Pelas abas das serras, quantidades de cavernas — do teto de umas poreja, solta do tempo, a aguinha estilando salobra, minando sem-fim num gotejo, que vira pedra no ar, se endurece e dependura, por toda a vida, que nem renda de torrõezinhos de amêndoa ou fios de estadal, de cera-benta, cera santa, e grossas lágrimas de espermacete; enquanto do chão sobem outras, como crescidos dentes, como que aquelas sejam goelas da terra, com boca para morder.
João Guimarães Rosa, no livro "No Urubuquaquá, no Pinhém" (Corpo de Baile). 9ª ed., Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011.
O relevo explicitado no texto apresenta:
Desertificação avança e ameaça o NM
Uma pesquisa publicada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que 1.440 municípios de oito estados da região Nordeste e do Norte de Minas Gerais estão suscetíveis à desertificação. A nomenclatura é utilizada para se referir à degradação extrema do solo, da cobertura vegetal, da biodiversidade e da perda de capacidade produtiva das atividades agropecuárias. No Brasil, aproximadamente 15% do território corre o risco de virar deserto algum dia. Segundo o levantamento, a Bahia é o Estado com o maior número de municípios nessa área de risco. Ao todo, são 291. Em segundo lugar, aparece o Piauí, com 217 cidades, e a Paraíba, com 209.
Jornal de Notícias,16/07/16.P.10
Nordeste sofrerá com número grande de chuvas, segundo estudo feito pela USP. Veja!
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em um recente estudo, descobriram que as chuvas torrenciais trarão um volume de água tão grande, a ponto de modificar a geografia nordestina, eliminando espécies e fazendo surgir novas faunas e floras. O desastre ambiental será provocado pela ação do homem, que resulta em emissão de gases do efeito estufa em altas concentrações e desequilibram o clima no planeta. O resultado disso é que as correntes marinhas irão reduzir em até 44% sua intensidade, provocando superaquecimento das águas do Atlântico, nas imediações da região Nordeste, produzindo maior evaporação e formação de chuvas em excesso.
Diário do Sertão, 15/05/2016.
Sobre as informações acima, são apresentadas as seguintes afirmativas:
I. Os textos jornalísticos são contraditórios, e isso demonstra a imprecisão sobre os efeitos climáticos.
II. O Nordeste sairá de um extremo a outro e sofrerá com a escassez de chuvas nos próximos anos.
III. Nas regiões semiáridas, a desertificação é um problema ambiental frequente.
É correto o que se afirma apenas em:
Não mais flutuo por cima do Rio Vieira, pendurado em cipós, nem pego mais cari em suas águas.
Nunca mais nadei em seus poços ou brinquei nos esconderijos de suas margens.
Hoje tudo está cimentado, asfaltado, enterrado na nossa memória.
Tudo passou, foi embora, levado pra longe, como as enchentes do Vieira que arrastavam madeiras, fogões, cobras, portas, vidas e sonhos.
Ucho Ribeiro. Revista Tuia, Ano II, n 04, pag. 68, março 2015
Quanto às transformações espaciais, o poema:
Globalização é a nova onda
O Império do capital em ação
fazendo sua rotineira ronda.
(...) Os dirigentes do sistema impõem o seu lema livre mercado
mundo educado para consumir e existir sem questionar
não pensem em diminuir ou domar a voracidade
e sacanagem do capitalismo selvagem com
seus tentáculos multinacionais
querem mais e mais
lucros abusivos (...)
não se importam com a fome, com os direitos do homem
querem abocanhar o globo dividir com
poucos o bolo (...)
Globalização - Tribo de Jah
Fonte: www.mundoglobalizado3ti.blogspot.com.br. Acesso em 14/10/2016
A crítica contida na letra da música enfatiza:
Madrigal
Ponhamos as coisas no devido lugar. Eu não faço versos
a ti: eu faço versos de ti...
(Mário Quintana – “Poemas em Prosa”)
O recurso gramatical empregado na ideia principal desse poema é o mesmo que se observa em:
O MUNDO TEM PRESSA. Os nomes dos aplicativos na casa do bilhão de usuários revelam a obsessão pelo instantâneo. São onomatopeicos. Instagram. Snapchat. Twitter. Poderiam ser “plunct”, “plact”, “zum”. O mundo tem pressa. Blogueiros plenos de certeza acham que resolvem problemas humanos eternos com a mesma ligeireza com que suas colegas aconselham a cor do batom para a estação. O mundo tem pressa. O jornalismo contemporâneo na internet e nas versões impressas tenta acompanhar o ritmo. As reportagens tendem a ser mais curtas e entrecortadas por textos em fontes maiores que chamam os olhos do leitor para os pontos essenciais do assunto que se deseja transmitir. O mundo tem pressa. Mas a vida não. Por isso, VEJA nunca abandonou o gosto pelas reportagens de fundo, pela apuração calma, metódica e abrangente de histórias merecedoras de ser contadas com calma, método e abrangência, de modo a “revelar das coisas o significado, sem o equívoco de defini-las, nas palavras da filósofa Hannah Arendt (1906-1975).
(...)
(Revista VEJA – 10/2/2016)
Acerca desse texto, são feitas as seguintes afirmativas:
I. Para o autor, os nomes dos aplicativos soam como imitações de sons.
II. A referência aos blogueiros constitui um item argumentativo com intenção de enobrecimento e valorização da atividade.
III. A ênfase produzida pela reiteração da ideia “O mundo tem pressa” é desmontada bruscamente por uma única frase.
IV. Constitui um jogo de classes de palavras diferentes, mas de mesma natureza, as duas sequências “calma, metódica e abrangente” e “calma, método e abrangência”.
É correto o que se afirma apenas em: