA”, clamores
pelo fim da corrupção e punição aos políticos corruptos, brados de “sem violência”, quando acuados pelo
aparato do Estado ou pela radicalização de grupos específicos que também acudiram às aglomerações. De
[15] fato, todas essas reivindicações são amplamente justificadas pelas estatísticas oficiais disponíveis e pela
experiência cotidiana de cada um de nós. [...]
A baixa escolaridade de uma parcela ainda significativa de adolescentes e adultos jovens, ou mesmo
a titulação sem ter adquirido as competências esperadas para o seu nível de escolaridade, dificulta a inserção
e permanência do jovem no mercado de trabalho. E, quando se insere, a rotatividade em diferentes
[20] empregos e subempregos costuma ser bastante alta. É certo que nunca tivemos tantos jovens universitários,
mas é preciso ampliar o acesso ao ensino superior e assegurar minimamente que a titulação de fato
represente capacitação e aquisição de competências. Os esforços de expansão do ensino superior e de
avaliação do sistema educacional estão em andamento. Todavia, há um longo percurso em matéria de
monitoramento da qualidade, capacitação continuada de professores e acompanhamento do impacto das
[25] políticas em curso. Ao longo da história da educação no Brasil, sempre sofremos com o imediatismo e a
urgência por resultados, o que nos faz carecer de políticas educacionais sistêmicas e de longo prazo,
comprometidas tanto com o desenvolvimento psicossocial quanto com o desenvolvimento regional,
viabilizando que o jovem permaneça junto à comunidade em que vive e dê sua contribuição a ela. A
melhoria dos indicadores educacionais mais do que nunca depende do amadurecimento e parcimônia na
[30] gestão de recursos, meta que, para os mais pessimistas, pode soar utópica, dado o nível de corrupção
observado no País e que está na origem da descrença generalizada na classe política. [...]
Confrontados pelos desafios que têm diante de si, os jovens também passam a desafiar o Brasil. A
juventude, em qualquer época, será a catalisadora das mudanças, ela tem pressa em descartar aquilo que
acredita não servir mais. Mas ela tem também a faculdade de somatizar e dramatizar os males difusos da
[35] sociedade. Chama para si todas as contradições que os maduros sabem existir, entretanto fingem esquecer
ou preferem negar. No fundo, os jovens desafiam mais e mais o Brasil por causa da precária cidadania. O
maior suporte que se pode oferecer aos jovens é por certo a ampliação da cidadania, mediante a garantia
daqueles direitos básicos e fundamentais: educação, saúde e segurança, corolários do direito a uma vida
digna. A juventude sempre terá como aspiração maior a liberdade. E liberdade, nos dias de hoje, só pode
[40] existir havendo cidadania plena.
(Disponível em: , acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.)
059 macumba
Zinco arrepiado abafa. Nada se cobra. Chão de vermelhão que o sol vazado quadricula. Tudo se negocia. Banco quase de igreja onde pedidos arfam em pedacinhos de papel. Batuques atabaques por cima das tosses. Sete flechas rabiscadas. Pólvora explode. Empetecado de guia, banhado na erva, charuto amarfanhado, cacique pai Edu aparece curvado. Dá pinote. Pesa no cavalo arriado. Ainda não entrou inteiro. Quarta-feira nem é bom dia. Mais batuque. Mais pólvora. Mais sacrifício. Mais sangue. Cabritos e galinhas que se danem. Todo mundo já tem bastante problema.
(Rio de Janeiro – Brasil – 1994)
Sobre o trecho acima e sobre o livro Passaporte: relatos de viagens, de Fernando Bonassi, a única alternativa INCORRETA é: