O recente acirramento da crise da Caxemira chamou a atenção do mundo para problemas não resolvidos desde a independência da Índia e do Paquistão em 1947. Leia a notícia abaixo e o mapa a seguir:
“População da Caxemira paga o preço da disputa entre Índia e Paquistão
Simone Duarte, especial para O Globo. 19/08/2019
MIRPUR, AZAD CAXEMIRA, Paquistão - Amir Afzal, de 76 anos, tem um sonho que dura uma vida: visitar o túmulo do pai que morreu quando ele tinha apenas um ano e meio. O amigo Ghulam Mustafa tem a mesma idade. Tinha três anos quando o Império Britânico acabou e o Paquistão e a Índia nasceram. O pai morreu na travessia massacrado pelos indianos..
— Nós somos o coração do problema no meio de duas nações que têm a bomba atômica. Nós queremos o direito ao plebiscito para decidir o nosso destino. Esta não é uma questão com cinco ou 10 anos, mas com 70 anos, quando os dois países se tornaram independentes.
A Caxemira foi dominada por imperadores hindus, budistas, muçulmanos, mongóis, afegãos, sikhs até chegar o Império Britânico. A origem do confronto que vive hoje é consequência da desastrosa política britânica de criar comunidades baseadas na religião.
Quando os britânicos saíram, depois de quase 200 anos, foram criados dois países, um de maioria muçulmana (Paquistão) e outro de maioria hindu (Índia). Uma divisão que provocou uma das maiores ondas migratórias da História, com 15 milhões de muçulmanos, hindus e sikhs fugindo para lados opostos com medo da perseguição religiosa. Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas morreram. 75 mil mulheres foram estupradas. Milhões de famílias, separadas. A Caxemira, que tinha maioria muçulmana, mas era governada por um marajá hindu, que decidiu no último momento ficar com a Índia, é até hoje motivo de controvérsia e conflito entre os dois países”.
(disponível em https://oglobo.globo.com/mundo/populacao-da-caxemira-paga-preco-da-disputa-entre-indiapaquistao-23886241 . Acesso em 01/09/2019)
Caxemira na Índia e no Paquistão
Assinale a única alternativa verdadeira sobre o processo de descolonização na Ásia e África, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Observe o mapa abaixo com atenção:
A respeito das primeiras formações urbanas da humanidade, considere as afirmações que se seguem.
I. As primeiras cidades foram formadas no período paleolítico, pois somente no nomadismo é que pode surgir o fenômeno da urbanização.
II. O mapa mostra que as mais antigas cidades do mundo surgiram na Europa.
III. Na Mesopotâmia, as cidades foram unificadas em um único império desde o começo de toda a sua história, enquanto no Egito os núcleos urbanos permaneceram sempre autônomos e descentralizados.
IV. O adensamento da população junto aos vales férteis de grandes rios foi um fator que favoreceu a urbanização após a chamada Revolução Agrícola.
V. Estratificação social, agricultura, a invenção da escrita e a metalurgia são processos históricos associados às antigas cidades da região conhecida como Crescente Fértil.
São verdadeiras apenas as afirmativas:
Filmes como Ben-Hur, Cleópatra, Gladiador ou O Declínio do Império Romano oferecem representações ficcionais sobre a grandeza do império romano e as relações com as províncias e os povos vizinhos.
Assinale a única afirmação incorreta sobre o mundo romano antigo.
O período entre o século V e o século XV, na Europa Ocidental, ficou conhecido como Idade Média.
Sobre essa época culturalmente rica e complexa, assinale a única alternativa verdadeira.
Na Primeira República, o Brasil conseguiu negociar uma série de litígios territoriais com países fronteiriços, como a Questão de Palmas (com a Argentina), a questão do Amapá (com a França), a do Pirara (com a Inglaterra), a do Acre (com a Bolívia) e os limites com o Peru e o Uruguai. A diplomacia brasileira revelou grande habilidade, recorrendo a arbitragens internacionais em alguns casos e a negociações diretas em outros, destacando-se personagens como Joaquim Nabuco e o Barão do Rio Branco.
Sobre as questões de limites, analise as seguintes afirmativas:
I. A aquisição do Acre envolveu ações armadas, o pagamento de uma indenização em dinheiro à Bolívia e a construção de uma ferrovia para auxiliar o escoamento das exportações bolivianas pela bacia Amazônica.
II. A arbitragem da Questão do Pirara foi confiada ao rei da Itália, que dividiu a região disputada entre o Brasil e a Inglaterra.
III.A borracha era o recurso econômico mais cobiçado na questão do Acre, enquanto na região do Pirara (entre o atual nordeste de Roraima e o leste da Guiana) a atividade econômica predominante era a pecuária.
IV. O litígio entre Brasil e Inglaterra remontava ao século XIX, quando a expedição britânica dos irmãos Schomburgk na Guiana denunciou os maustratos aos povos indígenas na região fronteiriça por parte dos fazendeiros brasileiros.
São verdadeiras apenas as afirmativas:
As teorias raciais europeias da segunda metade do século XIX e do início do século XX, como as ideias da eugenia e do evolucionismo social, exerceram influência na elite letrada do Brasil, em um momento em que se vivia a transição do trabalho escravo para o livre. Usando argumentos biológicos, afirmavam a superioridade de algumas “raças” humanas sobre outras. Essas ideias racistas estiveram presentes nos debates e na legislação sobre a imigração estrangeira. O Estado financiou e estimulou a imigração europeia, mas havia forte discriminação contra negros, índios e outros grupos étnicos. A historiadora Lilia Schwarcz escreveu sobre as ideologias racistas da época no livro O Espetáculo das Raças:
“O decreto 528, de 28 de junho de 1890, abria o Brasil para todas as pessoas válidas e capazes para trabalho, ‘com exceção dos africanos e asiáticos’. [...] O jornal Correio Paulistano, em 19 de julho de 1892, assim se referia aos chineses: ‘são todos ladrões, jogadores a um grau incompreensível; admitindo a possibilidade de introduzi-los, quanto gastará o Estado de São Paulo em cárceres com o aumento da criminalidade’. Ainda em 1929, Miguel Couto – presidente da Academia Nacional de Medicina – defendia no Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia a tese de que a mistura racial levaria à degeneração nacional”
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 184-186 e 235).
I. Após a Abolição da Escravidão em 1888, os brasileiros de origem africana passaram a ser tratados de forma igualitária com os brancos, tendo sido indenizados pela escravidão, obtendo acesso à propriedade da terra, à educação formal e a direitos políticos, além da liberdade para suas manifestações culturais e religiosas.
II. Muitos imigrantes europeus trouxeram ideias anarquistas e socialistas para as cidades brasileiras, contribuindo para a formação de sindicatos e movimentos de trabalhadores; o governo da Primeira República reagiu com a lei Adolfo Gordo em 1907, que autorizava a deportação sumária de estrangeiros “perigosos para a ordem social”.
III.De 1870 a 1930, houve um grande fluxo migratório de italianos, portugueses, espanhóis e alemães para o Brasil, acrescidos dos japoneses a partir de 1908; todos esses imigrantes dirigiram-se inicialmente para as cidades, empregando-se na indústria, e depois foram trabalhar nas lavouras de café.
IV. Após denúncias de extermínio das populações indígenas, o governo federal criou em 1910, sob inspiração do Marechal Rondon, o S.P.I. (Serviço de Proteção aos Índios), mas ainda em uma perspectiva evolucionista que enxergava alguns povos como “atrasados”.
São verdadeiras apenas as afirmativas: