O que parece inegável é que, desde o fim da Idade Média, o desenvolvimento da tecnologia comercial e das transações era pouco compatível com o fracionamento dospoderes locais. É no fim do Século XIV que nasce um complexo institucional dotado de poder próprio (os primeiros exércitos profissionais aparecem no final do Século XIII), encarregado de garantir a segurança e a justiça, e que se arroga o monopólio da determinação dos direitos e deveres de cada um. A partir do Século XVI, o paralelismo entre os dois tipos de mutação – política ou econômica – torna-se nítido: “por um lado, a centralização e, simultaneamente, a burocratização do poder, transformando o aparelho estatal do governo dos príncipes, por outro lado, a expansão da circulação capitalista das mercadorias e uma progressiva perturbação do modo de produção baseado na família” (Jürgen Habermas, Teoria e Prática: A Doutrina Clássica da Política).
Haverá, entre estas duas séries, uma relação de causalidade ou, simplesmente, de concomitância? A este respeito, podemos apenas referir-nos às análises, prudentíssimas, de Perry Anderson. Embora empregue conceitos marxistas, Anderson não nos permite afirmar sem mais que o absolutismo é o produto da ascensão do capitalismo. Melhor será dizermos que esta ascensão do capitalismo foi, geralmente (veremos que devem fazer-se algumas reservas), favorecida pela consolidação do absolutismo.
(Gérard Lebrun, O que é o Poder?, Brasiliense, 1981)
O texto afirma que, entre os séculos XIII e XIV, mudanças importantes ocorreram na Europa. Dentre elas, destaca-se:
Durante o seu governo, Otávio apoiado pelos equestres e conciliando com a aristocracia senatorial, enfeixou em suas mãos imensos poderes.
No plano da organização militar criou-se uma guarda especial, a Guarda Pretoriana.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais)
A Guarda Pretoriana citada no texto era encarregada:
Povos dotados de surpreendente vitalidade que, a partir do século VIII iniciaram uma série de invasões nas costas europeias, alcançando seu auge no século X. Durante duzentos anos, essas populações guerreiras atacaram e pilharam inúmeras localidades criando ao seu redor uma imagem, a um tempo lendária e histórica. Formidáveis no combate, a ponto de cometerem atrocidades confundidas com bravura, cultuavam a lealdade e a honra e de todos os produtos de sua civilização, o mais original e importante era o barco, símbolo de sua temeridade e objeto de orgulho desse povo.
(Antonio Carlos do Amaral Azevedo. Dicionário deNomes, Termos e Conceitos Históricos)
O povo a que o texto se refere são:
A colonização levou à exploração do trabalho indígena e foi responsável por muita dizimação. É ainda na conta da colonização que se deve pôr o recrudescimento das guerras indígenas, que, se já existiam internamente, eram agora provocadas também pelos colonos, os quais faziam aliados na mesma velocidade com que criavam inimigos. Havia nesse contexto índios aldeados e aliados dos portugueses, e índios inimigos.
Uma das atribuições dos índios aldeados era tomar parte nas guerras promovidas pelos portugueses contra índios hostis e servir como povos estratégicos para impedir a entrada de estrangeiros.
Os índios aldeados e aliados foram mobilizados para expulsar os franceses de Villegagnon, o qual, por sua vez se uniu a índios amigos que apoiaram a incursão francesa na baía da Guanabara.
(Lilia Moritz Schwarcz. Brasil uma Biografia)
A respeito do texto é correto assinalar que:
No século XVII os confrontos entre católicos e protestantes incendiaram a Europa.
Na França, Luís XIV perseguia os huguenotes, que se recusavam a abandonar sua crença. Em 1685, Luís XIV obrigou mais de 200.000 huguenotes a deixar a França.
(Laurence Taylor. O Cotidiano Europeu no Século XVII)
A expulsão de mais de 200.000 huguenotes era resultado:
Em 1865, encerrada a Guerra de Secessão, morto assassinado Abraham Lincoln, o vice-presidente Andrew Johnson governou uma reconstrução difícil. Sob a presidência de Ulisses Grant, a começar pelo Tennessee, em 1870, os sulistas brancos promulgaram leis contra o casamento inter-racial. Cinco anos depois, o Tennessee adotou a primeira Lei Jim Crow e o resto do sul o seguiu rapidamente. O termo ‘Jim Crow’, nascido de uma música popular, refere-se a toda a lei (foram dezenas) que determinasse o afastamento entre negros e brancos nos trens, estações ferroviárias, hotéis, barbearias, restaurantes, teatros e escolas. Em 1885, a maior parte das escolas sulistas foram divididas em instituições para brancos e outras para negros.
(Leandro Karnal. História dos EUA)
O texto trata de efeitos da Guerra de Secessão que afetaram a sociedade dos EUA e que apenas nas décadas de 1950 e 1960 foram sendo derrubados pela Suprema Corte. A alternativa que melhor demonstra o que as chamadas Leis Jim Crow consagravam é: