Considere o segmento de texto, extraído da “CARTA DE UMA MÃE, COSTUREIRA, À REDAÇÃO DO "JORNAL DA TARDE", in AMADO, Jorge. Capitães da Areia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1937, pp.28-29:
“Sr. Redator:
Desculpe os erros e a letra pois não sou custumeira nestas coisas de escrever e se hoje venho a vossa presença é para botar os pontos nos ii. Vi no jornal uma noticia sobre os furtos dos ‘Capitães da Areia’ e logo depois veio a policia e disse que ia perseguir eles” (...)
Em “...e disse que ia perseguir eles...”, o uso do pronome pessoal reto em sentença na posição de complemento verbal é típico de variante coloquial, aqui expressa pela fala de uma costureira.
Pela norma culta, e em se tratando de um texto escrito, o pronome pessoal oblíquo - o – (e as alterações derivadas desse uso) é a forma adequada para ocupar o lugar de um termo sintático conhecido como:
No enunciado “as Terras Indígenas aparecem como verdadeiros oásis de florestas”, extraído de WAPICHANA, Cristino. A Boca da Noite.
Rio de Janeiro: ZIT, 2016 (1ªedição), verificamos o uso do sentido figurado, por meio da construção de uma figura de linguagem bastante produtiva – metáfora - que:
Em março de 2019, na Universidade Federal de Goiás (UFG), na palestra de abertura do Congresso Adolescer 2019 intitulada “O ato na adolescência: como a inclusão na sociedade é importante”, a professora do curso de psicologia da USP Miriam Debiex destacou a necessidade de construirmos um laço social que acolha a juventude.
O Jornal da Universidade Federal de Goiás (UFG) publicou matéria sobre a palestra, da qual extraímos o parágrafo a seguir:
“Para ela, as pessoas sofrem de falta de memória sobre sua própria adolescência. Acham que a adolescência é o tempo da alegria, e esse pensamento acaba ensurdecendo a adolescência atual. Porque é um tempo de frustrações, de dilemas. A cobrança dessa alegria é uma forma de agressão. E isso se dá de forma ainda mais grave entre os adolescentes já marginalizados, dando-se ênfase à frustração quanto ao que o adolescente deveria ser. A rotulação faz com que o adolescente seja reduzido ao ato produzido, por exemplo um crime, quando ele é mais do que isso. ‘Atribuir identidades como marginal, drogado, engessam o jovem, eliminam tudo mais que ele é’. Segundo ela, ‘O laudo de periculosidade é exemplo disso, transpõe para a psicologia um discurso ideológico e atribui um tratamento diferente entre classes sociais’.”
Acesso em 19/10/2021. Disponível em https://jornal.ufg.br/n/115236-oato-na-adolescencia-como-a-inclusao-na-sociedade-e-importante
“O laudo de periculosidade é exemplo disso, transpõe para a psicologia um discurso ideológico e atribui um tratamento diferente entre classes sociais”.
No trecho destacado acima, observamos na fala da palestrante que a utilização do termo disso na sentença, faz referência a alguma informação já apresentada no parágrafo reproduzido, e que pode ser reconhecida em:
TEXTO
A construção histórica do racismo
[...]
Passados mais de 130 anos da abolição, a população preta continua ocupando a base da pirâmide social no Brasil. O número de negros entre a parcela mais pobre do país é de 76%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A discriminação no mercado de trabalho também é escancarada. Enquanto a média de rendimento mensal do profissional branco é de R$ 2.697, já do trabalhador preto é de mensal R$ 1.526, aponta a PNAD.
Maria Irenilda Pereira, Estado de Minas, em 11/05/2018
No texto, os conectivos em destaque figuram em diferentes períodos, construindo sintaticamente a ideia de mostrar a diferença entre os salários de brancos e negros.
Esses termos carregam, respectivamente, os sentidos de:
O poema Corpo-África foi publicado no portal da literatura afro-brasileira – LITERAFRO - em setembro de 2021, em cujo tema assim se lia: RESISTIR/EXISTIR: a poesia afro-brasileira nos Cadernos Negros 39, um poema contemporâneo que é construído por meio da força criadora da linguagem figurada como um desabafo do eu-lírico, em que 2 mundos em conflito estão apartados pelo racismo. Há um jogo de algumas metonímias cuja maior expressão está resumida em seu título Corpo-África. Em vários versos, percebemos as partes do corpo sendo mencionadas como representantes desse todo que seria a identidade africana sendo negada e silenciada pelo racismo estrutural da sociedade ou, então, partes do outro corpo adversário, causadores do sofrimento do eulírico.
Nesse contexto, considere as alternativas a seguir e assinale a que apresenta o uso CORRETO da crase.