Leia o texto a seguir e responda à questão.
O mundo
Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir ao céu. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso – revelou. – Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chega perto pega fogo.
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2019, p. 10.
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração.
Com base em seus conhecimentos em sintaxe, classifique corretamente o trecho “no litoral da Colômbia”, presente entre vírgulas no primeiro parágrafo.
Composta em 1982, depois da criação do estado de Mato Grosso do Sul, a canção Sonhos Guaranis, musicalizada no gênero “guarânia” (conforme ensina o Professor Evandro Higa, Doutor em Música), já teve muitos dos (possíveis) sentidos explorados por variados trabalhos acadêmicos em diferentes áreas do conhecimento, segundo registra e discute Flávio Faccioni (2020), apontando a falta de estudos sobre o papel dos elementos linguísticos que veiculam tais sentidos.
Leia, a seguir, a letra da canção “Sonhos Guaranis” para responder à questão.
Mato Grosso encerra
em sua própria terra
sonhos guaranis
Por campos e serras
[5] a história enterra
uma só raiz
Que aflora nas emoções
e o tempo faz cicatriz
Em mil canções
[10] lembrando o que não se diz
Mato Grosso espera
esquecer quisera
o som dos fuzis
Se não fosse a guerra
[15] quem sabe hoje era
um outro país
Amante das tradições
de que me fiz aprendiz
Por mil paixões
[20] podendo morrer feliz
Cego é o coração que trai
Aquela voz primeira
que de dentro sai
E às vezes me deixa assim
[25] Ao revelar que eu vim
Da fronteira
onde o Brasil foi Paraguai [...]
SATER, Almir; SIMÕES, Paulo. Sonhos Guaranis. Rio de Janeiro: Som Livre, 1982. [Letra] disponível em: https://www.letras.mus.br/paulo-simoes/381685/. Acesso em: 31 dez.2020.
Esta questão focaliza elementos ou recursos linguísticos, por meio dos quais significações e sentidos do texto são construídos.
Com base em seus conhecimentos prévios e na contextualização acima e investindo na leitura/interpretação da letra da música, é correto afirmar que:
Considere a contextualização a seguir e o texto que a sucede, que são referências para as questão. A pesquisadora Rita Pacheco Limberti, ao se pronunciar sobre Cantos de terra, afirma que os cantos de Emmanuel Marinho: “São exaltações, declarações, confissões; são lamentos, denúncias, protestos. (...) O poeta/menino/boiadeiro/Juana nos exorta, todos, ao caminho da igualdade e do amor. Voz de veludo e dedo na ferida". Essas duas expressões nominais com que Limberti caracteriza a obra são usadas por Jorgina Espíndola Ortega de Lima (2013), em estudo sobre a construção da imagem do índio na produção poética do escritor.
Leia, a seguir, o fragmento de um dos poemas integrantes da obra mencionada:
SUPER-HERÓIS
[...]
O TIO PATINHAS?
O TIO PATINHAS TENTOU GANHAR MINHA
CABEÇA
COM SEUS CIFRÕES
MAS PARA MIM AQUELAS NOTAS
[5] NÃO TOCAVAM A NOTA CERTA
SE ELE PENSOU QUE EU FOSSE
ALGUM SUPERPATETA
DANÇOU!
O FLASH GORDON
[10] HERÓI DE TODOS OS PLANETAS
QUE VENDEU TANTO PICOLÉ LÁ NO SERTÃO
DEVE SABER DE PERTO A CONDIÇÃO DA
GENTE
PODIA APARECER AQUI TÃO DE REPENTE
E NOS DAR A MÃO
[15] QUEM SABE MANDANDO O MANDRAKE
FAZER UMA MÁGICA
QUE LIBERTASSE TODA A AMÉRICA
[...]
