Progresso: a vida sempre se renova
De acordo com o filósofo inglês John Gray, o grande paradoxo moderno é a ideia do progresso. No que toca à vertente econômica, vários teóricos já chamaram a atenção para os prejuízos — e mesmo a inviabilidade desse modelo. Por outro lado, na nossa vida, experimentamos o mesmo efeito danoso da ideia do progresso. Somos cobrados para ambicionar mais, para ter sempre mais, numa fonte permanente de desgaste e frustração.
Dessa forma, todos os dias somos desafiados a — tal como Sísifo — rolar a pedra montanha acima. Contudo, apesar de muitas vezes nos darmos conta da inutilidade da tarefa, continuamos a repeti-la porque a ideia do progresso está entranhada em nós. E os rebeldes que decidem renunciar ao trabalho infrutífero? São atormentados pela ideia da estagnação. Não há saída. Entretanto, vem ao nosso socorro, as ideias de John Gray.
Segundo ele, essa é uma preocupação desnecessária e não deveria nos atormentar. Os progressos e os retrocessos estão sempre acontecendo e não dependem de nós. Eles fazem parte do fluxo normal da história, do fluxo normal da vida.
Disponível em: https://vidasimples.co/conviver/progresso-a-vida-sempre-se-renova/. Acesso em: 12 out. 2021. Adaptado.
“De acordo com o filósofo inglês John Gray, o grande paradoxo moderno é a ideia do progresso [...]”, porque
O peso e a leveza de viver
Por conta de um seminário na margem sul do Tejo, cruzei a Praça do Comércio durante toda a semana. Saía
do barco, atravessava a praça e avançava sob o arco da rua Augusta, oficialmente a porta de entrada da cidade. O
mesmo trajeto que, durante séculos, fizeram todos aqueles que chegavam a Lisboa por mar. Apesar da repetição, o
trajeto nunca foi monótono. Houve dias em que senti uma leveza extrema: a belíssima arquitetura tingida de amarelo,
[5] com suas torres e esculturas que abraça o campo de visão; o histórico café Martinho da Arcada, frequentado por
Fernando Pessoa; o quiosque de licor de ginja; as esplanadas dos cafés; o clima de festa no rosto dos turistasH
Em outros dias, fui soterrada pelo peso da história da praça. Foi nela que se registrou, em 1640, o fim do
domínio espanhol, assinalado com a morte do secretário de estado — o infeliz foi atirado da janela do palácio para a
praça. Esse mesmo cenário foi transformado em escombros pelo terremoto de 1755. O Palácio Real e sua biblioteca
[10] de 70 mil volumes, documentos históricos e centenas de obras de arte — entre as quais pinturas de Ticiano e
Rubens — foram completamente destruídos. Nessa mesma praça, em 1908, o rei D. Carlos e o seu filho foram
assassinados.
A mesma praça, dois estados: peso e leveza. As duas faces da vida na visão do filósofo grego Parmênides,
que via o mundo como pares opostos: o ser e o não ser, o quente e o frio, o peso e a leveza. Apesar da pertinência,
[15 ]Parmênides tinha preferência pela leveza, porque ela tinha mais chances de trazer a liberdade.
E qual é o problema? A ironia. Com todo esse arsenal de leveza, a cada dia, a vida parece mais pesada e
difícil de suportar. Dizendo melhor: a busca da leveza é pesada, e estamos caminhando em círculos: buscamos a
leveza, encontramos o peso e, por isso, aumentamos ainda mais a nossa sede pela leveza. O primeiro que alertou
para esse fracasso foi o teórico da hipermodernidade Gilles Lipovetsky. Para ele, a leveza do digital é uma ilusão.
[20] Você pode discordar ou, pelo menos, considerar um exagero. Afinal, não é óbvia a leveza do mundo digital.
As demoradas correspondências, entregues pelo carteiro, deram lugar a mensagens instantâneas para
qualquer lugar do planeta. E melhor: nada das eternas cartas empoeiradas guardadas no fundo do baú e o peso de
ser cobrado no futuro por promessas escritas e o confronto de provas concretas. Agora, pode-se trocar mensagens e
fotos que se autodestroem, segundos depois de serem lidos. Tudo como uma magia etérea, um sopro de ar.
[25] E isso não é bom? É. O problema é que essa “leveza” traz junto o peso da ditadura das respostas imediatas
(“Visualizou e não responde? Por quê?”). Alguns podem dizer que a tecnologia em si não é má, basta saber usá-la.
