TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
Fui demitido. Perdi o emprego em que estava
trabalhando há seis anos. Especialista numa área em
que poucos profissionais possuem conhecimento e
preparo para atuar, definitivamente não esperava que
[5] isso viesse a acontecer. Nem meus colegas de
trabalho entenderam os motivos que levaram a
instituição a tomar essa providência.
Por incrível que pareça, fiquei menos abalado
do que todos os demais. Não que eu estivesse
[10] esperando, pois já estávamos fazendo planos com o
departamento em que atuava para novas aulas e
cursos no ano que iria começar... Mas, como sabemos
o quanto o mundo é competitivo, e como a
globalização tem redirecionado as energias e exigido
[15] custos mínimos e máxima produtividade, penso até
que isso demorou a acontecer. Já havia ocorrido
idêntica situação com outros profissionais de
qualidade que, engajados em projetos da instituição,
da noite para o dia foram simplesmente “desligados”
[20] de suas funções, demitidos sumariamente...
Não que isso seja uma particularidade dessa
instituição onde estive trabalhando ao longo dos
últimos anos. Tampouco é possível encarar os
acontecimentos como derivados de alguma
[25] perseguição ou diferença pessoal. Tudo ocorre da
forma mais impessoal possível. A despeito de todo o
trabalho feito, do reconhecimento do público-alvo,
o que é avaliado não é sua capacidade profissional, e
sim o quanto você custa para a empresa. Num
[30] mercado altamente competitivo, no qual os custos com
publicidade são cada vez mais exorbitantes, em que
é necessário dispor de infraestrutura e recursos
materiais de ponta, a mão de obra qualificada e de
alto custo deixou de ser um diferencial no qual seja
[35] prioritário investir.
O fim do emprego, como era concebido nos
últimos 50 ou 60 anos, é uma realidade. Poucos serão
os que ficarão por mais de 5 ou 8 anos numa mesma
empresa. Carreiras duradouras, em que o sujeito
[40] trabalhava ao longo de toda sua existência num
mesmo emprego, serão raríssimas. A rotatividade
profissional do trabalhador, até recentemente vista
como um sinal de imaturidade ou falta de seriedade,
passou a ser encarada como acúmulo de experiências
[45] e de diversidade de habilidades e possibilidades
funcionais.
De acordo com o consultor Ricardo Neves, em
seu livro O Novo Mundo Digital, adentramos um
mundo em que o emprego, aquele vínculo entre
[50] empresa e empregado, que dá ao funcionário uma
forte sensação de estabilidade associada a fatores,
como os benefícios trabalhistas e, principalmente, o
salário mensal, está dando lugar ao conceito de
trabalho. E o que seria então trabalho? Seria, no caso,
[55] a vinculação a projetos e planos, ações e realizações
de prazo variável (curto, médio ou longo), para os
quais os profissionais seriam contratados como
“terceiros”, enquanto durassem essas empreitadas.
E as garantias trabalhistas? São suprimidas, pois
[60] representam custos altos que as empresas precisam
cortar. E os salários? São substituídos por honorários
pagos aos profissionais que atuam como empresas,
ou seja, que são identificados como pessoas jurídicas.
O que se estabelece, a partir de agora, passa a ser o
[65] vínculo profissional free-lance, bastante conhecido
dos profissionais que atuam na imprensa.
Também é uma prerrogativa dos novos tempos
que a tecnologia esteja cada vez mais incorporada
ao cotidiano e que, em alguns casos, como já ocorreu
[70] em vários segmentos profissionais, máquinas, como
computadores, robôs e sistemas sofisticados
substituam trabalhadores.
Outra situação bastante comum, em vigor nos
Estados Unidos e em outros países, é a transferência
[75] dos setores de produção mais pesada para onde a
mão de obra e os custos governamentais sejam
menores. Exemplos de onde isso já está efetivado são
a Índia e a China, que absorveram grande parte dos
investimentos deslocados do primeiro mundo em
[80] busca de custos mais baixos.
É por isso que, mesmo tendo perdido o
emprego, não acreditei, em momento algum, que
fosse vítima de alguma perseguição da instituição.
Entendi que os custos que significava para a empresa
[85] eram um pouco mais altos do que a média local e
que, em virtude disso, fui mais uma vítima da
competição globalizada...
O que fazer? Se preparar para o futuro – que
não será tenebroso e sim diferente – estudando, se
[90] preparando, buscando novos espaços, virando a
página e dando a volta por cima...
Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.Passim. Acesso em: 24 nov. 2017.
O “fim do emprego” (l. 36) é uma referência à
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
Fui demitido. Perdi o emprego em que estava
trabalhando há seis anos. Especialista numa área em
que poucos profissionais possuem conhecimento e
preparo para atuar, definitivamente não esperava que
[5] isso viesse a acontecer. Nem meus colegas de
trabalho entenderam os motivos que levaram a
instituição a tomar essa providência.
Por incrível que pareça, fiquei menos abalado
do que todos os demais. Não que eu estivesse
[10] esperando, pois já estávamos fazendo planos com o
departamento em que atuava para novas aulas e
cursos no ano que iria começar... Mas, como sabemos
o quanto o mundo é competitivo, e como a
globalização tem redirecionado as energias e exigido
[15] custos mínimos e máxima produtividade, penso até
que isso demorou a acontecer. Já havia ocorrido
idêntica situação com outros profissionais de
qualidade que, engajados em projetos da instituição,
da noite para o dia foram simplesmente “desligados”
[20] de suas funções, demitidos sumariamente...
Não que isso seja uma particularidade dessa
instituição onde estive trabalhando ao longo dos
últimos anos. Tampouco é possível encarar os
acontecimentos como derivados de alguma
[25] perseguição ou diferença pessoal. Tudo ocorre da
forma mais impessoal possível. A despeito de todo o
trabalho feito, do reconhecimento do público-alvo,
o que é avaliado não é sua capacidade profissional, e
sim o quanto você custa para a empresa. Num
[30] mercado altamente competitivo, no qual os custos com
publicidade são cada vez mais exorbitantes, em que
é necessário dispor de infraestrutura e recursos
materiais de ponta, a mão de obra qualificada e de
alto custo deixou de ser um diferencial no qual seja
[35] prioritário investir.
O fim do emprego, como era concebido nos
últimos 50 ou 60 anos, é uma realidade. Poucos serão
os que ficarão por mais de 5 ou 8 anos numa mesma
empresa. Carreiras duradouras, em que o sujeito
[40] trabalhava ao longo de toda sua existência num
mesmo emprego, serão raríssimas. A rotatividade
profissional do trabalhador, até recentemente vista
como um sinal de imaturidade ou falta de seriedade,
passou a ser encarada como acúmulo de experiências
[45] e de diversidade de habilidades e possibilidades
funcionais.
De acordo com o consultor Ricardo Neves, em
seu livro O Novo Mundo Digital, adentramos um
mundo em que o emprego, aquele vínculo entre
[50] empresa e empregado, que dá ao funcionário uma
forte sensação de estabilidade associada a fatores,
como os benefícios trabalhistas e, principalmente, o
salário mensal, está dando lugar ao conceito de
trabalho. E o que seria então trabalho? Seria, no caso,
[55] a vinculação a projetos e planos, ações e realizações
de prazo variável (curto, médio ou longo), para os
quais os profissionais seriam contratados como
“terceiros”, enquanto durassem essas empreitadas.
E as garantias trabalhistas? São suprimidas, pois
[60] representam custos altos que as empresas precisam
cortar. E os salários? São substituídos por honorários
pagos aos profissionais que atuam como empresas,
ou seja, que são identificados como pessoas jurídicas.
O que se estabelece, a partir de agora, passa a ser o
[65] vínculo profissional free-lance, bastante conhecido
dos profissionais que atuam na imprensa.
Também é uma prerrogativa dos novos tempos
que a tecnologia esteja cada vez mais incorporada
ao cotidiano e que, em alguns casos, como já ocorreu
[70] em vários segmentos profissionais, máquinas, como
computadores, robôs e sistemas sofisticados
substituam trabalhadores.
Outra situação bastante comum, em vigor nos
Estados Unidos e em outros países, é a transferência
[75] dos setores de produção mais pesada para onde a
mão de obra e os custos governamentais sejam
menores. Exemplos de onde isso já está efetivado são
a Índia e a China, que absorveram grande parte dos
investimentos deslocados do primeiro mundo em
[80] busca de custos mais baixos.
É por isso que, mesmo tendo perdido o
emprego, não acreditei, em momento algum, que
fosse vítima de alguma perseguição da instituição.
Entendi que os custos que significava para a empresa
[85] eram um pouco mais altos do que a média local e
que, em virtude disso, fui mais uma vítima da
competição globalizada...
O que fazer? Se preparar para o futuro – que
não será tenebroso e sim diferente – estudando, se
[90] preparando, buscando novos espaços, virando a
página e dando a volta por cima...
Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.Passim. Acesso em: 24 nov. 2017.
O texto se caracteriza por ser
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
Fui demitido. Perdi o emprego em que estava
trabalhando há seis anos. Especialista numa área em
que poucos profissionais possuem conhecimento e
preparo para atuar, definitivamente não esperava que
[5] isso viesse a acontecer. Nem meus colegas de
trabalho entenderam os motivos que levaram a
instituição a tomar essa providência.
Por incrível que pareça, fiquei menos abalado
do que todos os demais. Não que eu estivesse
[10] esperando, pois já estávamos fazendo planos com o
departamento em que atuava para novas aulas e
cursos no ano que iria começar... Mas, como sabemos
o quanto o mundo é competitivo, e como a
globalização tem redirecionado as energias e exigido
[15] custos mínimos e máxima produtividade, penso até
que isso demorou a acontecer. Já havia ocorrido
idêntica situação com outros profissionais de
qualidade que, engajados em projetos da instituição,
da noite para o dia foram simplesmente “desligados”
[20] de suas funções, demitidos sumariamente...
Não que isso seja uma particularidade dessa
instituição onde estive trabalhando ao longo dos
últimos anos. Tampouco é possível encarar os
acontecimentos como derivados de alguma
[25] perseguição ou diferença pessoal. Tudo ocorre da
forma mais impessoal possível. A despeito de todo o
trabalho feito, do reconhecimento do público-alvo,
o que é avaliado não é sua capacidade profissional, e
sim o quanto você custa para a empresa. Num
[30] mercado altamente competitivo, no qual os custos com
publicidade são cada vez mais exorbitantes, em que
é necessário dispor de infraestrutura e recursos
materiais de ponta, a mão de obra qualificada e de
alto custo deixou de ser um diferencial no qual seja
[35] prioritário investir.
O fim do emprego, como era concebido nos
últimos 50 ou 60 anos, é uma realidade. Poucos serão
os que ficarão por mais de 5 ou 8 anos numa mesma
empresa. Carreiras duradouras, em que o sujeito
[40] trabalhava ao longo de toda sua existência num
mesmo emprego, serão raríssimas. A rotatividade
profissional do trabalhador, até recentemente vista
como um sinal de imaturidade ou falta de seriedade,
passou a ser encarada como acúmulo de experiências
[45] e de diversidade de habilidades e possibilidades
funcionais.
