A Sociologia foi criada na Europa do século XIX, conturbada por mudanças históricas, socioculturais, econômicas e políticas que já vinham ocorrendo paulatinamente poucos séculos antes. Como marcos exemplares dessas mudanças encontram-se o Protestantismo, o Iluminismo, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial. Esses marcos históricos tiveram influências diretas no surgimento desta ciência social. Todas as transformações ocorridas nesse contexto social e histórico serviram de base para os primeiros estudos da Sociologia.
Considerando esses marcos históricos e a criação da Sociologia, assinale a afirmação verdadeira.
Leia atentamente o seguinte texto:
“A política agora é feita no mercado. Só que esse mercado global não existe como ator, mas como uma ideologia, um símbolo. Os atores são as empresas globais, que não têm preocupações éticas, nem finalísticas. Dir-se-á que, no mundo da competitividade, ou se é cada vez mais individualista, ou se desaparece. Então, a própria lógica de sobrevivência da empresa global sugere que funcione sem nenhum altruísmo. Mas, se o Estado não pode ser solidário e a empresa não pode ser altruísta, a sociedade como um todo não tem quem a valha. Agora se fala muito num terceiro setor, em que as empresas privadas assumiriam um trabalho de assistência social antes deferido ao poder público. Caber-lhes-ia, desse modo, escolher quais os beneficiários, privilegiando uma parcela da sociedade e deixando a maior parte de fora. Haveria frações do território e da sociedade a serem deixadas por conta, desde que não convenham ao cálculo das firmas. Essa ‘política’ das empresas equivale à decretação de morte da Política”.
Fonte: Milton Santos. Por uma outra globalização. 6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 67.
Considerando o excerto acima, é correto dizer que
Émile Durkheim (1858-1917) contribuiu para o estabelecimento das bases cientifico-racionais da Sociologia. De modo geral, toda ciência se caracteriza pela existência de métodos e objetos de estudo próprios que delimitam a sua abrangência de análise da realidade a que se dedica em investigar.
Em sua obra As Regras do Método Sociológico (1895), Durkheim define o objeto próprio de estudo da Sociologia, qual seja,
Dentre os primeiros teóricos e metodólogos da Sociologia, Auguste Comte (1798-1857) é posto como um dos seus mais importantes iniciadores. Ele cunhou o termo “Sociologia” para designar esta nova ciência social e procurava identificar as causas necessárias ou as leis e lógicas sociais que regem e movimentam as sociedades. Comte é um dos inventores de uma das mais importantes correntes teórico-metodológicas do século XIX que foi base de muitas outras ciências à época.
A corrente teórico-metodológica postulada por Auguste Comte foi
Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), na sua obra Raízes do Brasil, publicada no ano de 1936, aponta que o povo brasileiro tem como uma de suas características culturais a “cordialidade”. O “brasileiro cordial”, criado historicamente no seio do modelo da família patriarcal, seria guiado nas suas relações sociais por uma “ética emotiva” e personalista. Isto significa que, de modo geral, as pessoas no Brasil não seriam culturalmente direcionadas para o “cultivo do espírito”, da “razão”, mas sim do “coração”. E, assim, na crítica de Holanda (1995), a cordialidade aqui seria inadequada aos ritos sociais próprios da vida cidadã e da modernidade capitalista. Para este autor, o “brasileiro cordial” é menos adaptado para o trabalho racional seja no Estado seja nas empresas privadas modernas.
HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Considerando essa “cordialidade brasileira”, segundo Holanda, avalie as seguintes afirmações:
I. A personalidade do “homem cordial” proporciona habilidade para o trato impessoal com a coisa pública.
II. A emotividade do “homem cordial” o torna inapto para as atividades que demandam razão e impessoalidade.
III. A cordialidade é própria de qualquer forma de convívio social ditada pelas proximidades pessoais e afetivas.
IV. O “brasileiro cordial” cultiva, no seio da família tradicional patriarcal, o personalismo ritual da cidadania.
Está correto o que se afirma somente em