Ok. Você quer usufruir da leveza de não ser incomodado com mensagens. Não dá.
A eficiência da tecnologia trouxe a impossibilidade de se distanciar, de se ausentar. Lembra o clássico
“Qualquer dia eu desapareço!”? Impossível. Você pode ir para os confins do mundo, qualquer lugar tem wi-fi. A
[30] tecnologia traz a leveza da existência nômade, o “meu escritório é o mundo”, mas também é mensageira da vida em
fluxo tenso, do “zero atraso” e da sensação de estar “enterrado no trabalho”.
É. Mas a tecnologia trouxe quantidade, leveza e agilidade para a principal busca humana: o outro. Será? Os
aplicativos de relacionamentos proporcionam muitos encontros — sem compromisso. Sim, mas eles não eliminam o
peso da insegurança e o medo da rejeição. A tecnologia oferece um cardápio de pessoas à escolha, mas não elimina
[35] o peso das expectativas e os sonhos de amor, nem as frustrações que daí decorrem. Ela oferece a leveza das
delícias da experimentação, mas também o peso de não ser aceito e o pesadelo do abandono. E, por fim, o
hedonismo ligeiro dos sites de namoro a exibir catálogos de pessoas não retirou um milímetro da importância da
exclusividade.
E por que é assim? Porque não existe nada leve ou pesado. Não há como experimentar a leveza doce do
[40] amor por um filho, sem o peso do dever de educá-lo. A existência etérea da borboleta carrega o peso da memória da
lagarta. Eles não são contraditórios, são faces da mesma moeda, se alternam e se encontram. São parte da
diversidade necessária para o equilíbrio da vida. Milan Kundera no maravilhoso livro A Insustentável Leveza do
Ser — que não posso deixar de citar — personifica essa união nos personagens Teresa (peso) e Thomas (leveza).
E mesmo que fosse possível escolher. Qual dos dois é o melhor? A leveza intensifica a sensação de
[45] liberdade, mas também traz a insignificância e a dispersão. Ela não carrega malas, mas também não cria vínculos. O
peso vem quando nos relacionamos, mas só nos relacionamos quando a leveza permite que sejamos tocados. O
peso nos puxa para a terra, diminui a nossa agilidade, mas é esse mesmo peso que pavimenta o caminho da leveza
de se rever e de se perder naqueles que amamos. A leveza traz a capacidade para o sonho, mas é no peso que
encontramos o sentido da vida.
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/o-peso-e-a-leveza-de-viver//. Acesso em: 12 out. 2021. Adaptado.
Tendo em vista as ideias defendidas no texto, analise as afirmativas que se seguem.
I. A internet será benéfica se as pessoas souberem usá-la, por exemplo, afastando-se dela quando isso se fizer necessário.
II. A tecnologia digital foi desenvolvida para dar liberdade, no entanto, escraviza as pessoas.
III. Não há como usufruir somente da leveza da vida, pois essa leveza gera consequências pesadas.
IV. O ideal seria que a vida fosse feita somente de leveza, pois o peso nada acrescenta e gera angústia, sofrimento e escravização.
As ideias defendidas no texto são as que estão nas afirmativas
O peso e a leveza de viver
Por conta de um seminário na margem sul do Tejo, cruzei a Praça do Comércio durante toda a semana. Saía
do barco, atravessava a praça e avançava sob o arco da rua Augusta, oficialmente a porta de entrada da cidade. O
mesmo trajeto que, durante séculos, fizeram todos aqueles que chegavam a Lisboa por mar. Apesar da repetição, o
trajeto nunca foi monótono. Houve dias em que senti uma leveza extrema: a belíssima arquitetura tingida de amarelo,
[5] com suas torres e esculturas que abraça o campo de visão; o histórico café Martinho da Arcada, frequentado por
Fernando Pessoa; o quiosque de licor de ginja; as esplanadas dos cafés; o clima de festa no rosto dos turistasH
Em outros dias, fui soterrada pelo peso da história da praça. Foi nela que se registrou, em 1640, o fim do
domínio espanhol, assinalado com a morte do secretário de estado — o infeliz foi atirado da janela do palácio para a
praça. Esse mesmo cenário foi transformado em escombros pelo terremoto de 1755. O Palácio Real e sua biblioteca
[10] de 70 mil volumes, documentos históricos e centenas de obras de arte — entre as quais pinturas de Ticiano e
Rubens — foram completamente destruídos. Nessa mesma praça, em 1908, o rei D. Carlos e o seu filho foram
assassinados.
A mesma praça, dois estados: peso e leveza. As duas faces da vida na visão do filósofo grego Parmênides,
que via o mundo como pares opostos: o ser e o não ser, o quente e o frio, o peso e a leveza. Apesar da pertinência,
[15 ]Parmênides tinha preferência pela leveza, porque ela tinha mais chances de trazer a liberdade.
E qual é o problema? A ironia. Com todo esse arsenal de leveza, a cada dia, a vida parece mais pesada e
difícil de suportar. Dizendo melhor: a busca da leveza é pesada, e estamos caminhando em círculos: buscamos a
leveza, encontramos o peso e, por isso, aumentamos ainda mais a nossa sede pela leveza. O primeiro que alertou
para esse fracasso foi o teórico da hipermodernidade Gilles Lipovetsky. Para ele, a leveza do digital é uma ilusão.
[20] Você pode discordar ou, pelo menos, considerar um exagero. Afinal, não é óbvia a leveza do mundo digital.
As demoradas correspondências, entregues pelo carteiro, deram lugar a mensagens instantâneas para
qualquer lugar do planeta. E melhor: nada das eternas cartas empoeiradas guardadas no fundo do baú e o peso de
ser cobrado no futuro por promessas escritas e o confronto de provas concretas. Agora, pode-se trocar mensagens e
fotos que se autodestroem, segundos depois de serem lidos. Tudo como uma magia etérea, um sopro de ar.
[25] E isso não é bom? É. O problema é que essa “leveza” traz junto o peso da ditadura das respostas imediatas
(“Visualizou e não responde? Por quê?”). Alguns podem dizer que a tecnologia em si não é má, basta saber usá-la.
Ok. Você quer usufruir da leveza de não ser incomodado com mensagens. Não dá.
A eficiência da tecnologia trouxe a impossibilidade de se distanciar, de se ausentar. Lembra o clássico
“Qualquer dia eu desapareço!”? Impossível. Você pode ir para os confins do mundo, qualquer lugar tem wi-fi. A
[30] tecnologia traz a leveza da existência nômade, o “meu escritório é o mundo”, mas também é mensageira da vida em
fluxo tenso, do “zero atraso” e da sensação de estar “enterrado no trabalho”.
É. Mas a tecnologia trouxe quantidade, leveza e agilidade para a principal busca humana: o outro. Será? Os
aplicativos de relacionamentos proporcionam muitos encontros — sem compromisso. Sim, mas eles não eliminam o
peso da insegurança e o medo da rejeição. A tecnologia oferece um cardápio de pessoas à escolha, mas não elimina
[35] o peso das expectativas e os sonhos de amor, nem as frustrações que daí decorrem. Ela oferece a leveza das
delícias da experimentação, mas também o peso de não ser aceito e o pesadelo do abandono. E, por fim, o
hedonismo ligeiro dos sites de namoro a exibir catálogos de pessoas não retirou um milímetro da importância da
exclusividade.
E por que é assim? Porque não existe nada leve ou pesado. Não há como experimentar a leveza doce do
[40] amor por um filho, sem o peso do dever de educá-lo. A existência etérea da borboleta carrega o peso da memória da
lagarta. Eles não são contraditórios, são faces da mesma moeda, se alternam e se encontram. São parte da
diversidade necessária para o equilíbrio da vida. Milan Kundera no maravilhoso livro A Insustentável Leveza do
Ser — que não posso deixar de citar — personifica essa união nos personagens Teresa (peso) e Thomas (leveza).
E mesmo que fosse possível escolher. Qual dos dois é o melhor? A leveza intensifica a sensação de
[45] liberdade, mas também traz a insignificância e a dispersão. Ela não carrega malas, mas também não cria vínculos. O
peso vem quando nos relacionamos, mas só nos relacionamos quando a leveza permite que sejamos tocados. O
peso nos puxa para a terra, diminui a nossa agilidade, mas é esse mesmo peso que pavimenta o caminho da leveza
de se rever e de se perder naqueles que amamos. A leveza traz a capacidade para o sonho, mas é no peso que
encontramos o sentido da vida.
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/o-peso-e-a-leveza-de-viver//. Acesso em: 12 out. 2021. Adaptado.
De acordo com o texto, é CORRETO afirmar:
O peso e a leveza de viver
Por conta de um seminário na margem sul do Tejo, cruzei a Praça do Comércio durante toda a semana. Saía
do barco, atravessava a praça e avançava sob o arco da rua Augusta, oficialmente a porta de entrada da cidade. O
mesmo trajeto que, durante séculos, fizeram todos aqueles que chegavam a Lisboa por mar. Apesar da repetição, o
trajeto nunca foi monótono. Houve dias em que senti uma leveza extrema: a belíssima arquitetura tingida de amarelo,
[5] com suas torres e esculturas que abraça o campo de visão; o histórico café Martinho da Arcada, frequentado por
Fernando Pessoa; o quiosque de licor de ginja; as esplanadas dos cafés; o clima de festa no rosto dos turistasH
Em outros dias, fui soterrada pelo peso da história da praça. Foi nela que se registrou, em 1640, o fim do
domínio espanhol, assinalado com a morte do secretário de estado — o infeliz foi atirado da janela do palácio para a
praça. Esse mesmo cenário foi transformado em escombros pelo terremoto de 1755. O Palácio Real e sua biblioteca
[10] de 70 mil volumes, documentos históricos e centenas de obras de arte — entre as quais pinturas de Ticiano e
Rubens — foram completamente destruídos. Nessa mesma praça, em 1908, o rei D. Carlos e o seu filho foram
assassinados.
A mesma praça, dois estados: peso e leveza. As duas faces da vida na visão do filósofo grego Parmênides,
que via o mundo como pares opostos: o ser e o não ser, o quente e o frio, o peso e a leveza. Apesar da pertinência,
[15 ]Parmênides tinha preferência pela leveza, porque ela tinha mais chances de trazer a liberdade.
E qual é o problema? A ironia. Com todo esse arsenal de leveza, a cada dia, a vida parece mais pesada e
difícil de suportar. Dizendo melhor: a busca da leveza é pesada, e estamos caminhando em círculos: buscamos a
leveza, encontramos o peso e, por isso, aumentamos ainda mais a nossa sede pela leveza. O primeiro que alertou
para esse fracasso foi o teórico da hipermodernidade Gilles Lipovetsky. Para ele, a leveza do digital é uma ilusão.
[20] Você pode discordar ou, pelo menos, considerar um exagero. Afinal, não é óbvia a leveza do mundo digital.
As demoradas correspondências, entregues pelo carteiro, deram lugar a mensagens instantâneas para
qualquer lugar do planeta. E melhor: nada das eternas cartas empoeiradas guardadas no fundo do baú e o peso de
ser cobrado no futuro por promessas escritas e o confronto de provas concretas. Agora, pode-se trocar mensagens e
fotos que se autodestroem, segundos depois de serem lidos. Tudo como uma magia etérea, um sopro de ar.
[25] E isso não é bom? É. O problema é que essa “leveza” traz junto o peso da ditadura das respostas imediatas
(“Visualizou e não responde? Por quê?”). Alguns podem dizer que a tecnologia em si não é má, basta saber usá-la.
Ok. Você quer usufruir da leveza de não ser incomodado com mensagens. Não dá.
A eficiência da tecnologia trouxe a impossibilidade de se distanciar, de se ausentar. Lembra o clássico
“Qualquer dia eu desapareço!”? Impossível. Você pode ir para os confins do mundo, qualquer lugar tem wi-fi. A
[30] tecnologia traz a leveza da existência nômade, o “meu escritório é o mundo”, mas também é mensageira da vida em
fluxo tenso, do “zero atraso” e da sensação de estar “enterrado no trabalho”.
É. Mas a tecnologia trouxe quantidade, leveza e agilidade para a principal busca humana: o outro. Será? Os
aplicativos de relacionamentos proporcionam muitos encontros — sem compromisso. Sim, mas eles não eliminam o
peso da insegurança e o medo da rejeição. A tecnologia oferece um cardápio de pessoas à escolha, mas não elimina
[35] o peso das expectativas e os sonhos de amor, nem as frustrações que daí decorrem. Ela oferece a leveza das
delícias da experimentação, mas também o peso de não ser aceito e o pesadelo do abandono. E, por fim, o
hedonismo ligeiro dos sites de namoro a exibir catálogos de pessoas não retirou um milímetro da importância da
exclusividade.