De acordo com o consultor Ricardo Neves, em
seu livro O Novo Mundo Digital, adentramos um
mundo em que o emprego, aquele vínculo entre
[50] empresa e empregado, que dá ao funcionário uma
forte sensação de estabilidade associada a fatores,
como os benefícios trabalhistas e, principalmente, o
salário mensal, está dando lugar ao conceito de
trabalho. E o que seria então trabalho? Seria, no caso,
[55] a vinculação a projetos e planos, ações e realizações
de prazo variável (curto, médio ou longo), para os
quais os profissionais seriam contratados como
“terceiros”, enquanto durassem essas empreitadas.
E as garantias trabalhistas? São suprimidas, pois
[60] representam custos altos que as empresas precisam
cortar. E os salários? São substituídos por honorários
pagos aos profissionais que atuam como empresas,
ou seja, que são identificados como pessoas jurídicas.
O que se estabelece, a partir de agora, passa a ser o
[65] vínculo profissional free-lance, bastante conhecido
dos profissionais que atuam na imprensa.
Também é uma prerrogativa dos novos tempos
que a tecnologia esteja cada vez mais incorporada
ao cotidiano e que, em alguns casos, como já ocorreu
[70] em vários segmentos profissionais, máquinas, como
computadores, robôs e sistemas sofisticados
substituam trabalhadores.
Outra situação bastante comum, em vigor nos
Estados Unidos e em outros países, é a transferência
[75] dos setores de produção mais pesada para onde a
mão de obra e os custos governamentais sejam
menores. Exemplos de onde isso já está efetivado são
a Índia e a China, que absorveram grande parte dos
investimentos deslocados do primeiro mundo em
[80] busca de custos mais baixos.
É por isso que, mesmo tendo perdido o
emprego, não acreditei, em momento algum, que
fosse vítima de alguma perseguição da instituição.
Entendi que os custos que significava para a empresa
[85] eram um pouco mais altos do que a média local e
que, em virtude disso, fui mais uma vítima da
competição globalizada...
O que fazer? Se preparar para o futuro – que
não será tenebroso e sim diferente – estudando, se
[90] preparando, buscando novos espaços, virando a
página e dando a volta por cima...
Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.Passim. Acesso em: 24 nov. 2017.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as alternativas que apresentam uma oposição correta entre a situação do passado e a do presente, nessa ordem, com relação ao mundo do trabalho apresentado no texto.
( ) carreiras duradouras – rotatividade nos empregos.
( ) estabilidade e benefícios trabalhistas – vínculo efêmero e supressão de benefícios.
( ) salários estáveis – honorários variáveis.
( ) custos mínimos com pessoal – máxima produtividade.
( ) valorização da competência – valorização da qualificação profissional.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
Fui demitido. Perdi o emprego em que estava
trabalhando há seis anos. Especialista numa área em
que poucos profissionais possuem conhecimento e
preparo para atuar, definitivamente não esperava que
[5] isso viesse a acontecer. Nem meus colegas de
trabalho entenderam os motivos que levaram a
instituição a tomar essa providência.
Por incrível que pareça, fiquei menos abalado
do que todos os demais. Não que eu estivesse
[10] esperando, pois já estávamos fazendo planos com o
departamento em que atuava para novas aulas e
cursos no ano que iria começar... Mas, como sabemos
o quanto o mundo é competitivo, e como a
globalização tem redirecionado as energias e exigido
[15] custos mínimos e máxima produtividade, penso até
que isso demorou a acontecer. Já havia ocorrido
idêntica situação com outros profissionais de
qualidade que, engajados em projetos da instituição,
da noite para o dia foram simplesmente “desligados”
[20] de suas funções, demitidos sumariamente...
Não que isso seja uma particularidade dessa
instituição onde estive trabalhando ao longo dos
últimos anos. Tampouco é possível encarar os
acontecimentos como derivados de alguma
[25] perseguição ou diferença pessoal. Tudo ocorre da
forma mais impessoal possível. A despeito de todo o
trabalho feito, do reconhecimento do público-alvo,
o que é avaliado não é sua capacidade profissional, e
sim o quanto você custa para a empresa. Num
[30] mercado altamente competitivo, no qual os custos com
publicidade são cada vez mais exorbitantes, em que
é necessário dispor de infraestrutura e recursos
materiais de ponta, a mão de obra qualificada e de
alto custo deixou de ser um diferencial no qual seja
[35] prioritário investir.
O fim do emprego, como era concebido nos
últimos 50 ou 60 anos, é uma realidade. Poucos serão
os que ficarão por mais de 5 ou 8 anos numa mesma
empresa. Carreiras duradouras, em que o sujeito
[40] trabalhava ao longo de toda sua existência num
mesmo emprego, serão raríssimas. A rotatividade
profissional do trabalhador, até recentemente vista
como um sinal de imaturidade ou falta de seriedade,
passou a ser encarada como acúmulo de experiências
[45] e de diversidade de habilidades e possibilidades
funcionais.
De acordo com o consultor Ricardo Neves, em
seu livro O Novo Mundo Digital, adentramos um
mundo em que o emprego, aquele vínculo entre
[50] empresa e empregado, que dá ao funcionário uma
forte sensação de estabilidade associada a fatores,
como os benefícios trabalhistas e, principalmente, o
salário mensal, está dando lugar ao conceito de
trabalho. E o que seria então trabalho? Seria, no caso,
[55] a vinculação a projetos e planos, ações e realizações
de prazo variável (curto, médio ou longo), para os
quais os profissionais seriam contratados como
“terceiros”, enquanto durassem essas empreitadas.
E as garantias trabalhistas? São suprimidas, pois
[60] representam custos altos que as empresas precisam
cortar. E os salários? São substituídos por honorários
pagos aos profissionais que atuam como empresas,
ou seja, que são identificados como pessoas jurídicas.
O que se estabelece, a partir de agora, passa a ser o
[65] vínculo profissional free-lance, bastante conhecido
dos profissionais que atuam na imprensa.
Também é uma prerrogativa dos novos tempos
que a tecnologia esteja cada vez mais incorporada
ao cotidiano e que, em alguns casos, como já ocorreu
[70] em vários segmentos profissionais, máquinas, como
computadores, robôs e sistemas sofisticados
substituam trabalhadores.
Outra situação bastante comum, em vigor nos
Estados Unidos e em outros países, é a transferência
[75] dos setores de produção mais pesada para onde a
mão de obra e os custos governamentais sejam
menores. Exemplos de onde isso já está efetivado são
a Índia e a China, que absorveram grande parte dos
investimentos deslocados do primeiro mundo em
[80] busca de custos mais baixos.
É por isso que, mesmo tendo perdido o
emprego, não acreditei, em momento algum, que
fosse vítima de alguma perseguição da instituição.
Entendi que os custos que significava para a empresa
[85] eram um pouco mais altos do que a média local e
que, em virtude disso, fui mais uma vítima da
competição globalizada...
O que fazer? Se preparar para o futuro – que
não será tenebroso e sim diferente – estudando, se
[90] preparando, buscando novos espaços, virando a
página e dando a volta por cima...
Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.Passim. Acesso em: 24 nov. 2017.
O que se afirma sobre fragmentos do texto está correto em
I. “Por incrível que pareça” (l. 8) – enfatiza uma situação inesperada ou inusitada.
II. “da noite para o dia” (l. 19) – expressa situação real e previsível.
III. “Tampouco é possível” (l. 23) – reitera uma negação anterior.
IV. “A despeito de” (l. 26) – equivale à expressão ao contrário de.
V. “em momento algum” (l. 82) – expressa negação de circunstância temporal.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
Fui demitido. Perdi o emprego em que estava
trabalhando há seis anos. Especialista numa área em
que poucos profissionais possuem conhecimento e
preparo para atuar, definitivamente não esperava que
[5] isso viesse a acontecer. Nem meus colegas de
trabalho entenderam os motivos que levaram a
instituição a tomar essa providência.
