INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Todos estes nomes a seguir resgatam, com atitude avaliativa, a expressão “notícias falsas” do texto, EXCETO
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
O jornalista, autor do texto, diz que o economista Bartlett “Vê a imprensa de fora.” (linha 29).
O jornalista faz essa afirmação com o objetivo de
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Pelo texto, depreende-se que lidar de maneira crítica com as mídias envolve, EXCETO
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Nesse texto, o autor apresenta conselhos do economista Bartlett a respeito das fake news.
No último parágrafo, utiliza-se da modalização: “É preciso [...]” (linha 35), acompanhada de verbo ou locução verbal no infinitivo: “[...] saber distinguir [...]” (linha 35); “compreender” (linha 36) etc.
Essa modalização expõe muito mais do que uma recomendação ou sugestão (reforçada por “guia”, no título), devido ao comprometimento do locutor com o que afirma, como responsável que é por aquilo que aponta dever ser feito para se livrar das fake news.
Por meio dessa modalização, podemos afirmar que há
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Leia a observação a seguir:
Embora tenhamos consagrado a forma adverbial de negação “não”, encontramos nesse texto outras formas de negar.
Todas as alternativas abaixo, de acordo com o contexto em que se inserem, justificam essa observação, EXCETO
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Um guia para você se proteger sozinho das fake news
(Hélio Gurovitz)
Notícias falsas infestam as redes sociais feito gafanhotos. Na tentativa de deter a praga, Facebook e
Twitter, atarantados e atabalhoados, adotam medidas drásticas, que deixam no ar aquele cheiro
inconfundível da borracha queimada dos tempos da censura. Autoridades eleitorais no mundo todo,
assustadas com a intervenção de hackers e robôs na eleição de Donald Trump e no plebiscito do Brexit,
[5] buscam um pesticida milagroso para exterminar o acrídio onipresente que batizaram de fake news. Em vão.
Em apenas um ano, os países afetados por campanhas digitais de manipulação e desinformação saltaram de
28 para 48, de acordo com um levantamento da Universidade de Oxford, entre eles, destaca-se o Brasil, bem
às vésperas da eleição presidencial mais angustiante desde a redemocratização. A imprensa profissional,
porto seguro para quem buscava informações confiáveis, enfrenta uma crise de imagem e credibilidade sem
[10] paralelo. Em quem confiar? Como se proteger em meio à revoada irrefreável de mentiras, falsidades ou
propagandas disfarçadas de notícias?
Por mais que empresas ou governos tentem resguardar o cidadão, o ambiente se tornou
inexoravelmente mais hostil. Sites e ferramentas de checagem, concebidos como antídotos à peçonha,
parecem apenas alimentar o coro de reprovação, que brada “fake news” diante de qualquer notícia, análise
[15] ou opinião que desagrade. As regras mais triviais para regular o meio digital e disciplinar a disseminação de
mentiras são vistas como expressão de censura ou viés ideológico. Não é que governos ou empresas estejam
errados. É que simplesmente podem ser inúteis – algo como tentar curar um viciado em álcool apenas dando
conselhos para que largue a bebida. A demanda por conteúdo que confirme as crenças da audiência é
inesgotável, bem maior que a demanda pela verdade.
[20] Quem está interessado em fatos reais e informações fidedignas tem de aprender rudimentos de
jornalismo para se proteger sozinho da infestação de mentiras e da manipulação no meio digital. Felizmente,
o próprio avanço tecnológico torna isso mais fácil.
“As pessoas terão de adquirir suas próprias notícias, até certo ponto, e deverão, portanto, aprender
técnicas jornalísticas e os vários truques do ofício”, escreve o economista Bruce Bartlett em The truth
[25] matters (A verdade importa), um guia com 15 dicas práticas para separar fatos de mentiras e combater a
praga das fake news. Veterano de mais de 40 anos em Washington, Bartlett lidou com a imprensa em todos
os cargos que ocupou na Câmara, no Senado e na Casa Branca. Foi um dos artífices do corte de impostos no
governo Ronald Reagan e um crítico veemente da política econômica no governo George W. Bush. Mesmo
antes da eleição de Trump, rompera com os republicanos, sem aderir aos democratas. Vê a imprensa de fora.
[30] O maior valor de suas dicas está justamente no olhar externo e sofisticado de alguém com tarimba suficiente
para entender por dentro o funcionamento do jornalismo profissional, para reconhecer suas qualidades e
limitações, sem cair na histeria bocó de quem enxerga a “mídia” como mera máquina de pregação
ideológica e manipulação.
[35] Seus conselhos são expostos de modo prático e sucinto. É preciso saber distinguir entre fontes primárias
e secundárias; usar corretamente sites, documentos, a Wikipédia ou bibliotecas públicas; compreender
convenções jornalísticas, como “on” e “off”, o equilíbrio artificial em reportagens ou o emprego de termos
vagos, como “esquerda” e “direita”; saber confiar em acadêmicos e entender os interesses de institutos
privados; desconfiar de pesquisas e pôr números em contexto; confiar mais em opiniões assinadas que em
[40] anônimas; e, sobretudo, saber apontar a diferença entre notícias e boatos, notícias e propaganda, notícias e
opinião. “As melhores defesas contra fake news são: pensamento crítico; obter as notícias de uma variedade
de fontes, incluindo aquelas que não confirmam suas próprias crenças; ser cético quanto à informação que
parece boa (ou ruim) demais para ser verdade.”
Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
De acordo com o contexto explorado pelo autor desse texto, há algumas menções a uma entidade genérica, representada por pronomes ou substantivos, que apontam para um “nós” ou um “todos”.
Nesse sentido, pode-se dizer que há um aspecto genérico na(s) palavra(s) em negrito, em cada uma das alternativas a seguir, EXCETO em