“[...] a gripe espanhola em países mais pobres teve um perfil diferente. Raramente se leva em conta que 60% da mortalidade global (e isso representa ao menos 20 milhões de mortes) ocorreu no Punjabi, em Bombaim, e em outras partes da Índia Ocidental onde exportações de grão para a Inglaterra e práticas brutais de requisição coincidiram com uma seca generalizada. A escassez de alimentos decorrente disso levou milhões de pobres à beira da fome. Essas populações tornaram-se vítimas de uma sinistra sinergia entre subnutrição, que suprimia sua resposta imune à infecção, e surtos desenfreados de pneumonias virais e bacterianas. Em outro caso semelhante, o Irã sob ocupação inglesa, tendo passado por muitos anos de seca, cólera e escassez alimentar, além de um surto generalizado de malária, pré-condicionou a morte de, estima-se, um quinto da população”.
(Adaptado de DAVIS, Mike. “O coronavírus e a luta de classes: o monstro bate à nossa porta”. Tradução de Artur Renzo. Disponível em https://blogdaboitempo.com.br/2020/03/16/mike-davis-o-coronaviruse-a-luta-de-classes-o-monstro-bate-a-nossa-porta/.Acesso: 25/11/2020.)
No artigo de Mike Davis, destacam-se as consequências da epidemia da chamada “gripe espanhola”, que assolou o planeta no início do século XX.
O conceito histórico que pode ser associado às relações internacionais mencionadas no texto acima é:
“Sambaqui é uma palavra de etimologia Tupi, língua falada pelos horticultores e ceramistas que ocupavam parte significativa da colonização. Tamba significa conchas e ki amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio. Trata-se de denominação amplamente utilizada pelos pesquisadores e que denota a capacidade de observação e síntese dos falantes Tupis. Os sítios são caracterizados basicamente por serem uma elevação de forma arredondada, que em algumas regiões do Brasil, chega a ter mais de 30m de altura.[...] São construídos basicamente com restos faunísticos como conchas, ossos de peixes e mamíferos. Ocorrem também frutos e sementes, sendo que determinadas áreas dos sítios foram espaços dedicados ao ritual funerário e lá foram sepultados homens, mulheres e crianças de diferentes idades.”
(Fonte: GASPAR, Madu. Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p.9)
A partir do texto e da imagem acima, assinale a alternativa CORRETA sobre o tema comum aos dois documentos.
“Além do termo imperium, toda a estrutura do Império Romano sobreviveu na história como um ‘modelo cognitivo’ de identificação de império. Tornou-se um referencial de apropriações para a construção de novas ideologias imperiais na Idade Média, nas eras napoleônica e vitoriana, para a experiência fascista e de nossa contemporaneidade e até para a ficção futurista, como provam as alegorias utilizadas pela trilogia cinematográfica de Guerras nas Estrelas. Com base na apropriação do termo imperium, a historiografia do século XIX construiu a definição de império como a política expansionista e incorporadora, empreendida por Estados, que passavam a exercer por conquista a soberania sobre ampla extensão territorial. Tal definição nos remete à noção de impérios como fenômenos eminentemente políticos. No entanto, novos tipos de abordagens e de problemas podem ser construídos pelo estudo comparativo de diferentes tipos de impérios, apesar de considerarmos a especificidade de cada um.”
(Fonte: MENDES, Norma Musco; BUSTAMANTE, Regina Maria da Cunha; DAVIDSON, Jorge. “A experiência imperialista romana: teorias e práticas”. Tempo, Niterói, v. 9, n. 18, p. 17-41, Junho 2005. Disponível em . Acesso: 08/12/2020. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042005000100002)
Sobre a expansão romana na Antiguidade, assinale a alternativa que apresenta um dos conflitos militares cujas consequências diretas foram fundamentais nesse processo.
“A coprodução irlandesa-canadense Vikings, do canal History, é sucesso de público e crítica: explora personagens e eventos históricos da era de ouro da expansão viking, no século 9. [...] Tão estereotipada quanto a imagem do viking usando chifres [...] é a ideia de que os povos nórdicos eram brutos que só sabiam guerrear. ‘A série vai atrás de um barbarismo, tenta alimentar essa nossa visão romântica do viking como guerreiro selvagem fora do mundo cristão’, afirma [o historiador Pablo] Miranda. [...] Episódios como a fundação do Ducado da Normandia, pelo personagem Rollo, evidenciam outras facetas dos vikings: eles não estavam interessados apenas em saquear, mas também em estabelecer colônias e, muitas vezes, até se aliar a franceses ou ingleses, lutando contra seu próprio povo. Já personagens como o monge Aethelstan e, mais recentemente, o bispo Heahmund, simbolizam a penetração da fé cristã na Escandinávia Medieval. [...] Quem se converteu primeiro foi a Dinamarca, que então fez pressão política para que os reinos sueco e norueguês fizessem o mesmo.”
(Fonte: OLIVEIRA. A. J. “O viking como ele é: especialista compara série com a história real”. Texto publicado em 20 fev de 2018. Disponível em https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2018/02/oviking-como-ele-e-especialista-compara-serie-com-historia-real.html. Acesso: 29/11/2020.)
A partir da leitura do texto acima e de seus conhecimentos sobre a chamada “Alta Idade Média europeia” (período compreendido entre os séculos V e X), é possível afirmar que:
“Se algum dia conversou por mais tempo com um escravo, Castro Alves, por pudor, prudência ou receio de parecer bisbilhoteiro, não lhe pôs perguntas sobre o passado. Nem sobre sua vida e seus valores, que provavelmente teria dificuldade de entender. Bastava-lhe saber que os negros sofriam violência e degradação. Se tivesse ouvido um escravo falar de sua terra natal, ou do que dela contaram seus pais, certamente não teria descrito a África sem qualquer amparo na realidade, a repetir as imagens tiradas do orientalismo romântico francês e a estender para o sul do Saara as paisagens do deserto. [...] Essa percepção equivocada da África de onde foram trazidos os escravos negros para o Brasil não afeta a sinceridade e a força das palavras de denúncia, que queimam no quinto movimento de ‘O navio negreiro’, nem a grandeza monumental daquele poema que geralmente é citado em sua companhia, como se fosse a outra aba do retábulo: ‘Vozes d’África’.
(Adaptado de COSTA E SILVA, Alberto da. “Imagens da África”. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 1, n. 12, Set/2006, pp. 26-31.)
A crítica feita pelo autor às imagens apresentadas nos poemas de Castro Alves diz respeito a certas vozes de denúncia contra o sistema escravista brasileiro que:
“As modificações sobre as interpretações do Iluminismo começaram a partir de 1970, no momento em que os historiadores iniciaram uma nova leitura sobre a historiografia do Iluminismo. Isso aconteceu devido às pesquisas realizadas no âmbito do estudo das ideias da sociedade do século XVIII, que tinha o objetivo de pesquisar como os ideais iluministas foram difundidos e recebidos pela população de sua época. Ademais, as interpretações e traduções de termos passaram pelas análises de fontes da época antes de passarem pelas traduções. As consequências dessas alterações foram sentidas pelos próprios especialistas, que passaram a entender o Iluminismo não mais como um movimento homogêneo, um bloco único de ideias iguais, sem ramificações, centrado quase que exclusivamente na França; agora passava a ser interpretado como um movimento heterogêneo, com várias ramificações com algumas ideias em comum, mas longe de serem uniformes.”
(Adaptado de LOPES, Flavio Renato de Aguiar. “Iluminismo ou iluminismos?” In Revista Vernáculo, n. 27, 1º sem/2011, pp. 133-161 147- 149. Acessado em 25/11/2020. Disponível em https://revistas.ufpr.br/vernaculo/article/view/31092/21011)
O ideário europeu, que marcou o século XVIII, contribuiu para a eclosão da Revolução Francesa, ao: