Leia a letra da música “Segue o seco” de Carlinhos Brown.
A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que o seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramado
https://tinyurl.com/yanhydsb Acesso em: 02.12.2017
Um dos importantes aspectos para a interpretação dessa música é a sonoridade de seus versos. A repetição do fonema consonantal /s/ – como em “sacar” e “ser” – colabora para a construção e representação do cenário construído pela canção: a seca.
Selecione a alternativa em que a repetição intencional de fonema consonantal também acontece.
Leia a crônica de Paulo Brabo e responda à questão.
DUZENTAS GRAMAS
Meu amigo Hélio, que é pai do Arthur e diz sonoramente trêss e déss (ao invés de, digamos, “trêis” e “déis”) fica indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos” gramas. Sempre que acontece e estamos juntos acabamos discutindo uns dez minutos sobre modos diferentes de falar. Ele de praxe argumenta que as regras de pronúncia e ortografia, se existem, devem ser obedecidas – e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros!) devem insistir na forma correta a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada, como supõe-se seja a moça que me vende na padaria o presunto e o queijo. Eu sempre argumento que quando ele diz que só existe uma forma correta de falar está usurpando um termo de outro ramo, e tentando aplicar a ética à gramática: como se falar “corretamente” implicasse em algum grau de correção moral; como se dizer “duzentas” gramas fosse incorrer numa falha de caráter e dizer “duzentos” fosse prova de virtude e integridade. [...]
https://tinyurl.com/ya6ta9cr%20%20Acesso%20em:%2009.11.2017.
Segundo o texto, é possível afirmar que
Leia a crônica de Paulo Brabo e responda à questão.
DUZENTAS GRAMAS
Meu amigo Hélio, que é pai do Arthur e diz sonoramente trêss e déss (ao invés de, digamos, “trêis” e “déis”) fica indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos” gramas. Sempre que acontece e estamos juntos acabamos discutindo uns dez minutos sobre modos diferentes de falar. Ele de praxe argumenta que as regras de pronúncia e ortografia, se existem, devem ser obedecidas – e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros!) devem insistir na forma correta a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada, como supõe-se seja a moça que me vende na padaria o presunto e o queijo. Eu sempre argumento que quando ele diz que só existe uma forma correta de falar está usurpando um termo de outro ramo, e tentando aplicar a ética à gramática: como se falar “corretamente” implicasse em algum grau de correção moral; como se dizer “duzentas” gramas fosse incorrer numa falha de caráter e dizer “duzentos” fosse prova de virtude e integridade. [...]
https://tinyurl.com/ya6ta9cr%20%20Acesso%20em:%2009.11.2017.
Releia o trecho.
Meu amigo Hélio [...] fica indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos” gramas.
Hélio aponta um desvio da norma padrão na expressão “duzentas gramas” utilizada pelo autor no seu dia a dia. No entanto, ele não aponta o motivo dessa expressão não estar correta.
Assinale a alternativa que contenha o tipo de problema identificado por Hélio.
Leia a tirinha.
A interpretação do humor da tirinha se dá, em partes, pelo entendimento do funcionamento da crase utilizada no segundo quadrinho.
Assinale a alternativa em que há a explicação correta para esse caso específico do uso da crase.
Leia a música de Marcelo Jeneci e responda à questão.
Dar-te-ei
[...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam,
esses borram
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas
que te resguardam e que se vão
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam.
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam,
eles derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas
choram, elas se vão [...]
https://tinyurl.com/ybf22rpl Acesso em: 10.11.2017.
O autor da música enumera e destaca todas as coisas que dará e o que não dará a(o) sua(seu) amada(o), enfocando que prefere as coisas que “ficam”. Para isso, ele faz uso da linguagem em seu sentido denotativo e conotativo.
Assinale a alternativa em que há o exemplo e a explicação corretos dos tipos de linguagens utilizadas na música.
Leia a música de Marcelo Jeneci e responda à questão.
Dar-te-ei
[...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam,
esses borram
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas
que te resguardam e que se vão
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam.
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam,
eles derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas
choram, elas se vão [...]
https://tinyurl.com/ybf22rpl Acesso em: 10.11.2017.
Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – “dar-te-ei” – de pouco uso na linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção, chamada de colocação pronominal, é uma das três posições possíveis – de acordo com a gramática normativa.
Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma relação correta – de acordo com a gramática normativa – entre colocação pronominal e o seu uso na frase.