Leia o texto de Roberto DaMatta para responder à questão.
O mundo moderno assistiu ao nascimento de uma mudança radical na concepção de trabalho e pobreza. Antigamente, o trabalhador era o pobre, o homem comum. Os nobres faziam guerra e governavam. Eram o símbolo da autoridade e da justiça. Daí estarem excluídos do trabalho manual e, sobretudo, do trabalho na lavoura, que vergava o homem sobre si mesmo, fazendo-o encarar a terra, que é fonte de vida e também leito dos mortos.
Neste mundo, o nobre-rico, entretanto, tinha obrigação para com os pobres, os destituídos e os que eram obrigados a trabalhar. Dele deveria partir a esmola, o consolo e o exemplo de probidade, de acordo com o leque das virtudes cardeais que situava a caridade como a mais importante. Assim, os nobres estavam por cima, mas em termos, porque, melhor do que ninguém, sabiam que sem pobre não há rico e, se riqueza existe, ela se exprime precisamente pela obrigação de ajudar os necessitados. Caridade, honradez e honestidade eram parte crucial da agenda dos nobres.
O mundo moderno nasceu da destruição deste velho pacto entre ricos e pobres. Com o triunfo do mercado, acelerou-se o individualismo e tomou corpo a ideia de que cada qual deveria cuidar de si. O resultado foi o nascimento da ideia de que o pobre é aquele que não gosta de trabalhar e o rico é o sujeito premiado pelo seu esforço. Agora, pobre e rico não são mais duas faces de uma mesma moeda, mas são como dois corredores que, diz-se, começam a prova como iguais. O rico é o que chega primeiro, o pobre, por último.
Com isso, o trabalho deixou de ser um castigo e uma obrigação ligada a pobreza e a pecado para ser visto como uma vocação e um chamado. Algo que todos devem fazer porque o trabalho dignifica e eventualmente conduz à riqueza, que é uma prova de sucesso e de salvação.
(Explorações, 2011. Adaptado.)
“Agora, pobre e rico não são mais duas faces de uma mesma moeda” (3o parágrafo)
Quando dois elementos são descritos como “duas faces de uma mesma moeda”, isso quer dizer que
Leia o poema de Camilo Pessanha para responder à questão.
Eu via a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida1 e inerme2.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
(Clepsidra, 2009.)
1 lânguido: sem energia, em estado de fraqueza física e psicológica.
2 inerme: indefeso.
É correto dizer que o sujeito que enuncia o poema
Leia o poema de Camilo Pessanha para responder à questão.
Eu via a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida1 e inerme2.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
(Clepsidra, 2009.)
1 lânguido: sem energia, em estado de fraqueza física e psicológica.
2 inerme: indefeso.
“Eu via a luz em um país perdido.”
Na voz passiva, sem alterar seu significado geral, a oração assumiria a seguinte forma:
Leia o texto de Roberto DaMatta para responder à questão.
O mundo moderno assistiu ao nascimento de uma mudança radical na concepção de trabalho e pobreza. Antigamente, o trabalhador era o pobre, o homem comum. Os nobres faziam guerra e governavam. Eram o símbolo da autoridade e da justiça. Daí estarem excluídos do trabalho manual e, sobretudo, do trabalho na lavoura, que vergava o homem sobre si mesmo, fazendo-o encarar a terra, que é fonte de vida e também leito dos mortos.
Neste mundo, o nobre-rico, entretanto, tinha obrigação para com os pobres, os destituídos e os que eram obrigados a trabalhar. Dele deveria partir a esmola, o consolo e o exemplo de probidade, de acordo com o leque das virtudes cardeais que situava a caridade como a mais importante. Assim, os nobres estavam por cima, mas em termos, porque, melhor do que ninguém, sabiam que sem pobre não há rico e, se riqueza existe, ela se exprime precisamente pela obrigação de ajudar os necessitados. Caridade, honradez e honestidade eram parte crucial da agenda dos nobres.
O mundo moderno nasceu da destruição deste velho pacto entre ricos e pobres. Com o triunfo do mercado, acelerou-se o individualismo e tomou corpo a ideia de que cada qual deveria cuidar de si. O resultado foi o nascimento da ideia de que o pobre é aquele que não gosta de trabalhar e o rico é o sujeito premiado pelo seu esforço. Agora, pobre e rico não são mais duas faces de uma mesma moeda, mas são como dois corredores que, diz-se, começam a prova como iguais. O rico é o que chega primeiro, o pobre, por último.
Com isso, o trabalho deixou de ser um castigo e uma obrigação ligada a pobreza e a pecado para ser visto como uma vocação e um chamado. Algo que todos devem fazer porque o trabalho dignifica e eventualmente conduz à riqueza, que é uma prova de sucesso e de salvação.
(Explorações, 2011. Adaptado.)
No texto, o autor
Leia o texto de Bruna Frachetto e Yonne Leite para responder à questão.
A busca de conhecimentos sobre o passado remoto da humanidade e sobre a origem de nossos ancestrais está presente, com diversas roupagens, em todas as épocas e é objeto de explicações da mais variada natureza, para vários povos.
Para os karajás, povo indígena que habita a ilha do Bananal (TO), sua origem vem dos aruanãs, peixes que habitavam águas profundas. Um aruanã, afoito e curioso, nada para muito longe e segue um raio de luz que lhe permite ver a sua sombra. Diverte-se com ela, mas, com medo, volta ao seu grupo. Sonha, então, com estranhas regiões. Torna a seguir o raio de luz e, ao chegar à superfície, fascinado, depara-se com um mundo de luz e calor, árvores, pássaros, lagos, céu e água. Transforma-se em gente de verdade e corre pelos prados, ouve o canto dos pássaros, come as frutas silvestres, sente o perfume das flores. Mas ali também estão o sofrimento, o perigo e a morte. Volta para o mundo dos aruanãs e vira peixe de novo. Um grupo de aruanãs, maravilhado com o relato do companheiro, resolve repetir sua experiência. Um a um sobem à superfície e se transformam em gente de verdade. Para que sua transformação se complete, a fim de se adaptarem às novas condições de vida na Terra, têm de adquirir a mobilidade que já existia nos primeiros habitantes. Assim, no processo de hominização dos aruanãs, um traço fundamental é o da aquisição de movimento, que passa a constituir o traço distintivo do homem de verdade, opondo-se, então, à imobilidade dos pré-humanos do mundo subaquático.
(Origens da linguagem, 2004.)
Os dois parágrafos do texto são organizados de modo a que
Leia o texto de Bruna Frachetto e Yonne Leite para responder à questão.
A busca de conhecimentos sobre o passado remoto da humanidade e sobre a origem de nossos ancestrais está presente, com diversas roupagens, em todas as épocas e é objeto de explicações da mais variada natureza, para vários povos.
Para os karajás, povo indígena que habita a ilha do Bananal (TO), sua origem vem dos aruanãs, peixes que habitavam águas profundas. Um aruanã, afoito e curioso, nada para muito longe e segue um raio de luz que lhe permite ver a sua sombra. Diverte-se com ela, mas, com medo, volta ao seu grupo. Sonha, então, com estranhas regiões. Torna a seguir o raio de luz e, ao chegar à superfície, fascinado, depara-se com um mundo de luz e calor, árvores, pássaros, lagos, céu e água. Transforma-se em gente de verdade e corre pelos prados, ouve o canto dos pássaros, come as frutas silvestres, sente o perfume das flores. Mas ali também estão o sofrimento, o perigo e a morte. Volta para o mundo dos aruanãs e vira peixe de novo. Um grupo de aruanãs, maravilhado com o relato do companheiro, resolve repetir sua experiência. Um a um sobem à superfície e se transformam em gente de verdade. Para que sua transformação se complete, a fim de se adaptarem às novas condições de vida na Terra, têm de adquirir a mobilidade que já existia nos primeiros habitantes. Assim, no processo de hominização dos aruanãs, um traço fundamental é o da aquisição de movimento, que passa a constituir o traço distintivo do homem de verdade, opondo-se, então, à imobilidade dos pré-humanos do mundo subaquático.
(Origens da linguagem, 2004.)
É correto afirmar, segundo a narrativa mítica, que os aruanãs