Hoje poderíamos acrescentar a última e talvez a mais formidável forma de tal dominação: a burocracia, ou o domínio de um intrincado sistema de departamentos, no qual homem algum pode ser tido como responsável, e que poderia ser chamado com muita propriedade o domínio de Ninguém. (Se, de acordo com o pensamento político, identificarmos a tirania como um tipo de governo que não responde por seus próprios atos, o domínio de Ninguém é claramente o mais tirânico de todos, uma vez que não existe alguém a quem se possa solicitar que preste conta por aquilo que está sendo feito. É esse estado de coisas que torna impossível a localização da responsabilidade e a identificação do inimigo, que figura entre as mais potentes causas da inquietação rebelde que reina em todo o mundo, de sua natureza caótica, e de sua perigosa tendência a descontrolar-se.) Hannah Arendt. Sobre a violência.
Hannah Arendt. Sobre a violência.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana (...)
Constituição Federal de 1988, Capítulo V.
Democracia e tirania consistem em fenômenos políticos presentes no Ocidente desde a Grécia antiga, entretanto a burocracia é uma forma de dominação mais próxima dos dias atuais, vinculada à tirania no texto de Hannah Arendt.
O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao país em 1918. O ano foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio. O segundo centenário, a ocorrer neste ano, virá na cauda de outra pandemia. As mudanças nesses 200 anos foram enormes. No entanto, os analistas que se encarregaram do tema de nossa trajetória reconhecem que há mais continuidades do que rupturas.
José Murilo de Carvalho. 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar. In: O Estado de S. Paulo, 1.º/1/2022, p. D20 (com adaptações).
Infere-se do texto que, em dois séculos de vida nacional independente, não foi expressiva a transformação ocorrida no país: mantiveram-se a economia agroexportadora, a baixa taxa de urbanização e o pequeno acesso à educação, embora se tenha reduzido significativamente o problema da desigualdade.
O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao país em 1918. O ano foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio. O segundo centenário, a ocorrer neste ano, virá na cauda de outra pandemia. As mudanças nesses 200 anos foram enormes. No entanto, os analistas que se encarregaram do tema de nossa trajetória reconhecem que há mais continuidades do que rupturas.
José Murilo de Carvalho. 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar. In: O Estado de S. Paulo, 1.º/1/2022, p. D20 (com adaptações).
A partir do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial, o Brasil avançou na industrialização e na acelerada urbanização, tendo vivenciado, entre 1946 e 1964, significativa experiência democrática, ainda que acompanhada de diversas crises políticas.
Os indígenas macuxi radicados em Roraima contam que o kanaimé pode transformar-se em diferentes animais e ser um predador mortal. A série A Guerra dos Kanaimés 1 (2020), do artista macuxi Jaider Esbell, evoca a ideia de espíritos que provocam a morte de quem os encontra e projeta essa ideia sobre os conflitos contemporâneos vividos pelo seu povo, confrontado por ofensivas que visam explorar predatoriamente as suas terras.
Internet: 34.bienal.org.br/artistas/ (com adaptações).
O artista utiliza a figura do kanaimé para personificar seu povo e sua força nas ações de resistência às investidas colonizadoras contra a etnia macuxi.
Como visitante e fora da lista de artistas convidados, Denilson Baniwa realizou uma performance na Bienal de São Paulo de 2018. Ele circulou pelo espaço expositivo com máscara e manto de onça, evocando cantos. Comprou um livro sobre a história da arte na livraria e, enquanto rasgava o livro comprado, fez um discurso-manifesto, declarando que a arte mantém os indígenas presos no passado, sem direito a um futuro.
Internet: enciclopedia.itaucultural.org.br (com adaptações).
As obras de Denilson Baniwa e de Jean-Baptiste Debret revelam a miscigenação cultural dos povos que constituíram a população brasileira.
Áreas de risco são regiões muito sujeitas a desastres naturais, como desabamentos e inundações, por isso não se recomenda a construção de moradias nessas áreas. O aumento de desastres naturais em áreas de riscos expõe as fragilidades do uso e ocupação do território brasileiro.
No Brasil, o crescimento da urbanização e da desigualdade social acentua a incidência de áreas de risco e dos impactos dos desastres naturais.