Quando estava na escola, uma professora pedia relatórios gigantescos e os avaliava mais pela quantidade de páginas escritas que pela qualidade delas. Como a turma era bastante numerosa, sabíamos que ela não conseguiria ler toda nossa produção, então escrevíamos com capricho o início e o final do trabalho e o resto preenchíamos com geradores de texto falso. Ninguém nunca foi reprovado por isso, mas, mesmo que tenha lido, a professora não deve ter entendido as reflexões criadas por computador.
Essa trapaça (da qual não me orgulho) aconteceu no início dos anos 2000, nos primórdios dos geradores de texto. Hoje, com o avanço da tecnologia, não seria tanta enganação assim. Contos já foram escritos por inteligência artificial e é possível programar matérias jornalísticas com algoritmos - algumas agências de notícias fazem isso com publicações que têm estruturas previsíveis, como esporte e mercado financeiro. [...]
Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/leitores-confiam-mais-em-textos-gerados-por-maquina. Acesso em: 05/05/2016.
Da leitura desse trecho, é possível afirmar que o segundo parágrafo, em relação ao primeiro,
Leia o texto a seguir.
E aquele 1% é puro talento
Os figurões do mercado parecem não acreditar na ideia de que o sucesso vem com 1% de inspiração e 99% de transpiração. Em pesquisa conduzida pela professora Chia-Jung Tsay, do University College London, perfis de empreendedores foram apresentados a especialistas do mercado financeiro: apesar do discurso de valorizar pessoas empenhadas, os participantes do estudo se mostraram inclinados a investir nos talentos natos. “É possível que o talento natural seja atribuído a características internas e percebido como um meio permanente, mais autêntico e seguro para o sucesso”, diz a pesquisadora.
Galileu, ed. 297, abril/2016, p. 11.
As línguas dispõem de vários recursos para apresentar a relação dos falantes com o conteúdo explicitado.
Assinale a alternativa em que a análise do recurso está CORRETA.
Observe a charge.
A linguagem não verbal usada pelo chargista nessa ilustração deixa clara certa atitude dos personagens que se soma às palavras da vassoura.
Assim, cria-se o efeito de humor, centrado no fato de
Leia o texto a seguir e observe com atenção as opções apresentadas.
Crianças Trabalham em Condições de Escravidão
Diz a Organização Internacional do Trabalho: as “piores formas de trabalho infantil” são as que podem prejudicar a saúde e a segurança dos menores de 18 anos, as que envolvem trabalho escravo, ou as que são consequência do tráfico humano. A colheita do cacau na Costa do Marfim e em Gana, os maiores produtores mundiais da matéria-prima do chocolate, tem disso tudo. Crianças escravas, enganadas por traficantes de pessoas, ou adolescentes que abandonaram a escola para ajudar a família na lavoura pesada, em contato intenso com agrotóxicos. Os fabricantes de chocolate têm sido cobrados por políticos e consumidores.
E ganharam um prazo para diminuir o trabalho infantil no começo da feitura de seus doces. Mas a questão é mais complexa que apenas apelar às boas intenções das multinacionais – porque envolve um ciclo de miséria enraizado profundamente no solo africano.
A série de reportagens investigativas que denunciou o trabalho escravo de adolescentes e 12 crianças em plantações de Gana e da Costa do Marfim já está fazendo15 anos, e muita coisa mudou de lá para cá – graças à mobilização de entidades de combate ao tráfico infantil e iniciativas das próprias companhias de chocolate. Mas um estudo divulgado pela Tulane University, de New Orleans, mostrou que o cenário ainda é aterrador, mesmo para os padrões africanos. Segundo esse levantamento, 2,2 milhões de crianças estavam trabalhando em 2014 nas plantações de cacau da Costa do Marfim e de Gana – e piorou nos últimos cinco anos: 440 mil a mais que na última edição da pesquisa, em 2009. Desse total, 90% estão envolvidas em atividades perigosas: manipulam facões para abrir os frutos (37% das crianças têm ferimentos provocados pelo facão); carregam nos ombros ou sobre a cabeça sacos de mais de 10 kg cheios de sementes de cacau, caminhando pelo solo irregular das plantações; têm contato direto e intenso com pesticidas. Isso tudo sob um sol africano.
Dossiê Superinteressante, São Paulo: Abril, mai, 2016, p.39-41. Com adaptações.
I. As multinacionais fabricantes de chocolate ganharam um prazo para diminuir o trabalho infantil utilizado na colheita do cacau.
II. A erradicação do trabalho infantil independe da boa vontade dos fabricantes de chocolate, porque esbarra na miséria radicada nas terras africanas.
III. A Tulane University divulgou, há 15 anos, um estudo sobre o trabalho escravo envolvendo crianças e adolescentes em plantações de Gana e da Costa do Marfim.
IV. A expressão “última edição da pesquisa” (17a e 18a linhas) refere-se a um levantamento feito cinco anos antes de 2014 pela Tulane University.
V. A expressão “desse total” (18a linha) refere-se aos 2,2 milhões de crianças.
De acordo com a organização das ideias e as estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa CORRETA.
O texto a seguir faz parte de uma correspondência enviada por Mário de Andrade a Manuel Bandeira, em 26 de janeiro de 1935.
(...) Não vá pra Cumbuquira “concertar” o fígado que você se estraga completamente! Isso acho que é demais. Apesar de suas razões que já conheço hoje, concertar com “c”, pra qualquer sentido da palavra está consagrado definitivamente. Vamos: me retruque que o “hontem”, o “geito” e o “pêcego” também estavam concertados definitivamente entre escritores e que então eu não devia concertá-los. Você está certo, mas a minha resposta é o “brinque-se”! Por enquanto. Porque se vier uma nova reforma ortográfica mandando distinguir definitivamente consertar e concertar, assim farei em nome da minha desindividualização teórica.
Mundo Jovem, ed. 466, maio/2016, p. 21.
A variação linguística interfere na produção de sentidos dos textos.
No trecho da correspondência de Mário de Andrade, ele argumenta a favor
Observe a tirinha.
A fala da garota na tirinha explica-se porque o