TEXTO 1
Uma nova luz em nossas vidas
Adilson de Oliveira
A luz é um dos fenômenos físicos mais interessantes da natureza. Aliás, só podemos observar
a natureza a partir da luz. Conforme o tipo usado, vemos diferentes aspectos do mundo. Uma
sala, por exemplo, se transforma perante nossos olhos quando a iluminamos com cores
diferentes. Vivemos banhados pela luz. A luz viaja a cerca de 300.000 Km/s no vácuo, que é o
limite de velocidade para tudo no universo. Ela pode se comportar como onda, ao se espalhar
pelo ar, ou como partícula, quando é absorvida ou emitida por átomos. Sem dúvida, um objeto
fascinante e intrigante. Qualquer um de nós, sobretudo na infância, já perguntou o que é a luz.
Podemos prendê-la, guardá-la? Como podemos fazer luz? O que veríamos se andássemos
junto com um raio de luz?
A luz pode ser produzida de diversas formas. Por exemplo, todo corpo, quando aquecido,
emite luz. Nosso corpo, que normalmente fica na temperatura de 36 ºC, emite luz na faixa do
infravermelho, que é invisível aos nossos olhos, mas que podemos sentir pelo tato e por meio
de sensores especiais. À medida que aumentamos a temperatura de um objeto, ele começa a
brilhar, primeiramente de forma avermelhada, depois amarelada, até chegar à cor azul, que
representa alta temperatura, acima de milhares de graus. O aquecimento dos corpos foi
durante milênios o único modo de produzir luz, principalmente a partir da combustão (fogo).
Até meados do século XIX, quando a lâmpada incandescente foi inventada, usava-se fogo
para iluminar, na forma de tocha ou vela. A lâmpada incandescente, que contava inicialmente
com um filamento de carbono, foi desenvolvida como produto comercial por Thomas Edison,
em 1879, e é usada até hoje. Mas, devido à sua baixa eficiência em converter energia em luz,
essa invenção tem seus dias contados. A alternativa mais comum disponível atualmente é a
lâmpada fluorescente, que, ao contrário da anterior, é muito eficiente. Esse tipo de lâmpada
possui um tubo de vidro no qual uma mistura gasosa, como argônio e vapor de mercúrio,
emite luz ultravioleta quando uma descarga elétrica passa através dela.
Mas a grande revolução na produção de dispositivos emissores de luz teve início em meados
da década de 1960, com a produção dos primeiros diodos emissores de luz – do inglês, Light
Emission Diode (LED). Trata-se de dispositivos semicondutores que, submetidos a
determinada voltagem, emitem luz por um processo conhecido por eletroluminescência. Os
primeiros dispositivos obtidos emitiam luz nas cores vermelha, verde e amarela. Só em 1990
foi possível construir um LED que emitia na faixa do azul, que, combinado com o verde e o
vermelho, pode produzir luz branca.
Foi um grande desafio criar um LED que emite luz na cor azul, feito que valeu o prêmio Nobel
de Física de 2014 para os físicos Isamu Akasaki, da Universidade de Meijo e de Nagoia
(Japão), Hiroshi Amano, também da Universidade de Nagoia, e Shuji Nakamura, da
Universidade da Califórnia (Estados Unidos). O trabalho desenvolvido por esses cientistas
teve o grande mérito de conseguir encontrar rotas específicas para fabricar o material. Os
LED que emitem luz branca estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Muitos deles já
são utilizados em luminárias e em automóveis, com eficiência e durabilidade muito maiores
que as dos demais tipos de lâmpada. O prêmio Nobel de Física de 2014 contemplou uma
descoberta que já se transformou em tecnologia e que permitirá uma revolução nos processos de
geração de luz.
Disponível em: . [Adaptado].
Publicado em: 24 out. 2014. Acesso em: 25 jun. 2015.
De acordo com o texto 1, é CORRETO afirmar que:
01. o autor lança questionamentos ao final do primeiro parágrafo apenas como recurso estilístico, pois o conteúdo de nenhum deles é retomado na sequência do texto.
02. o primeiro parágrafo do texto é permeado por marcas linguísticas de pessoalidade.
04. o segundo parágrafo do texto se desenvolve em torno de formas de produção da luz, desde o aquecimento dos corpos, incluindo o corpo humano, até a invenção das lâmpadas incandescente e fluorescente.
08. os dois últimos parágrafos do texto se contrapõem aos dois primeiros, visto que estes descrevem tipos de iluminação atualmente em desuso e aqueles apresentam o tipo de lâmpada que é usado hoje em dia.
16. no trecho “Só em 1990 foi possível construir um LED que emitia na faixa do azul [...]” (linhas 29-30), “Só” é um articulador argumentativo que expressa a percepção do autor de que o tempo decorrido entre a produção dos primeiros LED e a desse último foi relativamente longo.
32. o autor defende seu ponto de vista acerca do papel da luz em nossas vidas e lança mão da fala do outro como argumento de autoridade, o que caracteriza este texto como tipicamente opinativo.