Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
A justificativa do emprego da vírgula, conforme as exigências da pontuação na língua, está exemplificada de acordo com a norma-padrão em
Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
O Texto I aborda importantes avanços da ciência médica nos últimos anos, podendo seu conteúdo ser assim resumido:
Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
A concordância nominal está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em “o médico pode programar de longe o dispositivo para administrar a droga nos horários e doses apropriados” (l. 19-21), porque o adjetivo em destaque concorda com os dois substantivos de gêneros diferentes em conjunto. A mesma explicação para esse caso de concordância é adequada no emprego da palavra destacada em:
Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
Na formação do plural dos substantivos compostos, quando os elementos componentes são ligados por hífen, podem variar todos ou apenas algum deles. A mesma formação do plural de “marca-passo” (l. 56) é encontrada em
Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
A relação entre o trecho destacado e o anterior está adequadamente indicada em:
Computador de engolir
Lembrar-se de tomar o remédio, de fazer
exames periódicos, de ter de picar o dedo para
medir a glicose do sangue de diabéticos podem em
breve transformar-se em atitudes do passado. É para
isso que trabalham cientistas de vários laboratórios
pelo mundo, especializados em computadores
implantáveis. Uma nova geração desses aparelhos já
recebeu a aprovação de órgãos de regulação para
que sejam “instalados” em nós. A expectativa é que
esse mercado, que cresce rápido, chegue a US$ 24,8
bilhões em 2016.
Na dianteira desse avanço, está o engenheiro
Robert Langer, do MIT. Langer trabalha em um
chip que pode substituir as pílulas. Seu aparelho é
introduzido sob a pele na região da cintura e pode
ser programado remotamente para liberar doses de
medicamento em determinados horários. Ou seja,
em vez de pedir ao paciente que se lembre de tomar
o remédio, o médico pode programar de longe o
dispositivo para administrar a droga nos horários e
doses apropriados. O chip já foi testado com sucesso
em oito mulheres com osteoporose, substituindo
injeções diárias do remédio teriparatide. Ao final de
12 meses, houve uma melhora na formação óssea
delas. “Isso possibilita tratamento individualizado,
mais preciso e menos doloroso”, diz Langer.
Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao
mercado, mas, quando começar a ser usado, poderá
somar-se a outros sensores internos que disparam
alertas quando há algo errado. Um deles, em fase
de desenvolvimento, tenta medir, em tempo real, o
nível de glicose no sangue do diabético. Nesse caso,
o paciente obedecerá a uma informação do chip para
liberar automaticamente doses de insulina no sangue.
É como um painel de automóvel que acende uma luz
quando há algo de errado em seu sistema eletrônico,
compara o cardiologista americano Eric Topol. “Em
breve estarão em nossa corrente sanguínea na forma
de nanossensores, do tamanho de um grão de areia,
fornecendo uma vigilância contínua do nosso sangue,
sendo capazes de detectar a primeira possibilidade
de um câncer.”
Outro mecanismo, aprovado em 2013, é o Argus,
a primeira prótese ocular. Ele consiste em um chip
com eletrodos, implantado no fundo do olho, que
converte imagens de uma microcâmera instalada nos
óculos em pulsos elétricos. Os pulsos, enviados a
células da retina, produzem imagens para pessoas
que perderam a visão. O “olho biônico” é usado em
pacientes com retinite pigmentosa, doença que causa
degeneração da retina e afeta seriamente a visão de
cerca de 1,5 milhão de indivíduos no mundo. Apesar
de não restaurar por completo a visão, ajuda cegos a
voltar a enxergar movimentos e até a ler.
Todos esses aparelhos implantáveis são
descendentes diretos do marca-passo, usado com
sucesso pela primeira vez na Suécia, em 1958.
A diferença é que hoje eles atingem formas que
permitem um nível inédito de integração com o
corpo, possibilitando mais funções. Mas alguns
obstáculos permanecem: os principais desafios são
a compatibilidade, de modo que o corpo não rejeite
o implante, e a falta de clareza dos efeitos a longo
prazo. Materiais como silício ou ouro podem causar
consequências traumáticas: inflamações, cápsulas
fibrosas e calcificação ao redor do implante. Isso
afeta não só o corpo, mas também o funcionamento
do dispositivo e a precisão da leitura das informações.
Se essas barreiras forem ultrapassadas, a
perspectiva é de não apenas oferecer melhores
tratamentos, no futuro, mas também incrementar
algumas habilidades do nosso corpo. Mas
olhos biônicos que dão zoom, nanodispositivos
que aumentam a concentração ou melhoram o
desempenho físico devem ficar para depois que
tivermos implantes em tempo real nos examinando
ou liberando remédios em nosso sangue.
IKEDA, P. Revista Galileu, n. 276, jul. 2014. p. 57-59. Adaptado.
No trecho do Texto I “Nesse caso, o paciente obedecerá a uma informação do chip para liberar automaticamente doses de insulina no sangue” (l. 32-34) o verbo obedecer exige a presença de uma preposição para introduzir o termo regido. Essa exigência de uma preposição ocorre na forma verbal destacada em