INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
Analise as proposições abaixo quanto à veracidade (V) ou falsidade (F), de acordo com o texto.
( ) Viagens só deixam boas recordações.
( ) Há problemas maiores e outros menores durante uma viagem.
( ) Nada pode atenuar os problemas durante uma viagem.
Assinale a alternativa que completa adequadamente os parênteses, de cima para baixo.
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas do texto, de acordo com a numeração das linhas.
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
A palavra mas (linha 01), com base no texto, marca uma oposição entre
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
Relacione os conectores, apresentados na COLUNA A, aos seus significados no contexto textual, apresentados na COLUNA B.
COLUNA A
1 Desde (...), até (linhas 02 e 03)
2 Ainda assim (linha 04)
3 ou (linha 08)
4 aliás (linha 11)
COLUNA B
( ) Promove ênfase.
( ) Indica uma graduação de dados.
( ) Promove uma ressalva.
( ) Fornece opção.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
Com base no texto, as expressões uma dezena de vezes (linha 06), emperrou (linha 13), ladeiras (linha 14) e show de música (linha 19) poderiam ser substituídas, sem prejuízo de sentido e respectivamente, por
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo.
A capacidade de se encantar
Martha Medeiros
[1] Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar
um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como
a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da
plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja
[5] onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu _____ volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver
alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na
Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar _____ paisagem, ou que estão à beira do
mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou
[10] que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.
Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da
natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem _____ elegância dos transeuntes, entram numa
gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e
não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
[15] Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo
com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem
informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar
sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm
[20] medo de ir _____ Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São
os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma
espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para
se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das
[25] vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao
inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
(Disponível em URL http://wp.clicrbs.com.br/viajandocomarte/2012/04/22/a-capacidade-de-se-encantar-por-martha-medeiros/. Acesso em: 4-4-13.)
À linha 07, encontra-se o segmento alguns viajantes tão blasés. Com base no texto, viajantes blasés são aqueles que