APRESENTAÇÃO
Amir Labaki
Cem anos de cinema (ou mais ou menos isso) são também um século de jornalismo cinematográfico. As míticas primeiras
projeções de filmes pelos irmãos Lumière pautaram os primeiros jornalistas. Um desses pioneiros frisou o impacto daquelas
imagens "em tamanho natural, com as cores da vida". Assistira a uma projeção de dimensões limitadas e em preto e branco.
Este contraste entre o visto e o escrito vale compêndios sobre a crítica de cinema.
Esta antologia reúne resenhas e ensaios publicados pela Folha de S. Paulo (e títulos antecessores) sobre dezoito dos
principais filmes da história do cinema. A pretensão não é maior do que a de apresentar breves iluminações para alguns picos
em sua trajetória da era muda (Chaplin) ao período pós-moderno (Tarantino). Análises desenterradas de páginas amarelecidas
fazem reviver momentos-chaves de uma história em plena construção.
(Folha conta 100 anos de cinema. Org. Amir Labaki. Imago: Rio de Janeiro, 1995. p. 9)
Porque é texto de apresentação, o trecho acima
É correto afirmar sobre o material publicitário:
O comentário adequado ao que se tem no texto é:
Meu caro Drummond
Antes de mais nada: você é muito inteligente, puxa! A sua carta é simplesmente linda. E tem uma coisa que não sei se você
notou. A primeira vinha um pouco de fraque. A segunda era natural que viesse de paletó-saco. Mas fez mais. Veio fumando, de
chapéu na cabeça, bateu-me familiarmente nas costas e disse: Te incomodo? Eu tenho uma vaidade: a deste dom de envelhecer
depressa as camaradagens. Pois, camarada velho, sente-se aí e vamos conversar. Olhe, você não repare se vou escrever sintético. É
que de verdade mesmo não posso me estender nas minhas cartas. Não tenho tempo pra nada, de tal forma estou ocupado. [...]
...e ainda não falei nos seus versos... Gostei. Gostei francamente, embora a sua prosa por enquanto seja mais segura que
seus versos. [...]
Como pratico com o Manuel Bandeira e o Luís Aranha, e eles comigo, mando-te os teus versos com algumas sugestões. Mas
quero que eles voltem pra mim. Preciso deles em minha casa enquanto não se publicam.
E até logo. Lembranças aos amigos.
Um abraço do coração.
Mário de Andrade.
Obs.: paletó-saco = paletó mais informal. (ANDRADE, Mário de. A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, anotadas pelo destinatário. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982. p. 11, 16 e 17)
O fragmento acima, em sua especificidade, representa tipo de texto sobre o qual é correto afirmar:
Meu caro Drummond
Antes de mais nada: você é muito inteligente, puxa! A sua carta é simplesmente linda. E tem uma coisa que não sei se você
notou. A primeira vinha um pouco de fraque. A segunda era natural que viesse de paletó-saco. Mas fez mais. Veio fumando, de
chapéu na cabeça, bateu-me familiarmente nas costas e disse: Te incomodo? Eu tenho uma vaidade: a deste dom de envelhecer
depressa as camaradagens. Pois, camarada velho, sente-se aí e vamos conversar. Olhe, você não repare se vou escrever sintético. É
que de verdade mesmo não posso me estender nas minhas cartas. Não tenho tempo pra nada, de tal forma estou ocupado. [...]
...e ainda não falei nos seus versos... Gostei. Gostei francamente, embora a sua prosa por enquanto seja mais segura que
seus versos. [...]
Como pratico com o Manuel Bandeira e o Luís Aranha, e eles comigo, mando-te os teus versos com algumas sugestões. Mas
quero que eles voltem pra mim. Preciso deles em minha casa enquanto não se publicam.
E até logo. Lembranças aos amigos.
Um abraço do coração.
Mário de Andrade.
Obs.: paletó-saco = paletó mais informal. (ANDRADE, Mário de. A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, anotadas pelo destinatário. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982. p. 11, 16 e 17)
É correto afirmar:
Há um provérbio latino, Ne nuntium necare, que
significa "Não mate o mensageiro". Diz-se que esse
provérbio surgiu devido à atitude de poderosos que, ao
receberem mensagem considerada ruim, mandavam matar
o mensageiro.
Leia, agora, as afirmações que seguem.
I. O leitor poderia, legitimamente, associar a frase latina à composição de Millôr, se o provérbio, aplicado ao contexto da charge, fosse tomado com o sentido de "Não culpe o aparelho".
II. O provérbio e a charge têm em comum, além da estrutura sintética, a crítica que trazem subentendida: no caso do provérbio, há advertência aos poderosos; no caso da charge, há denúncia bem-humorada da atitude preconceituosa da Madame.
III. Na charge, participa da produção do humor a inesperada atribuição à realidade de característica que é própria de engrenagens de máquinas: funcionar mal.
IV. Na charge, a figura do técnico que conserta TV é construída pelo desenho que o representa, pela fala que profere e pela representação de sua maleta de trabalho; esta remete ao técnico pela similaridade entre eles.
Está correto o que se afirma APENAS em