[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 13, 22 e 36, nesta ordem.
[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Considere os três itens abaixo, cada um dos quais sintetiza um dos três parágrafos do texto.
1 - validação da teoria de Pasolini acerca da relação entre futebol e literatura por sua aplicação a aspectos do futebol
2 - esclarecimento da importância que o autor do texto atribui à teoria de Pasolini como modelo para a compreensão do futebol
3 - explicitação dos elementos básicos da teoria de Pasolini sobre a comparação do futebol com a literatura
O primeiro, o segundo e o terceiro parágrafos do texto estão sintetizados, respectivamente, pelos itens
[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Considere as seguintes afirmações, sobre o conteúdo do texto.
I - De acordo com a teoria de Pasolini, uma analogia pode ser estabelecida entre literatura e futebol, pois, assim como acontece na prosa e na poesia, o futebol comporta estilos diferentes e muitas vezes opostos.
II - Embora restrita ao futebol sul-americano, a teoria de Pasolini mostra claramente que o bom futebol precisa dar margem à diversidade, inovar, surpreender e, acima de tudo, primar pela estética dos passes e dos lances.
III - Segundo Wisnik, não se pode adotar um modelo simples para compreender o futebol, já que a prática deste esporte apresenta enorme diversidade de estilos e atitudes.
Quais afirmações estão de acordo com o texto?
[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Considere as seguintes propostas de alterações na ordem de expressões do texto.
1 - deslocamento de seus (l. 03) para depois de contemporâneos (l. 04), sem modificações adicionais
2 - deslocamento de necessariamente (l. 26) para depois de poético (l. 27), com a colocação de uma vírgula entre estas duas palavras
3 - deslocamento de ao longo do tempo (l. 42) para antes de as transformações (l. 41), com a colocação de vírgulas antes e depois da expressão deslocada
Quais alterações manteriam a correção e o sentido do período?
[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Assinale a alternativa em que se estabelece uma relação correta entre um pronome ou expressão do texto e aquilo a que se refere.
[1] Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
[5] e atitudes inerentes a seus “discursos”. Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
[10] e finalista do futebol (ênfase defensiva, contra
ataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........, autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
[15] com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
[20] tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa ........ dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
[25] universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do “arroz-com-
[30] feijão” do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a “prosa” pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
“poesia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou
[35] firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote ........ foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
[40] Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo – e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
[45] a driblar a linearidade do esporte britânico.
Adaptado de: WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 13-14.
Considere, abaixo, propostas de alterações no emprego de sinais de pontuação no texto.
1 - substituição dos dois-pontos na linha 09 por ponto-e-vírgula
2 - supressão das vírgulas que isolam o segmento de quebra na linha 16
3 - substituição do ponto final da linha 30 por vírgula, iniciando com letra minúscula a conjunção Ou da linha 31
4 - supressão do travessão da linha 42
As propostas que manteriam a correção das frases, sem alterar significativamente seu sentido, são