Releia o texto abaixo:
“Os primeiros escritos da nossa vida [...] são informações que viajantes e missionários europeus colheram sobre a natureza e o homem brasileiro.
[...]
Em mais de um momento a inteligência brasileira, reagindo contra certos processos agudos de europeização, procurou nas raízes da terra e do nativo imagens para se afirmar em face do estrangeiro: então, os cronistas voltaram a ser lidos, e até glosados, tanto por um Alencar romântico e saudosista como por um Mário ou um Oswald de Andrade modernistas. Daí o interesse obliquamente estético da ‘literatura’ de informação.”
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 43 ed. São Paulo: Cultrix, 2006)
Pode-se afirmar coerentemente, a respeito dele, que
Pode-se afirmar corretamente, a respeito do soneto de Gregório de Matos, abaixo, que
DESCREVE O QUE ERA NAQUELE TEMPO A CIDADE DA BAHIA
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para o levar à praça, e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
A respeito do excerto abaixo, pode-se considerar que
“O Barroquismo nasce com as primeiras vozes jesuítas, penetra os séculos XVII e XVIII, manifestando-se pela poesia e prosa ufanista, pela poesia crioula de Gregório de Matos, pela parenética de Vieira e seus descendentes, pela prosa e poesia das academias, e atinge mesmo o começo do século XIX, sob um mimetismo de decadência.”
(COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil: volume 2. 7 ed. São Paulo: Global, 2004)
Leia o trecho do texto abaixo, sobre resenha do filme "O Paciente – O caso Tancredo Neves". (Preview, set/2018)
"Em 1985, vinte e um anos depois de um dos períodos mais negros da história do Brasil, a esperança estava depositada em Tancredo Neves, mineiro de 75 anos que se tornaria presidente e selaria o fim da ditadura militar. Ele chegava ao poder depois de ter sido deputado estadual e federal, governador de Minas Gerais, senador e primeiroministro de João Goulart."
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso):
( ) O texto faz referência ao golpe militar de 1964.
( ) As formas verbais do futuro do pretérito são inadequadas, pois o certo seria "se tornou" e "selou"
( ) "ter sido" é forma verbal passiva no tempo composto.
( ) há presença de metáfora e metonímia no trecho.
( ) as vírgulas depois de "1985" e "Brasil" se justificam por se tratar de aposto
Indique a alternativa que tem a sequência correta.
Sobre o texto abaixo, é válido afirmar que
“À turva luz oscilante dos lampiões de petróleo, em linha, dando à noite lúgubres pavores de enterros, veem-se fundas e extensas valas cavadas de fresco, onde alguns homens ásperos, rudes, com o tom soturno dos mineiros, andam colocando largos tubos de barro para o encanamento das águas da cidade.
A terra, em torno dos formidáveis ventres abertos, revolta e calcária, com imensa quantidade de pedras brutas sobrepostas, dá ideia da derrocada de terrenos abalados por bruscas convulsões subterrâneas.”
Com relação ao texto que segue, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso):
“Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”
( ) No 5º verso, “vãs” é um adjetivo bigênere empregado no plural por se referir ao termo composto “ânsia e mágoa”.
( ) Em “ri-se a orquestra irônica”, temos um caso de animismo ou antropomorfismo.
( ) Em “às tetas”, a crase se justifica porque a expressão feminina tem valor adverbial de lugar.
( ) Em “cujas bocas pretas”, o pronome relativo poderia ser substituído por “suas”, já que tem valor possessivo.
( ) Há um equívoco flagrante no emprego de “Rega”, no singular, já que essa forma verbal deveria concordar, no plural, com o sujeito “cujas bocas pretas”.
Indique a alternativa que contém a sequência correta.