MAS O QUE EU QUERIA MESMO
ERA UM HERÓI SEM ARMAS
[20] ÁTOMOS, PARAFUSOS OU PENAS
E QUE VIESSE VESTIDO APENAS
DE LEITE, PÃO E MANTEIGA
E APARECESSE A TODAS AS CRIANCINHAS
NO CAFÉ DA MANHÃ
[25] E AVISASSE QUE ESSA HISTÓRIA DE TARZAN
JÁ MATOU MUITO BICHO
E MUITO ÍNDIO POR AQUI.
MARINHO, Emmanuel. “Super-heróis”. In: Cantos de terra. Campo Grande: Letra Livre, 2016. p. 23-24.
Qual é a única alternativa que NÃO traz informações verdadeiras sobre os sentidos produzidos no poema?
Considere a contextualização a seguir e o texto que a sucede, que são referências para as questão. A pesquisadora Rita Pacheco Limberti, ao se pronunciar sobre Cantos de terra, afirma que os cantos de Emmanuel Marinho: “São exaltações, declarações, confissões; são lamentos, denúncias, protestos. (...) O poeta/menino/boiadeiro/Juana nos exorta, todos, ao caminho da igualdade e do amor. Voz de veludo e dedo na ferida". Essas duas expressões nominais com que Limberti caracteriza a obra são usadas por Jorgina Espíndola Ortega de Lima (2013), em estudo sobre a construção da imagem do índio na produção poética do escritor.
Leia, a seguir, o fragmento de um dos poemas integrantes da obra mencionada:
SUPER-HERÓIS
[...]
O TIO PATINHAS?
O TIO PATINHAS TENTOU GANHAR MINHA
CABEÇA
COM SEUS CIFRÕES
MAS PARA MIM AQUELAS NOTAS
[5] NÃO TOCAVAM A NOTA CERTA
SE ELE PENSOU QUE EU FOSSE
ALGUM SUPERPATETA
DANÇOU!
O FLASH GORDON
[10] HERÓI DE TODOS OS PLANETAS
QUE VENDEU TANTO PICOLÉ LÁ NO SERTÃO
DEVE SABER DE PERTO A CONDIÇÃO DA
GENTE
PODIA APARECER AQUI TÃO DE REPENTE
E NOS DAR A MÃO
[15] QUEM SABE MANDANDO O MANDRAKE
FAZER UMA MÁGICA
QUE LIBERTASSE TODA A AMÉRICA
[...]
MAS O QUE EU QUERIA MESMO
ERA UM HERÓI SEM ARMAS
[20] ÁTOMOS, PARAFUSOS OU PENAS
E QUE VIESSE VESTIDO APENAS
DE LEITE, PÃO E MANTEIGA
E APARECESSE A TODAS AS CRIANCINHAS
NO CAFÉ DA MANHÃ
[25] E AVISASSE QUE ESSA HISTÓRIA DE TARZAN
JÁ MATOU MUITO BICHO
E MUITO ÍNDIO POR AQUI.
MARINHO, Emmanuel. “Super-heróis”. In: Cantos de terra. Campo Grande: Letra Livre, 2016. p. 23-24.
Com base nos princípios e nos procedimentos indispensáveis ao estudo de textos literários e na leitura/análise do poema, é correto afirmar que:
Leia o texto a seguir e responda à questão.
O mundo
Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir ao céu. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso – revelou. – Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chega perto pega fogo.
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2019, p. 10.
A imagem construída pelo autor ao se referir ao “mar de fogueirinhas” faz alusão:
No romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, a memória funciona como fio condutor da narrativa e acompanha a apresentação dos fatos da história a partir do autor personagem, Bentinho, narrador do romance. Em determinados trechos, há a presença de uma função de linguagem específica e que se torna marca registrada de Machado de Assis, sendo recorrente também no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e em outras obras. Leia o trecho a seguir, em que aparece essa função de linguagem.
“Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores, alguns nem tanto [...].”
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. p. 67.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a função presente no fragmento acima.