Por incrível que pareça, fiquei menos abalado
do que todos os demais. Não que eu estivesse
[10] esperando, pois já estávamos fazendo planos com o
departamento em que atuava para novas aulas e
cursos no ano que iria começar... Mas, como sabemos
o quanto o mundo é competitivo, e como a
globalização tem redirecionado as energias e exigido
[15] custos mínimos e máxima produtividade, penso até
que isso demorou a acontecer. Já havia ocorrido
idêntica situação com outros profissionais de
qualidade que, engajados em projetos da instituição,
da noite para o dia foram simplesmente “desligados”
[20] de suas funções, demitidos sumariamente...
Não que isso seja uma particularidade dessa
instituição onde estive trabalhando ao longo dos
últimos anos. Tampouco é possível encarar os
acontecimentos como derivados de alguma
[25] perseguição ou diferença pessoal. Tudo ocorre da
forma mais impessoal possível. A despeito de todo o
trabalho feito, do reconhecimento do público-alvo,
o que é avaliado não é sua capacidade profissional, e
sim o quanto você custa para a empresa. Num
[30] mercado altamente competitivo, no qual os custos com
publicidade são cada vez mais exorbitantes, em que
é necessário dispor de infraestrutura e recursos
materiais de ponta, a mão de obra qualificada e de
alto custo deixou de ser um diferencial no qual seja
[35] prioritário investir.
O fim do emprego, como era concebido nos
últimos 50 ou 60 anos, é uma realidade. Poucos serão
os que ficarão por mais de 5 ou 8 anos numa mesma
empresa. Carreiras duradouras, em que o sujeito
[40] trabalhava ao longo de toda sua existência num
mesmo emprego, serão raríssimas. A rotatividade
profissional do trabalhador, até recentemente vista
como um sinal de imaturidade ou falta de seriedade,
passou a ser encarada como acúmulo de experiências
[45] e de diversidade de habilidades e possibilidades
funcionais.
De acordo com o consultor Ricardo Neves, em
seu livro O Novo Mundo Digital, adentramos um
mundo em que o emprego, aquele vínculo entre
[50] empresa e empregado, que dá ao funcionário uma
forte sensação de estabilidade associada a fatores,
como os benefícios trabalhistas e, principalmente, o
salário mensal, está dando lugar ao conceito de
trabalho. E o que seria então trabalho? Seria, no caso,
[55] a vinculação a projetos e planos, ações e realizações
de prazo variável (curto, médio ou longo), para os
quais os profissionais seriam contratados como
“terceiros”, enquanto durassem essas empreitadas.
E as garantias trabalhistas? São suprimidas, pois
[60] representam custos altos que as empresas precisam
cortar. E os salários? São substituídos por honorários
pagos aos profissionais que atuam como empresas,
ou seja, que são identificados como pessoas jurídicas.
O que se estabelece, a partir de agora, passa a ser o
[65] vínculo profissional free-lance, bastante conhecido
dos profissionais que atuam na imprensa.
Também é uma prerrogativa dos novos tempos
que a tecnologia esteja cada vez mais incorporada
ao cotidiano e que, em alguns casos, como já ocorreu
[70] em vários segmentos profissionais, máquinas, como
computadores, robôs e sistemas sofisticados
substituam trabalhadores.
Outra situação bastante comum, em vigor nos
Estados Unidos e em outros países, é a transferência
[75] dos setores de produção mais pesada para onde a
mão de obra e os custos governamentais sejam
menores. Exemplos de onde isso já está efetivado são
a Índia e a China, que absorveram grande parte dos
investimentos deslocados do primeiro mundo em
[80] busca de custos mais baixos.
É por isso que, mesmo tendo perdido o
emprego, não acreditei, em momento algum, que
fosse vítima de alguma perseguição da instituição.
Entendi que os custos que significava para a empresa
[85] eram um pouco mais altos do que a média local e
que, em virtude disso, fui mais uma vítima da
competição globalizada...
O que fazer? Se preparar para o futuro – que
não será tenebroso e sim diferente – estudando, se
[90] preparando, buscando novos espaços, virando a
página e dando a volta por cima...
Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.Passim. Acesso em: 24 nov. 2017.
Observe o seguinte período:
“adentramos um mundo em que o emprego, aquele vínculo entre empresa e empregado, que dá ao funcionário uma forte sensação de estabilidade associada a fatores, como os benefícios trabalhistas, e, principalmente, o salário mensal, está dando lugar ao conceito de trabalho. (l. 48-54)
Há uma afirmação correta sobre fatos gramaticais presentes nesse trecho em
I. O período é composto por coordenação.
II. “está dando lugar” se refere a “o emprego”.
III. “aquele vínculo entre empresa e empregado” constitui um aposto.
IV. Há duas ocorrências do conectivo que, como conjunção integrante.
V. “ao funcionário” tem a função de complemento nominal.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
TEXTO:
Anda, apressando-se, como a fugir. Não percebe
os que passam porque nada realmente importa a não
ser o encontro com Odilon. E a verdade é que, antes
de transpor a porta da casa, ali no Bângala, deteve-se
[5] frente ao espelho, no quarto, mas não teve coragem
de olhar-se. Pareceu-lhe que, vendo-se naquele
espelho, faltaria a coragem para o encontro. E por
isso, apenas por isso, ganhara a rua com rapidez.
Gasto é o vestido que usa, fora de moda, o
[10] melhor de todos que restaram. Os cabelos agora
brancos, sempre sedosos, não melhoram o rosto
cansado. Olhos sem brilho, boca um pouco murcha,
as rugas. Este é o lado, o lado de fora, que
Odilon verá. Sabe que Odilon – e se não mudou
[15] inteiramente – examinar-lhe-á o rosto com atenção
a observar todos os detalhes. Não poderá ver, porém,
o lado de dentro, precisamente o lado da consciência
e do coração.
........................................................................................
É o começo da ladeira, agora. Espera que o
[20] caminhão suba, invadindo o largo e espantando os
pombos, para transpô-la. E, apesar de andar muito
devagar, sente crescer a inquietação quanto mais se
aproxima do pátio da igreja, o lugar do encontro.
Minutos, faltam apenas alguns minutos! Perto, muito
[25] perto mesmo, já na escadaria que leva ao pátio, vê
Odilon. Está de pé, o paletó chegando aos joelhos, a
calça frouxa em dobras sobre as pernas, o laço da
gravata quase no peito, velho e sujo o chapéu de
feltro. E, talvez por causa do buquê de rosas
[30] vermelhas que tem na mão, parece um palhaço de
circo. É ele, Odilon, não há dúvida. Os cabelos
grisalhos, bastante envelhecido, mas o mesmo
homem de sempre.
Enorme o esforço de Eliane para que não chore
[35] e as mãos não tremam, agora, quando recebe as
rosas. Ele, com a face séria e tranquila, mantém-se
em silêncio por um minuto. Segurar o braço da
mulher é tudo o que faz. E, como se nada tivesse
acontecido naqueles trinta anos, desde que se
[40] separaram, ele apenas diz:
– Vamos, Eliane, vamos para casa.
Ergue o rosto e, vendo o sol que tudo inunda,
não sabe por que se lembra das manhãs de chuva
que sempre escurecem o Largo da Palma. Agora,
[45] como a vingar-se daquelas manhãs, o sol ajuda o céu
tão azul. E Eliane, ainda com o coração a bater muito
forte, não tem dúvida de que o seu velho largo, como
num dia de festa, está vestido de branco.
ADONIAS FILHO. O largo de branco. O Largo da Palma. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p. 31-32 e 46-47.
Usa-se a vírgula para separar adjunto adverbial antecipado ou intercalado no discurso.
Há um exemplo desse uso em