Leia o soneto de Luís Vaz de Camões para responder a questão.
Erros meus, má fortuna1, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram2,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas, que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse3
este meu duro gênio4 de vinganças!
(Sonetos de Camões, 2011.)
1fortuna: sorte, destino.
2sobejar: sobrar, exceder o necessário.
3fartar: saciar.
4gênio: espírito que, segundo os antigos, determinava o destino dos seres humanos.
No poema, o eu lírico afirma que
Leia o soneto de Luís Vaz de Camões para responder a questão.
Erros meus, má fortuna1, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram2,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas, que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse3
este meu duro gênio4 de vinganças!
(Sonetos de Camões, 2011.)
1fortuna: sorte, destino.
2sobejar: sobrar, exceder o necessário.
3fartar: saciar.
4gênio: espírito que, segundo os antigos, determinava o destino dos seres humanos.
Quanto aos recursos estilísticos utilizados pelo autor, pode-se afirmar que ocorre
Leia o texto de Bernadette Siqueira Abrão para responder à questão.
Rousseau explica, em Do Contrato, a saída do estado de natureza apelando para uma hipótese: os homens teriam chegado a um ponto em que os obstáculos à sua conservação sobrepujaram as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se. Não têm outra saída, portanto, a não ser se unir, para juntar suas forças. Mas, como a força e a liberdade de cada indivíduo são os instrumentos primordiais de sua conservação no estado de natureza, a solução prevista leva a um impasse: como empenhá-las sem prejudicar e sem negligenciar os cuidados que a si mesmo cada um deve? Para resolver a questão e efetuar o pacto, o homem precisa encontrar “uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece, contudo, a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes”
Esse pacto exige a alienação1 total de cada associado, com todos os seus direitos, à comunidade. Mas “cada um dando-se a todos não se dá a ninguém”, e recebe o equivalente a tudo o que alienou e maior força para conservar o que tem. Todos ganham e ninguém perde, e o homem deixa o estado de natureza para ingressar na sociedade civil, em que são necessárias regras para a sobrevivência.
(História da Filosofia, 1999.)
1alienação: renúncia, abandono.
“os obstáculos à sua conservação sobrepujaram as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se” (1° parágrafo)
Passada à voz passiva, a oração centrada no termo sublinhado apresentará a forma verbal