Leia o texto que segue para responder à questão
CANÇÃO DO EXÍLIO
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Identifique, dentre os itens abaixo, aquele em que um elo coesivo se estabelece através de uma relação de quebra de expectativa, em oposição ao já enunciado:
Leia o texto que segue para responder à questão
CANÇÃO DO EXÍLIO
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Associe as duas colunas, tendo em vista o valor sintáticosemântico das expressões destacadas:
(I) Adjunto adverbial de lugar
(II) Adjunto adverbial de causa
(III) Predicativo do objeto
(IV) Oração adjetiva restritiva
(V) Adjunto adverbial de companhia
( ) “Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza”.
( ) “Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista”.
( ) “A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos”.
( ) “Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda”.
( ) “Eu morro sufocado / em terra estrangeira”.
A sequência correta da associação é
Leia o excerto de um texto de João Guimarães Rosa, O burrinho pedrês, do livro Sagarana, para responder à questão
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.
Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo — sementinhas escuras em rama rala e encardida(...)
Observe as figuras de estilo e as associe às expressões correspondentes retiradas do texto, atentando para o que se comenta a respeito delas:
(I) metáfora, ou associação por comparação mental não explícita, ou similaridade.
(II) hipálage, ou associação por transferência de uma qualidade ou atributo que pertence a outro ser presente ou subentendido no texto.
(III) metonímia, ou associação por identidade, pelo “uso de uma palavra fora do seu contexto semântico normal”.
( ) “o algodão bruto do pêlo”
( ) “sementinhas escuras em rama rala e encardida”
( ) “a maxila teimosa”
A associação correta é
Leia o excerto de um texto de João Guimarães Rosa, O burrinho pedrês, do livro Sagarana, para responder à questão
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.
Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo — sementinhas escuras em rama rala e encardida(...)
Assinale o único item correto com relação a propriedades gramaticais de excertos do texto em pauta:
Leia o excerto de um texto de João Guimarães Rosa, O burrinho pedrês, do livro Sagarana, para responder à questão
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.
Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo — sementinhas escuras em rama rala e encardida(...)
Julgue os itens abaixo com relação à posição do conectivo usado:
I. “Agora, porém, estava idoso, muito idoso”.
II. “Chamava-se Sete de Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu...”
III. “Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa”.
IV. “Era decrépito mesmo a distância”
A respeito dos enunciados acima, o conectivo destacado poderia vir em duas outras posições além daquela em que se encontra, apenas em
“O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
(...)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta”.
A respeito das funções da linguagem, podemos dizer que o excerto transcrito é
I. descritivo, pois o narrador-personagem descreve, de forma objetiva, seu próprio ser, para isso usando algumas figuras de linguagem.
II. referencial, pois o eu-poético faz referência a si mesmo como pertencente a uma classe desprivilegiada, desprovida dos bens materiais que dignificam a vida.
III. poético, tão somente por tratar-se de um poema, haja vista a presença de figuras de linguagem, que o enquadram como poesia.
IV. realista, vez que a mensagem trazida por um eu-poético em desespero traduz de forma poética e objetiva a dor do nordestino que passa fome.
Podemos concluir que