A situação favorável, do ponto de vista das oportunidades de trabalho, que existia na região cafeeira, valeu aos antigos escravos liberados salários relativamente elevados. Com efeito, tudo indica que na região do café a abolição provocou efetivamente uma redistribuição da renda em favor da mão-de-obra. Sem embargo, essa melhora na remuneração real do trabalho parece haver tido efeitos antes negativos que positivos sobre a utilização dos fatores. (...) O homem formado desse sistema social está totalmente desaparelhado para responder aos estímulos econômicos. Quase não possuindo hábitos de vida familiar, a ideia de acumulação de riqueza lhe é praticamente estranha. Demais, seu rudimentar desenvolvimento mental limita extremamente suas “necessidades”. Sendo o trabalho para o escravo uma maldição e o ócio o bem inalcançável, a elevação de seu salário acima de suas necessidades – que estão definidas pelo nível de subsistência de um escravo – determina de imediato um forte preferência pelo ócio. Dessa forma, uma das consequências diretas da abolição, nas regiões em mais rápido desenvolvimento, foi reduzir-se o grau de utilização da força de trabalho.
(Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil)
O final do texto faz uma referência ao fato de a abolição provocar um(a)
Como decorrência das conquistas romanas no Mediterrâneo, estendeu-se amplamente o território sob o domínio de Roma. Graças às especulações com o dinheiro (usura) e ao desenvolvimento das relações comerciais com as províncias, de onde Roma importava artigos de luxo (tecidos, objetos ornamentais), metais preciosos (ouro e prata) e cereais, os grandes comerciantes e usurários romanos concentraram grandes fortunas nas suas mãos.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais)
Os grandes comerciantes e usurários romanos, citados no texto, compravam cargos públicos, votos, influenciavam nas decisões políticas e constituíram uma camada social conhecida como:
Um ano depois de terem saído das fronteiras da Arábia, em 633, os árabes já tinham atravessado o deserto e derrotado o imperador bizantino Heráclio, nas margens do rio Yarmuk; em três anos tinham tomado Damasco; cinco anos mais, Jerusalém; passados oito anos controlavam totalmente a Síria, a Palestina e o Egito. Em 20 anos, todo o Império Persa, até ao Oxus, tinha caído sob a espada árabe; em 30 era o Afeganistão e a maior parte do Punjab.
(Jaime Nogueira Pinto. O Islão e o Ocidente: a grande discórdia)
A impressionante velocidade da expansão islâmica, tratada no texto, deve ser relacionada com:
Vossa majestade verá que fiz de minha parte tudo quanto podia e, por mim, no dito tratado, está feita a paz. É impossível que vossa majestade, havendo alcançado suas reais pretensões negue ratificar um tratado que lhe felicita seus reinos, abrindo-lhe os portos ao comércio estagnado, e que vai pôr em paz tanto a nação portuguesa, de que vossa majestade é tão digno rei, como a brasileira, de que tenho a ventura de ser imperador.
(Paulo Rezzuti. D. Pedro: a história não contada. O homem revelado por cartas e documentos inéditos)
O fragmento é parte da carta de D. Pedro a D. João VI, versando sobre o tratado por meio do qual Portugal reconhecia a independência do Brasil, mediante:
Na Argélia, por mais incoerente que fosse a política dos governadores franceses, desde 1830, continuou o processo inexorável de afrancesá-la. Primeiro as terras foram tomadas aos nativos e seus edifícios ocupados; a seguir os franceses tomaram conta das matas de sobreiros e jazidas minerais. Depois os franceses removeram os argelinos e povoaram regiões com europeus. Durante várias décadas a economia foi movida por pilhagem, houve um decréscimo da população nativa e aumentou a população de franceses. A economia europeia tornou-se uma economia capitalista empresarial, enquanto a economia argelina poderia ser comparada a uma economia pré-capitalista de bazares.
(Edward Said. Cultura e Imperialismo)
O texto deve ser relacionado diretamente:
Tratava-se de um parlamentarismo sem povo. Os partidos, criados pelas camadas economicamente dominantes, sem ideários muito nítidos, coagiam e manipulavam um eleitorado ínfimo, sem traduzir- -lhes os interesses concretos. O caráter oligárquico definia tais partidos. Mais que isso, esta definição provinha de uma oligarquia enriquecida pelo oficialismo, em que só o controle do poder suscitava às maiorias vindas, do nada, levando-as a recear participação popular.
(Adriana Lopez; Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação)
A leitura do texto e o conhecimento do sistema político brasileiro do Segundo Reinado permitem afirmar que: