TEXTO
Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.
E hoje que sinto
Aquilo que fui.
Minha vida flui,
Feita do que minto.
Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.
Fernando Pessoa, Cancioneiro
O texto é parte integrante da poesia de Fernando Pessoa. O poeta utiliza-se de vários recursos da linguagem poética, dentre os quais, o elemento sonoro. Marque a opção que justifica o explícito acima:
“Maria de Araújo é uma personagem singular por ter sido vista como alguém tocada pela graça divina. Calculamos que sua história foi contada a partir da combinação de traços e elementos similares a outros episódios hagiográficos. (…) Neste sentido, distinguimos três tipos de relações que podem ser estabelecidas a partir dos fenômenos que ocorreram de 1889: a) mística e Igreja Católica, onde Maria de Araújo foi qualificada a partir do trinômio santa/embusteira/possessa; b) mística e medicina, a partir do qual o debate girou em torno da possibilidade de ela ser histérica/enferma e, por fim, c) mística e política, no qual a “trajetória de santidade” de Maria foi apagada e substituída pela do padre Cícero. Lembrando que a disputa pela santidade dela levou quase a um cisma, com a resistência de padres e populares à decisão do bispo e de Roma. Em todas as relações há um “transbordamento” de sentidos, no qual um espaço invade o outro. Em outras palavras, se os fenômenos ocorridos com Maria de Araújo não podem ser entendidos fora da religião, eles tampouco podem ser separados da ordem médica e política do final do século XIX.” (NOBRE, Edianne dos Santos. INCÊNDIOS DA ALMA: A beata Maria de Araújo e a experiência mística no Brasil do Oitocentos. Págs. 251-252, Tese dedoutorado. UFFJ. 2014)
A respeito das questões postas na citação acima:
TEXTO
Sobre os perigos da leitura
Parece que esse processo de destruição do pensamento individual é uma consequência natural das nossas práticas educativas. Quanto mais se é obrigado a ler, menos se pensa. Schopenhauer tomou consciência disso e o disse de maneira muito simples em alguns textos sobre livros e leitura. O que se toma por óbvio e evidente é que o pensamento está diretamente ligado ao número de livros lidos. Tanto assim que se criaram técnicas de leitura dinâmica que permitem que se leia “Grande Sertão – Veredas” em pouco mais de três horas.
Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/
Na produção de um texto, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, entretanto, sempre há o predomínio de uma sobre outras. No texto I, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois:
TEXTO
Sobre os perigos da leitura
Parece que esse processo de destruição do pensamento individual é uma consequência natural das nossas práticas educativas. Quanto mais se é obrigado a ler, menos se pensa. Schopenhauer tomou consciência disso e o disse de maneira muito simples em alguns textos sobre livros e leitura. O que se toma por óbvio e evidente é que o pensamento está diretamente ligado ao número de livros lidos. Tanto assim que se criaram técnicas de leitura dinâmica que permitem que se leia “Grande Sertão – Veredas” em pouco mais de três horas.
Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/
A produção e recepção plena de um enunciado exige a utilização consciente de certas regras gramaticais. Há termos que são utilizados para ligar orações ou palavras de mesmo valor gramatical e que estabelecem relações entre aquilo que uniu. No fragmento retirado do texto I: Quanto mais se é obrigado a ler, menos se pensa; podemos observar a existência de tais termos; a relação estabelecida é de:
TEXTO
Saudosa Maloca
Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contar
Ali onde agora está
Este adifício arto
Era uma casa véia, um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mas um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os home com as ferramenta
E o dono mandô derrubá
Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua apreciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Doía no coração
Matogrosso quis gritar
Mas em cima eu falei
Os home tá cá razão
Nóis arranja outro lugar
Só se conformemo
Quando o Joca falou
Deus dá o frio conforme o cobertô
E hoje nós pega a paia
Nas grama do jardim
E pra esquecer nóis cantemos assim
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossa
vida
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossa
vida
Adoniran Barbosa(Série Bis, 2005)
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o texto acima, como modalidade falada da língua é:
TEXTO
Saudosa Maloca
Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contar
Ali onde agora está
Este adifício arto
Era uma casa véia, um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mas um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os home com as ferramenta
E o dono mandô derrubá
Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua apreciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Doía no coração
Matogrosso quis gritar
Mas em cima eu falei
Os home tá cá razão
Nóis arranja outro lugar
Só se conformemo
Quando o Joca falou
Deus dá o frio conforme o cobertô
E hoje nós pega a paia
Nas grama do jardim
E pra esquecer nóis cantemos assim
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossa
vida
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossa
vida
Adoniran Barbosa(Série Bis, 2005)
A ideia expressa nos versos abaixo pode ser entendida como:
E hoje nós pega a paia
Nas grama do jardim