TEXTO
A Censura das redes
O século XX é conhecido como um tempo sangrento:
duas Guerras Mundiais, duas grandes revoluções
violentas (a russa e a chinesa), totalitarismo dividindo a
Europa (o nazifascismo e o comunismo), colonialismos
[5] e um cordão de ditaduras castigando a África, a Ásia e
as Américas. Em uma coisa, entretanto, viver naquele
tempo talvez fosse relativamente menos complicado do
que no nosso: todos sabiam o que era opressão e quem
era o opressor. A liberdade de expressão era o que nós
[10] queríamos. A censura era o que eles, os governos
ditatoriais, nos impunham, a partir dos seus
Departamentos da Verdade e de seus Secretariados da
Informação. O recente fechamento precoce da exposição
Queermuseu (queer, termo em inglês para algo estranho,
[15] peculiar, diferente), no Santander Cultural de Porto
Alegre, indica uma mudança grave no conceito e na
prática da censura em nossos tempos. Sob o pretexto
de que as obras expostas nessa mostra LGBT faziam a
apologia da zoofilia e da pedofilia, além da blasfêmia, militantes
[20] de direita (alguns dos quais se autointitulados liberais)
organizaram ataques coordenados por meio das redes
sociais. Esses compreendiam desde o boicote ao banco
até agressões verbais a visitantes e a depredação de
agências.
[25] Os direitistas que impediram a exposição
reivindicaram pura e simplesmente a supressão do seu
objeto de desgosto da arena pública. É a nova forma
que assume a censura em nosso tempo: não mais a
decisão de um burocrata insignificante em um bureau
[30] do Leste Europeu ou da América Latina nos anos 70,
mas o clamor mais ou menos anônimo, reverberado pelas
redes sociais, contra a mera existência do que desagrada
a certa maioria.
Tal coisa ofende: logo deve sumir. Simples assim,
[35] como pensam as crianças. Não apenas os que gostam
de arte queer são prejudicados. Sobretudo, são poupados
todos os que não gostam de analisar, de criticar, de
tentar entender, de rejeitar racionalmente e até de repudiar
com veemência o que fere as suas concepções
[40] religiosas, políticas ou morais. Um texto, um bom texto
argumentativo, estudado e inteligente, mostrando por que
a arte queer não merece atenção seria a resposta
civilizada.
É essa terrível nova voz, coletiva e anônima,
[45] autoritária e caótica, imperativa e manipulável, que
representa, hoje, o maior perigo às liberdades individuais-
e, em primeiro lugar, à liberdade de expressão. Stendhal
viu-a nascer no século XIX francês e a chamou de opinião;
Tocqueville viu-a reinar na América dos 1830 e batizou-a
[50] de tirania de maiorias. Nenhum deles podia imaginar a
proporção que ela ganharia na sociedade conexão total.
O episódio do Santander mostra isso muito bem.
Continuam a raciocinar como no século XX, como se a
censura, esse poder de um ente social de fazer uma
[55] mensagem incômoda desaparecer do espaço público,
fosse ainda atributo exclusivo do aparelho estatal.
LEMOS, Rodrigo. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2548, ano 50, n. 38,p. 80-81, 20 set. 2017. Adaptado.
Considerando-se os argumentos de que o articulista se apropria para a manifestação de suas observações sobre a Exposição Queermuseu, é correto afirmar:
TEXTO
A Censura das redes
O século XX é conhecido como um tempo sangrento:
duas Guerras Mundiais, duas grandes revoluções
violentas (a russa e a chinesa), totalitarismo dividindo a
Europa (o nazifascismo e o comunismo), colonialismos
[5] e um cordão de ditaduras castigando a África, a Ásia e
as Américas. Em uma coisa, entretanto, viver naquele
tempo talvez fosse relativamente menos complicado do
que no nosso: todos sabiam o que era opressão e quem
era o opressor. A liberdade de expressão era o que nós
[10] queríamos. A censura era o que eles, os governos
ditatoriais, nos impunham, a partir dos seus
Departamentos da Verdade e de seus Secretariados da
Informação. O recente fechamento precoce da exposição
Queermuseu (queer, termo em inglês para algo estranho,
[15] peculiar, diferente), no Santander Cultural de Porto
Alegre, indica uma mudança grave no conceito e na
prática da censura em nossos tempos. Sob o pretexto
de que as obras expostas nessa mostra LGBT faziam a
apologia da zoofilia e da pedofilia, além da blasfêmia, militantes
[20] de direita (alguns dos quais se autointitulados liberais)
organizaram ataques coordenados por meio das redes
sociais. Esses compreendiam desde o boicote ao banco
até agressões verbais a visitantes e a depredação de
agências.
[25] Os direitistas que impediram a exposição
reivindicaram pura e simplesmente a supressão do seu
objeto de desgosto da arena pública. É a nova forma
que assume a censura em nosso tempo: não mais a
decisão de um burocrata insignificante em um bureau
[30] do Leste Europeu ou da América Latina nos anos 70,
mas o clamor mais ou menos anônimo, reverberado pelas
redes sociais, contra a mera existência do que desagrada
a certa maioria.
Tal coisa ofende: logo deve sumir. Simples assim,
[35] como pensam as crianças. Não apenas os que gostam
de arte queer são prejudicados. Sobretudo, são poupados
todos os que não gostam de analisar, de criticar, de
tentar entender, de rejeitar racionalmente e até de repudiar
com veemência o que fere as suas concepções
[40] religiosas, políticas ou morais. Um texto, um bom texto
argumentativo, estudado e inteligente, mostrando por que
a arte queer não merece atenção seria a resposta
civilizada.
É essa terrível nova voz, coletiva e anônima,
[45] autoritária e caótica, imperativa e manipulável, que
representa, hoje, o maior perigo às liberdades individuais-
e, em primeiro lugar, à liberdade de expressão. Stendhal
viu-a nascer no século XIX francês e a chamou de opinião;
Tocqueville viu-a reinar na América dos 1830 e batizou-a
[50] de tirania de maiorias. Nenhum deles podia imaginar a
proporção que ela ganharia na sociedade conexão total.
O episódio do Santander mostra isso muito bem.
Continuam a raciocinar como no século XX, como se a
censura, esse poder de um ente social de fazer uma
[55] mensagem incômoda desaparecer do espaço público,
fosse ainda atributo exclusivo do aparelho estatal.
LEMOS, Rodrigo. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2548, ano 50, n. 38,p. 80-81, 20 set. 2017. Adaptado.
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra.
Brecht, Bertold. A Exceção e a Regra. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2017.
A passagem destacada do artigo “A Censura das redes” que mantém uma estreita afinidade interpretativa com o poema de Brecht está registrada em
TEXTO
A Censura das redes
O século XX é conhecido como um tempo sangrento:
duas Guerras Mundiais, duas grandes revoluções
violentas (a russa e a chinesa), totalitarismo dividindo a
Europa (o nazifascismo e o comunismo), colonialismos
[5] e um cordão de ditaduras castigando a África, a Ásia e
as Américas. Em uma coisa, entretanto, viver naquele
tempo talvez fosse relativamente menos complicado do
que no nosso: todos sabiam o que era opressão e quem
era o opressor. A liberdade de expressão era o que nós
[10] queríamos. A censura era o que eles, os governos
ditatoriais, nos impunham, a partir dos seus
Departamentos da Verdade e de seus Secretariados da
Informação. O recente fechamento precoce da exposição
Queermuseu (queer, termo em inglês para algo estranho,
[15] peculiar, diferente), no Santander Cultural de Porto
Alegre, indica uma mudança grave no conceito e na
prática da censura em nossos tempos. Sob o pretexto
de que as obras expostas nessa mostra LGBT faziam a
apologia da zoofilia e da pedofilia, além da blasfêmia, militantes
[20] de direita (alguns dos quais se autointitulados liberais)
organizaram ataques coordenados por meio das redes
sociais. Esses compreendiam desde o boicote ao banco
até agressões verbais a visitantes e a depredação de
agências.
[25] Os direitistas que impediram a exposição
reivindicaram pura e simplesmente a supressão do seu
objeto de desgosto da arena pública. É a nova forma
que assume a censura em nosso tempo: não mais a
decisão de um burocrata insignificante em um bureau
[30] do Leste Europeu ou da América Latina nos anos 70,
mas o clamor mais ou menos anônimo, reverberado pelas
redes sociais, contra a mera existência do que desagrada
a certa maioria.
Tal coisa ofende: logo deve sumir. Simples assim,
[35] como pensam as crianças. Não apenas os que gostam
de arte queer são prejudicados. Sobretudo, são poupados
todos os que não gostam de analisar, de criticar, de
tentar entender, de rejeitar racionalmente e até de repudiar
com veemência o que fere as suas concepções
[40] religiosas, políticas ou morais. Um texto, um bom texto
argumentativo, estudado e inteligente, mostrando por que
a arte queer não merece atenção seria a resposta
civilizada.
É essa terrível nova voz, coletiva e anônima,
[45] autoritária e caótica, imperativa e manipulável, que
representa, hoje, o maior perigo às liberdades individuais-
e, em primeiro lugar, à liberdade de expressão. Stendhal
viu-a nascer no século XIX francês e a chamou de opinião;
Tocqueville viu-a reinar na América dos 1830 e batizou-a
[50] de tirania de maiorias. Nenhum deles podia imaginar a
proporção que ela ganharia na sociedade conexão total.
O episódio do Santander mostra isso muito bem.
Continuam a raciocinar como no século XX, como se a
censura, esse poder de um ente social de fazer uma
[55] mensagem incômoda desaparecer do espaço público,
fosse ainda atributo exclusivo do aparelho estatal.
LEMOS, Rodrigo. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2548, ano 50, n. 38,p. 80-81, 20 set. 2017. Adaptado.
Em relação à apresentação do artigo, é correto afirmar que se
TEXTO
A Censura das redes
O século XX é conhecido como um tempo sangrento:
duas Guerras Mundiais, duas grandes revoluções
violentas (a russa e a chinesa), totalitarismo dividindo a
Europa (o nazifascismo e o comunismo), colonialismos
[5] e um cordão de ditaduras castigando a África, a Ásia e
as Américas. Em uma coisa, entretanto, viver naquele
tempo talvez fosse relativamente menos complicado do
que no nosso: todos sabiam o que era opressão e quem
era o opressor. A liberdade de expressão era o que nós
[10] queríamos. A censura era o que eles, os governos
ditatoriais, nos impunham, a partir dos seus
Departamentos da Verdade e de seus Secretariados da
Informação. O recente fechamento precoce da exposição
Queermuseu (queer, termo em inglês para algo estranho,
[15] peculiar, diferente), no Santander Cultural de Porto
Alegre, indica uma mudança grave no conceito e na
prática da censura em nossos tempos. Sob o pretexto
de que as obras expostas nessa mostra LGBT faziam a
apologia da zoofilia e da pedofilia, além da blasfêmia, militantes
[20] de direita (alguns dos quais se autointitulados liberais)
organizaram ataques coordenados por meio das redes
sociais. Esses compreendiam desde o boicote ao banco
até agressões verbais a visitantes e a depredação de
agências.
[25] Os direitistas que impediram a exposição
reivindicaram pura e simplesmente a supressão do seu
objeto de desgosto da arena pública. É a nova forma
que assume a censura em nosso tempo: não mais a
decisão de um burocrata insignificante em um bureau
[30] do Leste Europeu ou da América Latina nos anos 70,
mas o clamor mais ou menos anônimo, reverberado pelas
redes sociais, contra a mera existência do que desagrada
a certa maioria.
Tal coisa ofende: logo deve sumir. Simples assim,
[35] como pensam as crianças. Não apenas os que gostam
de arte queer são prejudicados. Sobretudo, são poupados
todos os que não gostam de analisar, de criticar, de
tentar entender, de rejeitar racionalmente e até de repudiar
com veemência o que fere as suas concepções
[40] religiosas, políticas ou morais. Um texto, um bom texto
argumentativo, estudado e inteligente, mostrando por que
a arte queer não merece atenção seria a resposta
civilizada.
É essa terrível nova voz, coletiva e anônima,
[45] autoritária e caótica, imperativa e manipulável, que
representa, hoje, o maior perigo às liberdades individuais-
e, em primeiro lugar, à liberdade de expressão. Stendhal
viu-a nascer no século XIX francês e a chamou de opinião;
Tocqueville viu-a reinar na América dos 1830 e batizou-a
[50] de tirania de maiorias. Nenhum deles podia imaginar a
proporção que ela ganharia na sociedade conexão total.
O episódio do Santander mostra isso muito bem.
Continuam a raciocinar como no século XX, como se a
censura, esse poder de um ente social de fazer uma
[55] mensagem incômoda desaparecer do espaço público,
fosse ainda atributo exclusivo do aparelho estatal.
LEMOS, Rodrigo. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2548, ano 50, n. 38,p. 80-81, 20 set. 2017. Adaptado.
A palavra “autointitulados” (l. 20) apresenta o prefixo “auto” em sua composição.
A única palavra em que o uso desse prefixo deixa de referendar as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é a transcrita em
TEXTO
A Censura das redes
O século XX é conhecido como um tempo sangrento:
duas Guerras Mundiais, duas grandes revoluções
violentas (a russa e a chinesa), totalitarismo dividindo a
Europa (o nazifascismo e o comunismo), colonialismos
[5] e um cordão de ditaduras castigando a África, a Ásia e
as Américas. Em uma coisa, entretanto, viver naquele
tempo talvez fosse relativamente menos complicado do
que no nosso: todos sabiam o que era opressão e quem
era o opressor. A liberdade de expressão era o que nós
[10] queríamos. A censura era o que eles, os governos
ditatoriais, nos impunham, a partir dos seus
Departamentos da Verdade e de seus Secretariados da
Informação. O recente fechamento precoce da exposição
Queermuseu (queer, termo em inglês para algo estranho,
[15] peculiar, diferente), no Santander Cultural de Porto
Alegre, indica uma mudança grave no conceito e na
prática da censura em nossos tempos. Sob o pretexto
de que as obras expostas nessa mostra LGBT faziam a
apologia da zoofilia e da pedofilia, além da blasfêmia, militantes
[20] de direita (alguns dos quais se autointitulados liberais)
organizaram ataques coordenados por meio das redes
sociais. Esses compreendiam desde o boicote ao banco
até agressões verbais a visitantes e a depredação de
agências.
[25] Os direitistas que impediram a exposição
reivindicaram pura e simplesmente a supressão do seu
objeto de desgosto da arena pública. É a nova forma
que assume a censura em nosso tempo: não mais a
decisão de um burocrata insignificante em um bureau
[30] do Leste Europeu ou da América Latina nos anos 70,
mas o clamor mais ou menos anônimo, reverberado pelas
redes sociais, contra a mera existência do que desagrada
a certa maioria.
Tal coisa ofende: logo deve sumir. Simples assim,
[35] como pensam as crianças. Não apenas os que gostam
de arte queer são prejudicados. Sobretudo, são poupados
todos os que não gostam de analisar, de criticar, de
tentar entender, de rejeitar racionalmente e até de repudiar
com veemência o que fere as suas concepções
[40] religiosas, políticas ou morais. Um texto, um bom texto
argumentativo, estudado e inteligente, mostrando por que
a arte queer não merece atenção seria a resposta
civilizada.
É essa terrível nova voz, coletiva e anônima,
[45] autoritária e caótica, imperativa e manipulável, que
representa, hoje, o maior perigo às liberdades individuais-
e, em primeiro lugar, à liberdade de expressão. Stendhal
viu-a nascer no século XIX francês e a chamou de opinião;
Tocqueville viu-a reinar na América dos 1830 e batizou-a
[50] de tirania de maiorias. Nenhum deles podia imaginar a
proporção que ela ganharia na sociedade conexão total.
O episódio do Santander mostra isso muito bem.
Continuam a raciocinar como no século XX, como se a
censura, esse poder de um ente social de fazer uma
[55] mensagem incômoda desaparecer do espaço público,
fosse ainda atributo exclusivo do aparelho estatal.
LEMOS, Rodrigo. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2548, ano 50, n. 38,p. 80-81, 20 set. 2017. Adaptado.
A alternativa que apresenta uma informação em que inexiste correspondência entre o uso anafórico do pronome e o referente citado é a
TEXTO
Aos vícios
Eu sou aquele que os passados anos
Cantei na minha lira maldizente
Torpezas do Brasil, vícios e enganos.
E bem que os descantei bastantemente,
[5] Canto segunda vez na mesma lira
O mesmo assunto em pletro diferente.
Já sinto que me inflama e que me inspira
Tália, que anjo é da minha guarda
Des que Apolo mandou que me assistira.
[10] De que pode servir calar quem cala?
Nunca se há de falar o que se sente?!
Sempre se há de sentir o que se fala.
Qual homem pode haver tão paciente,
Que, vendo o triste estado da Bahia,
[15] Não chore, não suspire e não lamente?
O néscio, o ignorante, o inexperto,
Que não elege o bom, nem mau reprova,
Por tudo passa deslumbrado e incerto.
E quando vê talvez na doce treva
[20] Louvado o bem, e o mal vituperado,
A tudo faz focinho, e nada aprova.
Diz logo prudentaço e repousado:
— Fulano é um satírico, é um louco,
De língua má, de coração danado.
[25] Se souberas falar, também falaras,
Também satirizaras, se souberas,
E se foras poeta, poetizaras.
A ignorância dos homens destas eras
Sisudos faz ser uns, outros prudentes,
[30] Que a mudez canoniza bestas feras.
Há bons, por não poder ser insolentes,
Outros há comedidos de medrosos,
Não mordem outros não — por não ter dentes.
Quantos há que os telhados têm vidrosos,
[35] e deixam de atirar sua pedrada,
De sua mesma telha receosos?
Uma só natureza nos foi dada;
Não criou Deus os naturais diversos;
Um só Adão criou, e esse de nada.
[40] Todos somos ruins, todos perversos,
Só os distingue o vício e a virtude,
De que uns são comensais, outros adversos.
Quem maior a tiver, do que eu ter pude,
Esse só me censure, esse me note
[45] Calem-se os mais, chitom, e haja saúde.
MATOS, Gregório de. Aos vícios. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2017.
As figuras de linguagem são recursos disponíveis da língua para a construção mais elaborada de uma mensagem.
Identifica-se uma figura denominada sinestesia nos versos transcritos em