E por que é assim? Porque não existe nada leve ou pesado. Não há como experimentar a leveza doce do
[40] amor por um filho, sem o peso do dever de educá-lo. A existência etérea da borboleta carrega o peso da memória da
lagarta. Eles não são contraditórios, são faces da mesma moeda, se alternam e se encontram. São parte da
diversidade necessária para o equilíbrio da vida. Milan Kundera no maravilhoso livro A Insustentável Leveza do
Ser — que não posso deixar de citar — personifica essa união nos personagens Teresa (peso) e Thomas (leveza).
E mesmo que fosse possível escolher. Qual dos dois é o melhor? A leveza intensifica a sensação de
[45] liberdade, mas também traz a insignificância e a dispersão. Ela não carrega malas, mas também não cria vínculos. O
peso vem quando nos relacionamos, mas só nos relacionamos quando a leveza permite que sejamos tocados. O
peso nos puxa para a terra, diminui a nossa agilidade, mas é esse mesmo peso que pavimenta o caminho da leveza
de se rever e de se perder naqueles que amamos. A leveza traz a capacidade para o sonho, mas é no peso que
encontramos o sentido da vida.
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/o-peso-e-a-leveza-de-viver//. Acesso em: 12 out. 2021. Adaptado.
Considere o trecho: “Em outros dias, fui soterrada pelo peso da história da praça. Foi nela que se registrou, em 1640, o fim do domínio espanhol, assinalado com a morte do secretário de estado — o infeliz foi atirado da janela do palácio para a praça.” (Linhas 7-9)
Sobre a organização sintática do trecho, analise as afirmativas que se seguem.
I. A vírgula depois da palavra “dias” foi usada de acordo com a norma, para separar uma oração subordinada adverbial, que está antecipada.
II. As vírgulas que intercalam o termo “em 1640” foram usadas de acordo com a norma, para separar um adjunto adverbial não oracional antecipado.
III. O uso do pronome “se” proclítico é obrigatório segundo a norma, pois a palavra “que” é atrativa.
IV. O travessão foi usado depois da palavra “estado” para introduzir um aposto explicativo não oracional.
Estão CORRETAS as afirmativas:
Progresso: a vida sempre se renova
De acordo com o filósofo inglês John Gray, o grande paradoxo moderno é a ideia do progresso. No que toca à vertente econômica, vários teóricos já chamaram a atenção para os prejuízos — e mesmo a inviabilidade desse modelo. Por outro lado, na nossa vida, experimentamos o mesmo efeito danoso da ideia do progresso. Somos cobrados para ambicionar mais, para ter sempre mais, numa fonte permanente de desgaste e frustração.
Dessa forma, todos os dias somos desafiados a — tal como Sísifo — rolar a pedra montanha acima. Contudo, apesar de muitas vezes nos darmos conta da inutilidade da tarefa, continuamos a repeti-la porque a ideia do progresso está entranhada em nós. E os rebeldes que decidem renunciar ao trabalho infrutífero? São atormentados pela ideia da estagnação. Não há saída. Entretanto, vem ao nosso socorro, as ideias de John Gray.
Segundo ele, essa é uma preocupação desnecessária e não deveria nos atormentar. Os progressos e os retrocessos estão sempre acontecendo e não dependem de nós. Eles fazem parte do fluxo normal da história, do fluxo normal da vida.
Disponível em: https://vidasimples.co/conviver/progresso-a-vida-sempre-se-renova/. Acesso em: 12 out. 2021. Adaptado.
Como recurso de argumentação, o autor usa, no texto, os seguintes tipos de intertextualidade:
Texto
Sobre o texto, analise as seguintes afirmativas:
I. Verifica-se, observando a sequência do texto, que, no último quadro, há uma quebra de expectativa, recurso usado, de forma recorrente, nas tirinhas, para a produção de humor.
II. Verifica-se o uso da ironia, já que, na mensagem que escreve, a personagem critica o uso das máscaras tecnológicas, e é justamente o que ela pretende fazer, conforme se vê no último quadro.
III. Um dos objetivos discursivos do texto é fazer uma crítica a uma ação muito comum na internet, nos dias atuais, que é divulgar textos como se a autoria fosse de uma pessoa de notoriedade.
IV. O texto proporciona uma reflexão sobre o tempo que se gasta com a internet em detrimento de outros aspectos importantes da vida, os quais merecem também a dedicação de um tempo para eles.
Estão CORRETAS as afirmativas: