TEXTO 2
Transferência de Neymar ao PSG é golpe de ‘soft power’ do Catar a países do Golfo, dizem especialistas
A transferência do fenômeno brasileiro
Neymar ao Paris Saint-Germain (PSG)
representa uma estratégia de marketing e
um golpe de ‘soft power’ do Catar contra os
[50] países do Golfo que cortaram relações
diplomáticas com o emirado. Esta é a análise
de especialistas ouvidos pela agência de
notícias France Presse e do comentarista da
GloboNews, Marcelo Lins.
[55] Neymar se tornou o jogador mais caro da
história do futebol, com o pagamento da
cláusula de rescisão no valor de € 222
milhões (R$ 812 milhões).
Segundo Mathieu Guidere, especialista em
[60] geopolítica do mundo árabe consultado pela
AFP, o anúncio da transferência do jogador
ao PSG, que é de um fundo de investimentos
do Catar, “foi testado entre catarianos como
uma espécie de estratégia de comunicação
[65] que ofuscaria o debate em torno de outras
considerações, como o terrorismo”.
Marcelo Lins, comentarista da GloboNews,
afirmou que a transferência beneficia a
imagem do Catar. “Um pequeno país
[70] riquíssimo em petróleo, do Golfo, que bota
tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida,
ou a milhões de torcedores espalhados pelo
mundo... você tem uma volta disso na
imagem do Catar, que é muito grande”, disse
[75] à GloboNews. “É uma grande jogada de
marketing do Catar como um todo”,
acrescentou.
O Catar enfrenta a sua pior crise política em
décadas, com a Arábia Saudita e outros
[80] países do Golfo tendo cortado relações
diplomáticas com o emirado por acusações
de apoio a grupos terroristas. O Catar nega
as acusações e diz que o objetivo é
prejudicar o emirado rico em gás.
[85] Com a transferência de Neymar, Doha pode
estar de olho em investir em ‘soft power’. O
conceito de ‘soft power’ (‘poder suave’, em
tradução livre) foi elaborado para definir a
influência de países nas relações
[90] internacionais por meio de investimentos em
ações positivas.
“Esse é um golpe de ‘soft power’. O Catar
precisa demonstrar ao mundo que, apesar de
todas as acusações, é o país mais resiliente
[95] no Oriente Médio”, disse à AFP Andreas
Krieg, analista de risco político no King’s
College de Londres. “Ter o melhor jogador do
mundo mostra ao resto do mundo que se o
Catar é determinado, eles ainda têm os
[100] maiores recursos para tirar e, se necessário,
usar o dinheiro que têm para promover a sua
agenda”, acrescentou.
O custo da transferência de Neymar “envia
um sinal muito forte para o mundo esportivo
[105] e um sinal muito forte de desafio contra os
Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita”,
disse Krieg. “Eles queriam esse jogador e
usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer
preço”.
[...]
https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml
No enunciado “O Catar precisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas as acusações, é o país mais resiliente no Oriente Médio” (linhas 92-95), a expressão parentética “apesar de todas as acusações” estabelece com a oração com a qual está ligada uma relação de
TEXTO 2
Transferência de Neymar ao PSG é golpe de ‘soft power’ do Catar a países do Golfo, dizem especialistas
A transferência do fenômeno brasileiro
Neymar ao Paris Saint-Germain (PSG)
representa uma estratégia de marketing e
um golpe de ‘soft power’ do Catar contra os
[50] países do Golfo que cortaram relações
diplomáticas com o emirado. Esta é a análise
de especialistas ouvidos pela agência de
notícias France Presse e do comentarista da
GloboNews, Marcelo Lins.
[55] Neymar se tornou o jogador mais caro da
história do futebol, com o pagamento da
cláusula de rescisão no valor de € 222
milhões (R$ 812 milhões).
Segundo Mathieu Guidere, especialista em
[60] geopolítica do mundo árabe consultado pela
AFP, o anúncio da transferência do jogador
ao PSG, que é de um fundo de investimentos
do Catar, “foi testado entre catarianos como
uma espécie de estratégia de comunicação
[65] que ofuscaria o debate em torno de outras
considerações, como o terrorismo”.
Marcelo Lins, comentarista da GloboNews,
afirmou que a transferência beneficia a
imagem do Catar. “Um pequeno país
[70] riquíssimo em petróleo, do Golfo, que bota
tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida,
ou a milhões de torcedores espalhados pelo
mundo... você tem uma volta disso na
imagem do Catar, que é muito grande”, disse
[75] à GloboNews. “É uma grande jogada de
marketing do Catar como um todo”,
acrescentou.
O Catar enfrenta a sua pior crise política em
décadas, com a Arábia Saudita e outros
[80] países do Golfo tendo cortado relações
diplomáticas com o emirado por acusações
de apoio a grupos terroristas. O Catar nega
as acusações e diz que o objetivo é
prejudicar o emirado rico em gás.
[85] Com a transferência de Neymar, Doha pode
estar de olho em investir em ‘soft power’. O
conceito de ‘soft power’ (‘poder suave’, em
tradução livre) foi elaborado para definir a
influência de países nas relações
[90] internacionais por meio de investimentos em
ações positivas.
“Esse é um golpe de ‘soft power’. O Catar
precisa demonstrar ao mundo que, apesar de
todas as acusações, é o país mais resiliente
[95] no Oriente Médio”, disse à AFP Andreas
Krieg, analista de risco político no King’s
College de Londres. “Ter o melhor jogador do
mundo mostra ao resto do mundo que se o
Catar é determinado, eles ainda têm os
[100] maiores recursos para tirar e, se necessário,
usar o dinheiro que têm para promover a sua
agenda”, acrescentou.
O custo da transferência de Neymar “envia
um sinal muito forte para o mundo esportivo
[105] e um sinal muito forte de desafio contra os
Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita”,
disse Krieg. “Eles queriam esse jogador e
usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer
preço”.
[...]
https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml
A notícia é tomada como um gênero textual da esfera jornalística que tem como objetivo divulgar temas da atualidade de maneira imparcial. Na notícia acima, este objetivo é alcançado pelo enunciador por meio de alguns recursos linguísticos textuais, EXCETO pelo(a)
TEXTO 2
Transferência de Neymar ao PSG é golpe de ‘soft power’ do Catar a países do Golfo, dizem especialistas
A transferência do fenômeno brasileiro
Neymar ao Paris Saint-Germain (PSG)
representa uma estratégia de marketing e
um golpe de ‘soft power’ do Catar contra os
[50] países do Golfo que cortaram relações
diplomáticas com o emirado. Esta é a análise
de especialistas ouvidos pela agência de
notícias France Presse e do comentarista da
GloboNews, Marcelo Lins.
[55] Neymar se tornou o jogador mais caro da
história do futebol, com o pagamento da
cláusula de rescisão no valor de € 222
milhões (R$ 812 milhões).
Segundo Mathieu Guidere, especialista em
[60] geopolítica do mundo árabe consultado pela
AFP, o anúncio da transferência do jogador
ao PSG, que é de um fundo de investimentos
do Catar, “foi testado entre catarianos como
uma espécie de estratégia de comunicação
[65] que ofuscaria o debate em torno de outras
considerações, como o terrorismo”.
Marcelo Lins, comentarista da GloboNews,
afirmou que a transferência beneficia a
imagem do Catar. “Um pequeno país
[70] riquíssimo em petróleo, do Golfo, que bota
tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida,
ou a milhões de torcedores espalhados pelo
mundo... você tem uma volta disso na
imagem do Catar, que é muito grande”, disse
[75] à GloboNews. “É uma grande jogada de
marketing do Catar como um todo”,
acrescentou.
O Catar enfrenta a sua pior crise política em
décadas, com a Arábia Saudita e outros
[80] países do Golfo tendo cortado relações
diplomáticas com o emirado por acusações
de apoio a grupos terroristas. O Catar nega
as acusações e diz que o objetivo é
prejudicar o emirado rico em gás.
[85] Com a transferência de Neymar, Doha pode
estar de olho em investir em ‘soft power’. O
conceito de ‘soft power’ (‘poder suave’, em
tradução livre) foi elaborado para definir a
influência de países nas relações
[90] internacionais por meio de investimentos em
ações positivas.
“Esse é um golpe de ‘soft power’. O Catar
precisa demonstrar ao mundo que, apesar de
todas as acusações, é o país mais resiliente
[95] no Oriente Médio”, disse à AFP Andreas
Krieg, analista de risco político no King’s
College de Londres. “Ter o melhor jogador do
mundo mostra ao resto do mundo que se o
Catar é determinado, eles ainda têm os
[100] maiores recursos para tirar e, se necessário,
usar o dinheiro que têm para promover a sua
agenda”, acrescentou.
O custo da transferência de Neymar “envia
um sinal muito forte para o mundo esportivo
[105] e um sinal muito forte de desafio contra os
Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita”,
disse Krieg. “Eles queriam esse jogador e
usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer
preço”.
[...]
https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml
Sobre o uso de expressões apositivas no Texto 2, é INCORRETO afirmar que
TEXTO 4
Fita métrica do amor
Como se mede uma pessoa? Os
tamanhos variam conforme o grau de
envolvimento. Ela é enorme pra você quando
fala do que leu e viveu, quando trata você
[135] com carinho e respeito, quando olha nos
olhos e sorri destravado. É pequena pra você
quando só pensa em si mesmo, quando se
comporta de uma maneira pouco gentil,
quando fracassa justamente no momento em
[140] que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você
quando se interessa pela sua vida, quando
busca alternativas para o seu crescimento,
[145] quando sonha junto. É pequena quando
desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa,
quando compreende, quando se coloca no
lugar do outro, quando age não de acordo
[150] com o que esperam dela, mas de acordo com
o que espera de si mesma. Uma pessoa é
pequena quando se deixa reger por
comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar
[155] grandeza ou miudeza dentro de um
relacionamento, pode crescer ou decrescer
num espaço de poucas semanas: será ela
que mudou ou será que o amor é traiçoeiro
nas suas medições? Uma decepção pode
[160] diminuir o tamanho de um amor que parecia
ser grande. Uma ausência pode aumentar o
tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade:
as pessoas se agigantam e se encolhem aos
[165] nossos olhos. Nosso julgamento é feito não
através de centímetros e metros, mas de
ações e reações, de expectativas e
frustrações. Uma pessoa é única ao estender
a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se
[170] orna mais uma. O egoísmo unifica os
insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os
músculos que tornam uma pessoa grande. É
a sua sensibilidade sem tamanho.
MEDEIROS, Martha. Non-stop: crônicas do cotidiano. Rio de Janeiro: L&PM Editores. 2001.
O propósito principal da crônica resume-se pelo seguinte excerto do texto:
TEXTO 4
Fita métrica do amor
Como se mede uma pessoa? Os
tamanhos variam conforme o grau de
envolvimento. Ela é enorme pra você quando
fala do que leu e viveu, quando trata você
[135] com carinho e respeito, quando olha nos
olhos e sorri destravado. É pequena pra você
quando só pensa em si mesmo, quando se
comporta de uma maneira pouco gentil,
quando fracassa justamente no momento em
[140] que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você
quando se interessa pela sua vida, quando
busca alternativas para o seu crescimento,
[145] quando sonha junto. É pequena quando
desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa,
quando compreende, quando se coloca no
lugar do outro, quando age não de acordo
[150] com o que esperam dela, mas de acordo com
o que espera de si mesma. Uma pessoa é
pequena quando se deixa reger por
comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar
[155] grandeza ou miudeza dentro de um
relacionamento, pode crescer ou decrescer
num espaço de poucas semanas: será ela
que mudou ou será que o amor é traiçoeiro
nas suas medições? Uma decepção pode
[160] diminuir o tamanho de um amor que parecia
ser grande. Uma ausência pode aumentar o
tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade:
as pessoas se agigantam e se encolhem aos
[165] nossos olhos. Nosso julgamento é feito não
através de centímetros e metros, mas de
ações e reações, de expectativas e
frustrações. Uma pessoa é única ao estender
a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se
[170] orna mais uma. O egoísmo unifica os
insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os
músculos que tornam uma pessoa grande. É
a sua sensibilidade sem tamanho.
MEDEIROS, Martha. Non-stop: crônicas do cotidiano. Rio de Janeiro: L&PM Editores. 2001.
Como figura de linguagem, a anáfora é caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. Na crônica, a autora recorre à anáfora, nos três primeiros parágrafos do texto, pela repetição da conjunção “quando”, com o objetivo de
TEXTO 4
Fita métrica do amor
Como se mede uma pessoa? Os
tamanhos variam conforme o grau de
envolvimento. Ela é enorme pra você quando
fala do que leu e viveu, quando trata você
[135] com carinho e respeito, quando olha nos
olhos e sorri destravado. É pequena pra você
quando só pensa em si mesmo, quando se
comporta de uma maneira pouco gentil,
quando fracassa justamente no momento em
[140] que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você
quando se interessa pela sua vida, quando
busca alternativas para o seu crescimento,
[145] quando sonha junto. É pequena quando
desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa,
quando compreende, quando se coloca no
lugar do outro, quando age não de acordo
[150] com o que esperam dela, mas de acordo com
o que espera de si mesma. Uma pessoa é
pequena quando se deixa reger por
comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar
[155] grandeza ou miudeza dentro de um
relacionamento, pode crescer ou decrescer
num espaço de poucas semanas: será ela
que mudou ou será que o amor é traiçoeiro
nas suas medições? Uma decepção pode
[160] diminuir o tamanho de um amor que parecia
ser grande. Uma ausência pode aumentar o
tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade:
as pessoas se agigantam e se encolhem aos
[165] nossos olhos. Nosso julgamento é feito não
através de centímetros e metros, mas de
ações e reações, de expectativas e
frustrações. Uma pessoa é única ao estender
a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se
[170] orna mais uma. O egoísmo unifica os
insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os
músculos que tornam uma pessoa grande. É
a sua sensibilidade sem tamanho.
MEDEIROS, Martha. Non-stop: crônicas do cotidiano. Rio de Janeiro: L&PM Editores. 2001.
No trecho “Uma pessoa é grande quando perdoa [...], quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma” (linhas 147-151), o termo “pessoa”, nas expressões destacadas do trecho acima, é retomado por meio de alguns recursos coesivos, a saber: