Porque sei, não sei porquê.
No mundo informatizado, com as informações nos chegando em tempo real, numa incrível velocidade e num incomensurável volume, a gente fica sabendo de cada besteira, toma conhecimento de forma bombardeada de futricas, fofocas, diz-que-diz, ti-ti-ti, notícias normalmente desinteressantes, mas que despertam a nossa curiosidade e faz com que o leitor/internauta pare, leia, memorize e até comente. É essa força da comunicação que misteriosamente nos atrai, como um efeito gravitacional, e nos faz girar em torno da onda com uma certa dose de basbaquice. Procurando me informar via internet, como em jornais, revistas e TV, vejo um monte de manchetinhas falando da vida das pessoas públicas e não resisto em acessar, ler, ver ou ouvir. É nesse contexto que tenho conhecimento do que dizem, do que fazem, do que pensam os artistas (atores, cantores, modelos, badaladores e badalados em geral), os jogadores de futebol, como políticos e empresários em seu lado privado.
ALENCAR, José Virgolino de. Crônica sobre fofoca. disponível em http://virgulinoalencar.wordpress.com/2007/10/08/cronica-sobre- fofoca acessado em 05 de janeiro de 2014.(trecho).
Os textos de Machado de Assis e Alencar tratam de um assunto em comum, embora sob enfoque diferente. O assunto em questão é
Por meio da linguagem verbal e não verbal, o texto acima constrói a ideia de que o telefone
Leia o trecho da música “Tango amazônico”, que foi composta por Luiz Fontana e gravada pelo cantor Nílson Chaves, em 1990.
“E nas águas do plim-plim / Eu me transformo num herói tupiniquim. / Tira mão do meu terreiro / Esta terra eu vi primeiro / Tá provado pelo mapa / Teu buraco é mais em cima / Sai pra lá não se aproxima / Pois eu vou contar pro Papa. / Amazônia é minha e ninguém tasca / Não enche o saco, vai cuidar do teu Alasca / Isso não se faz, onde já se viu? / O Tio Sam tirando casca do Brasil / Isso não se faz, onde já se viu? / O Tio Sam que vá pra... Olé!”
(“Tango amazônico”, letra de Luiz Fontana, álbum Amazônia, 1990).
Com base no trecho da letra citada acima e em seus conhecimentos, é correto afirmar:
“Em 17 de abril de 1996, os trabalhadores sem-terra que ocupavam uma fazenda improdutiva marchavam pelas pistas da rodovia que dá acesso ao município de Eldorado do Carajás, no Pará. A polícia foi chamada para controlar a situação. Houve resistência e dezenove trabalhadores foram mortos, 69 ficaram feridos e sete desapareceram. Os movimentos sociais proclamaram essa data como Dia Mundial da Luta pela Terra.” (Sampaio, F e Sucena, I. 2010. p 240).
Com base na leitura e interpretação do texto e seus conhecimentos sobre a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para as mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder e pela terra no Brasil, podemos concluir que
TEXTO 1
Foi quando apareceu o gato. A natureza dos gatos é parecida com a das meninas: também eles possuem aquela ferocidade mansa, toda contida e dissimulada ao pedir leite roçando as costas contra as pernas das pessoas. A menina só era amorosa quando faminta, fazendo-se lânguida, quase erótica. Saciada, tanto se lhe dava estar com aquela família alta e magra ou outra, baixa e gorda. Como ponto de contato, havia ainda aquela lucidez desesperada, portal de loucura, nas noites de lua cheia. Ela chorava, ele miava. Incompreensão da própria angústia, uniam-se no ultrapassar de seus limites, iam além, muito além, completamente sós dentro do apartamento - quem sabe do universo −, ela gritava, luzes acendiam, gestos precisos acariciavam lugares imprecisos; ele miava carente de carícias, de tentativas de compreensão, incompreendido, incompreensível. O berro uníssono fazia as paredes incharem, prenhes. Os olhos castanhos dela encontraram os olhos verdes dele numa manhã de chuva. Todo sujo de lama, ele fora encolher-se exatamente em frente à porta onde havia uma espera em branco. Comunicaram-se. Ela não tinha palavras. Ele tinha unhas afiadas. Ela tinha dentes nascendo, sua arma em gestação contra o mundo. [...].
ABREU, C. F. Inventário do ir-remediável. Porto Alegre: Sulina, 1995.(Fragmento) 36
O conto Triângulo amoroso: variação sobre o tema, de Caio Fernando Abreu, fala-nos do encontro entre uma menina e um gato. Acerca do que é expresso no fragmento deste conto (Texto 1), é correto afirmar que
TEXTO 2
Leôncio achara desde a infância nas larguezas e facilidades de seus pais amplos meios de corromper o coração e extraviar a inteligência. Mau aluno e criança incorrigível, turbulento e insubordinado, andou de colégio em colégio, e passou como gato por brasas por cima de todos os preparatórios, cujos exames todavia sempre salvara à sombra do patronato. [...] Matriculado na escola de medicina logo no primeiro ano enjoou-se daquela disciplina, e como seus pais não sabiam contrariá-lo, foi-se para Olinda a fim de freqüentar o curso jurídico. Ali depois de ter dissipado não pequena porção da fortuna paterna na satisfação de todos os seus vícios e loucas fantasias, tomou tédio também aos estudos jurídicos, e ficou entendendo que só na Europa poderia desenvolver dignamente a sua inteligência [...] Assim escreveu ao pai, que lhe deu crédito e o enviou a Paris [...] Instalado naquele vasto pandemônio do luxo e dos prazeres, Leôncio raras vezes [...] ia ouvir as eloqüentes preleções dos exímios professores da época, e nem tampouco era visto nos museus, institutos e bibliotecas. Em compensação era assíduo freqüentador [...] de todos os cafés e teatros mais em voga [...]. No fim de alguns anos, [...] tinha ele tão copiosa e desapiedadamente sangrado a bolsa paterna, que o comendador [...] viu-se na necessidade de revocá-lo à sombra dos pátrios lares a fim de evitar uma completa ruína. [...] para não magoá-lo [...], assentou de atraí-lo suavemente acenando-lhe com a perspectiva de um rico e vantajosíssimo casamento. Leôncio pegou na isca e voltou à pátria [...] trazendo de suas viagens, em vez de conhecimentos e experiência, enorme dose de fatuidade e petulância [...]. Mas o pior era que, se trazia o cérebro vazio, voltava com a alma corrompida e o coração estragado por hábitos de devassidão e libertinagem.
GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/. Acesso em 09 dez. 2013. (Fragmento)
O romance de Bernardo Guimarães, A Escrava Isaura, lançado em 1875, é ambientado na época do império de D. Pedro II, no Rio de Janeiro, alcançando imediato sucesso. O excerto apresentado no Texto 2 retrata o personagem Leôncio, antagonista da heroína Isaura. Identifique, abaixo, a alternativa que descreve a negligência de Leôncio em relação ao aprendizado intelectual.