Observe as expressões sublinhadas no fragmento do artigo A era da desinformação, de Manoel Lemos:
Não podemos negar que a internet tornou-se um dos principais meios para a disseminação de informações. Em 2018, a rede cruzou a marca dos 4 bilhões de usuários. Mais da metade da população mundial está conectada a ela. [...]
[...]
Mas não é só a escala e a velocidade da internet que são fatos novos. Ao contrário de seus predecessores – TV e rádio –, a internet está ao alcance de todos. Qualquer pessoa pode usá-la para disseminar suas ideias a milhões. Por um lado, foi possível dar voz a milhares de pessoas que não eram representadas e que agora têm como lutar por seus direitos. Do outro, colocamos um canhão nas mãos dos que usam a desinformação como ferramenta.
(LEMOS, Manoel. A era da desinformação. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 10 jul. 2019. Caderno de economia, p. B6. Adaptado.)
Assinale a alternativa que corretamente nomeia o tipo de colocação pronominal utilizada:
Tanto na comunicação cotidiana quanto na produção de textos literários, o emprego da conotação, em conjunto com a denotação, contribui para um uso mais eficiente da língua.
Considere o texto a seguir:
Os guerrilheiros dispersaram para avançar. A serra mecânica – abelha furando um morro de salalé – continuava a sua tarefa. Havia o mecânico, que acionava a serra, e o ajudante, com a lata de gasolina e de óleo; mais atrás, quatro operários com machados. Todos tão embebidos na tarefa que não repararam nas sombras furtivas. Nem protestaram, quando viram os canos das pépéchás virados para eles. Os olhos abriram-se, o imenso branco dos olhos comendo a cara toda, a boca aberta num grito que não ousou sair e ficou vibrando interiormente. O Comissário e Ekuikui avançaram para a serra. Ekuikui encostou o cano da arma às costas do mecânico:
— Não mexe!
O mecânico olhou por cima do ombro e compreendeu rapidamente a situação. Fez parar a serra. O silêncio
que se seguiu furou os ouvidos dos guerrilheiros, subiu
às copas das árvores e ficou pairando, misturado à neblina que encobria o Mayombe.
— Todos para aqui, vamos! – ordenou o Comissário.
Juntaram os prisioneiros, revistaram-nos para procurar armas: retiraram dois canivetes.
— Há outros? – perguntou o Comissário.
— Ali – murmurou o mecânico, apontando o sítio para onde se dirigira o Chefe de Operações.
— Soldados?
— Só no quartel. A dez quilómetros.
— O branco?
— Está no camião.
— Vamos. E não tentem fugir, ninguém vos fará mal.
O cortejo partiu em direção ao ponto de encontro. Muatiânvua vigiava o mecânico, que carregava a serra. Os outros trabalhadores tremiam.
(PEPETELA, pseud. Mayombe. 5. ed. Lisboa: Publicações, Dom Quixote, 1993, p. 15.)
Analise atentamente a linguagem das informações apresentadas nos itens a seguir:
I - “Nem protestaram, quando viram os canos das pépéchás virados para eles. Os olhos abriram-se, o imenso branco dos olhos comendo a cara toda, a boca aberta num grito que não ousou sair e ficou vibrando interiormente.”
II - “Fez parar a serra. O silêncio que se seguiu furou os ouvidos dos guerrilheiros, subiu às copas das árvores e ficou pairando, misturado à neblina que encobria o Mayombe.”
III - “— Ali – murmurou o mecânico, apontando o sítio para onde se dirigira o Chefe de Operações.”
IV - “O cortejo partiu em direção ao ponto de encontro. Muatiânvua vigiava o mecânico, que carregava a serra. Os outros trabalhadores tremiam.”
Em quais dos trechos destacados o paroxismo das sensações é explorado conotativamente? Assinale a opção correta:
A luta contra o preconceito tem ainda um longo caminho a percorrer. Sobre esse tema, leia o fragmento do artigo Brigar é o espaço do fracassado, de Leandro Karnal:
O preconceito declarado ainda possui nichos de legitimação. O orgulho antigo de manifestar opiniões pejorativas sobre um grupo não pode mais ser declarado porque, entre outras coisas, alguns preconceitos conduzem à cadeia. Declarar-se racista ou misógino ainda encontra eco, porém, atrapalha a carreira e até impede um novo emprego. Parece que hoje existe a dor de não poder mais ser um “macho cafajeste” ou expressar a tradicional opinião imbecil sobre o Nordeste. Existe uma “demanda contida”, uma “nostalgia” pelos tempos em que ser idiota era até um distintivo de graça pessoal. Trata-se de um fenômeno mundial. [...]
(KARNAL, Leandro: ‘Brigar é o espaço do fracassado’. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 10 jul. 2019. Caderno 2, p. C5.)
Sobre o que se afirma no texto lido, analise os itens que se seguem:
I - O autor deixa entrever uma postura contrária ao preconceito que se percebe na sociedade.
II - A sociedade, em geral, apresenta-se livre de preconceitos diversos a manifestar-se nos mais variados campos da ação humana.
III - O texto não aponta consequências negativas do preconceito em âmbitos diferentes da organização social.
IV - No penúltimo período do texto, há crítica ao preconceito, potencializada por teor irônico.
De acordo com os itens analisados, marque a alternativa que contenha apenas proposições corretas:
Leia com atenção o texto A história de quando a noite reinava na Terra, de Mia Couto:
Antigamente, não havia senão noite e Deus pastoreava as estrelas no céu. Quando lhes dava mais alimento elas engordavam e a sua pança abarrotava de luz. Nesse tempo, todas as estrelas comiam, todas luziam de igual alegria. Os dias ainda não haviam nascido e, por isso, o Tempo caminhava com uma perna só. E tudo era tão lento no infinito firmamento!
Até que, no rebanho do pastor, nasceu uma estrela com ganância de ser maior que todas as outras. Essa estrela chamava-se Sol e cedo se apropriou dos pastos celestiais, expulsando para longe as outras estrelas que começaram a definhar.
Pela primeira vez houve estrelas que penaram e, magrinhas, foram engolidas pelo escuro. Mais e mais o Sol ostentava grandeza, vaidoso dos seus domínios e do seu nome tão masculino. Ele, então, se intitulou patrão de todos os astros, assumindo arrogâncias de centro do Universo. Não tardou a proclamar que ele é que tinha criado Deus.
O que sucedeu, na verdade, é que, com o Sol, assim soberano e imenso, tinha nascido o Dia. A Noite só se atrevia a aproximar-se quando o Sol, cansado, se ia deitar. Com o Dia, os homens esqueceram-se dos tempos infinitos em que todas as estrelas brilhavam de igual felicidade. E esqueceram a lição da Noite que sempre tinha sido rainha sem nunca ter que reinar.
(COUTO, Mia. A confissão da leoa. Disponível em: https://www.miacouto.org/. Acesso em: 27 jul. 2019.)
Nesse texto, Mia Couto recorre ao recurso das formas simples para a explicação da origem das coisas.
Assinale a alternativa correta que indica o gênero popular a que o texto se assemelha: