Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
[5] seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
[10] a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
[15] encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
[20] regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
[25] os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
[30] lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
[35] ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
[40] Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
[45] oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
[50] realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/ o-celular-que-escraviza.html. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
Sobre a análise dos aspectos linguísticos que estruturam o texto, está correto o que se afirma em
Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
[5] seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
[10] a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
[15] encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
[20] regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
[25] os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
[30] lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
[35] ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
[40] Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
[45] oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
[50] realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/ o-celular-que-escraviza.html. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
A leitura do texto permite afirmar que a hiperconectividade
Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
[5] seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
[10] a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
[15] encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
[20] regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
[25] os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
[30] lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
[35] ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
[40] Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
[45] oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
[50] realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/ o-celular-que-escraviza.html. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
Contextualizado os fatos, o que se afirma do fragmento destacado está correto em
Vários princípios são fundamentais para garantir que a web continue cada vez mais valiosa. O princípio de design essencial à utilidade e ao crescimento é a universalidade. Quando as pessoas criam um link, devem poder relacioná-lo a qualquer coisa que desejem, independentemente do hardware de que dispõem (computador fixo ou móvel, de tela grande ou pequena), do idioma que falam, do software usado, ou do tipo de conexão à internet (com ou sem fio). A web deve ser acessível a deficientes. Deve funcionar com qualquer formato de informação (documentos ou dados), de qualquer qualidade – seja um tweet bobo ou uma peça erudita.
O URI é a chave da universalidade – originalmente esse esquema de nomeação foi denominado como Universal Resource Identifier, mas, depois, ele se tornou mais conhecido como URL, ou Uniform Resource Locator – e permite que você siga qualquer link, independentemente do conteúdo a que ele remete, ou de quem publica esse conteúdo. Os links agregam valor ao conteúdo da web, tornando-a um espaço interconectado de informação.
A liberdade de expressão também deve ser protegida. A web deve ser como um papel em branco: pronto para ser escrito, mas sem qualquer controle sobre o que é escrito. Neste ano, o Google acusou o governo chinês de entrar em seus databases para procurar e-mails de dissidentes. As alegadas invasões ocorreram depois que o Google resistiu à exigência do governo de censurar certos documentos.
Os governos totalitários não são os únicos a violar os direitos civis. Uma lei criada na França, em 2009, chamada Hadopi, autorizou uma nova agência com esse nome a desconectar qualquer domicílio da internet, por um ano, caso algum morador seja acusado de roubar músicas ou vídeos das empresas de mídia. Mas, após muita polêmica, o Conselho Constitucional da França exigiu, em outubro, que cada caso seja avaliado por um juiz antes que o acesso à internet seja revogado.
Como, de muitas formas, a web tornou-se crucial para nossas vidas e nosso trabalho, a desconexão representa uma forma de privação de liberdade. Se pudéssemos recorrer à Magna Carta, seria a hora de afirmar: “Nenhuma pessoa ou organização será privada da capacidade de se conectar a outras sem o devido processo legal e a presunção de inocência.
BERNERS-LEE, T. Vida longa à web. Disponível em : http:/www2. uol.com.br/sciam/reportagem/vida_longa_a_web.html. Acesso em: 12 set. 2013. Adaptado.
Sobre os meios de comunicação, avanços tecnológicos e suas implicações, pode-se afirmar:
As pessoas começam a se adicionar no Facebook
e no final todo mundo vira amigo? Não é bem assim.
A internet raramente cria amizades do zero – na maior
parte dos casos, ela funciona como potencializadora
[5] de relações que já haviam se insinuado na vida
real. Um estudo feito pela Universidade de Michigan
constatou que o 20o maior uso do Facebook, depois
de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas
que acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil,
[10] adiciona aquela pessoa, e está formado um vínculo.
As redes sociais têm o poder de transformar os
chamados elos latentes (pessoas que frequentam o
mesmo ambiente social que você, mas não são suas
amigas) em elos fracos – uma forma superficial de
[15] amizade. Pois é. Por mais que existam exceções
a qualquer regra, todos os estudos apontam que
amizades geradas com a ajuda da internet são mais
fracas, sim, do que aquelas que nascem e crescem
fora dela.
COSTA, Camila. Como a internet está mudando a amizade. Superinteressante. Disponível em: http://supr.abril.com.br/cotidiano/ como-internet-esta-mudando-amizade-619645.shtml. Acesso em: 18 set. 2013.
Quanto aos elementos linguísticos que compõem o texto e seus efeitos de sentido, é correto firmar:
No que se refere à análise dos elementos verbais e não verbais da charge, pode-se inferir: