À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
“E séculos passam como minutos. Mas um minuto pode durar um século.” (L. 25-27)
Qual o sentido da passagem destacada acima?
À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
O texto apresentado nos 2o e 3o parágrafos caracteriza uma realidade passada que, no entanto, se presentifica devido ao modo como foi estruturado. O recurso técnico utilizado que produz esse efeito de sentido é a(o)
À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
No primeiro período do segundo parágrafo, “sendas azuladas” constitui uma metáfora, uma imagem criada pelo narrador para traduzir mais provavelmente o efeito de sentido causado
À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
Quanto à tipologia textual, o texto do narrador sobre a floresta (2o e 3o parágrafos) classifica-se como
À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
Analise os trechos. “...as chispas dos olhos dos bichos noturnos.” (L. 18-19), “seu espectro caminha por entre as árvores,” (L. 20-21). As palavras que apresentam, respectivamente, o mesmo sentido das destacadas acima são:
À VIDA
Tive hoje a confirmação de que restam apenas oito
por cento da Mata Atlântica. Dado que podemos
considerar oficial. Difícil de acreditar, vendo tanto verde
quando sobrevoamos regiões de grandes florestas. Fico
pensando como seria essa paisagem quinhentos anos
atrás. E como será essa paisagem num futuro mais ou
menos próximo, no mundo em que viverão nossos
tataranetos. Talvez por me sentir hoje triste e apreensiva
com os acontecimentos atuais, espanto-me com meu
próprio texto, tão cheio de esperança:
“E desde a infância era a visão da floresta, úmida e
silenciosa, com suas sendas azuladas. Com suas
verdes abóbadas, por onde a luz passa deixando cair
moedas de ouro. Esse segredo debaixo das folhas, que
as cigarras denunciam em sua zoada de brasa ardente.
O canto dos pássaros abre e fecha o dia. À noite, patas
macias e felinas transitam na escuridão. E da clareira
onde a lua pousa, percebe-se na sombra as chispas
dos olhos dos bichos noturnos. E mesmo quando o
vento cessa no alto das grandes copas, seu espectro
caminha por entre as árvores, como um velho muito
velho. Por ali o vento traça sua jornada, encrespando a
pele sensível dos rios. De manhã bem cedo, num vôo
alto e demoroso, urubus de asas abertas deixam-se
levar, carregados pelas correntezas do céu. E séculos
passam como minutos. Mas um minuto pode durar um
século. A floresta é uma ilha cercada de vento e água
por todos os lados.
Devagar a grande Mata Atlântica aproxima-se do
mar. Raízes retorcidas alcançam finas areias. E sobre
as pedras baixas, longos galhos se debruçam e roçam
o verde transparente do oceano. Magicamente, uma
borboleta branca como um espírito vagueia por ali. Passa
um cardume de bonitos com seus dorsos azulados, de
repente pura prata quando mudam de direção. Uma
estrela do mar sobe do fundo das águas e sua sombra
passa rente à superfície. Quando cessa o constante
marulhar que em certas horas do dia embala e adormece
a paisagem, pode-se imaginar ouvir o ronco de alguma
cachoeira escondida no cofre cerrado da mata.”
JOBIM, Helena. Disponível em: http://www.bafafa.com.br. Acesso: 22 abr. 2008. (Adaptado)
As expressões “À noite” (L. 16) e “de repente” (L. 34-35) têm valor