Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I – A fala de Mafalda, no primeiro quadro, refere-se, claramente, aos caules das duas árvores, no mesmo espaço.
II – O termo “direitos”, no primeiro quadro, possui um ditongo decrescente.
III – O verbo “têm”, no primeiro quadro, concorda com “eles”, por isso é acentuado.
IV – No último quadro, o nome “Manolito” está entre vírgulas por se tratar de um vocativo.
Está (ão) correta (s):
Uma vez, numa recepção da nossa embaixada em Londres, uma dama inglesa, depois de ouvir Aquarela do
Brasil, estranhou ironicamente a associação dos termos “Brasil brasileiro”. A França é francesa, dizia, a Inglaterra
é inglesa, o Afeganistão é afegane, sem que se precise dizer… Minha senhora, respondeu-lhe alguém, é que o
Brasil é muito brasileiro, é o único país brasileiro do mundo, e só quem nos conheça bem será capaz de entender
isso.
Em fase de transição econômica há alguns anos, em fase de reforma desde a mudança do governo, às vezes
penso que o Brasil corre o risco de se tornar pouco brasileiro em alguns sintomas essenciais da nossa maneira
coletiva de ser. Nem sempre é fácil distinguir as virtudes e os defeitos tipicamente brasileiros, havendo
possibilidade de muitos erros de conceituação.
Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que
o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que
podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.
A impontualidade em si é um mal; no Brasil, entretanto, ela é necessária, uma defesa contra o clima e as
melancolias do subdesenvolvimento. Deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é outro demérito que não se
pode extinguir da alma nacional.
Uma finta de Garrincha, uma cabeçada de Pelé, uma folha-seca de Didi são parábolas perfeitas do
comportamento brasileiro diante dos problemas da existência. Eles maliciam, eles inventam, eles dão um jeitinho.
Já cuspir no chão e insultar as formas elementares da higiene são também constantes brasileiras, mas devem ser
combatidas furiosamente.
Ter terror à pena de morte é um sentimentalismo brasileiro da mais fina intuição progressista; cultivar o
entreguismo da saudade já me parece uma capitulação inútil.
“Deixa isso pra lá” é uma simpática fórmula do perdão nacional; já o “rouba mas faz” é uma ignorância
vertiginosa. Valorizar em partes iguais a ação e o devaneio (dum lado o trabalho, do outro, sombra e água fresca) é
uma intuição brasileira que promete uma síntese do dinamismo do Ocidente e da contemplação oriental.
O andar da mulher brasileira, como o café, é uma das grandes riquezas pátrias. Aliás, o café chegou até nós
muito brasileiramente: o sargento Palheta recebeu gentilmente as mudas das mãos da condessa d’Orvilliers,
mulher do governador da Guiana Francesa. [...]
Mas o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo no exterior, é uma praga. Achar-se irresistível é
uma das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo. O relato impudente de façanhas amorosas, a
mitomania erótica, o desrespeito agressivo à dignidade da mulher são desgraçadamente coisas muito brasileiras. A
instituição do “faixa”, do “meu chapa”, é cem por cento brasileira, desde que seja gratuita; o detestável tráfico de
influência não é nosso. Dar um jeito é bom; dar o golpe é mau.
A sagacidade de Minas, a fidalguia do Sul, a combatividade do Nordeste são características brasileiras; o
dinamismo organizado de São Paulo não é tão nosso assim, mas é necessário. Para Capistrano de Abreu, o jaburu
simbolizara o Brasil; São Paulo foi o primeiro estado a superar a tristonha fase do jaburu. E Macunaíma ainda
representa o brasileiro? E Jeca Tatuzinho? O tempo passou: Macunaíma comprou naturalmente uma lambreta,
mas, em compensação, estuda economia ou física nuclear; os filhos de Jeca Tatuzinho são hoje playboys,
contrabandistas ou industriais, nesta imensa misturada contraditória que é o Brasil.
Resta por fim como espantalho gritantemente brasileiro, vergonhosamente brasileiro, o pobre, o nosso
compatriota de pé no chão, destroçado pelos parasitas, cegado pelo tracoma, morando em casebres de barro,
palafitas, mocambos, favelas, coberto de feridas, analfabeto, mal-alimentado, vestido de farrapos, pobre criatura
humana, pobre bicho humano, pobre coisa humana, pobre brasileiro humano.
Assinale a única alternativa que expõe uma informação encontrada no texto Brasil brasileiro.
Uma vez, numa recepção da nossa embaixada em Londres, uma dama inglesa, depois de ouvir Aquarela do
Brasil, estranhou ironicamente a associação dos termos “Brasil brasileiro”. A França é francesa, dizia, a Inglaterra
é inglesa, o Afeganistão é afegane, sem que se precise dizer… Minha senhora, respondeu-lhe alguém, é que o
Brasil é muito brasileiro, é o único país brasileiro do mundo, e só quem nos conheça bem será capaz de entender
isso.
Em fase de transição econômica há alguns anos, em fase de reforma desde a mudança do governo, às vezes
penso que o Brasil corre o risco de se tornar pouco brasileiro em alguns sintomas essenciais da nossa maneira
coletiva de ser. Nem sempre é fácil distinguir as virtudes e os defeitos tipicamente brasileiros, havendo
possibilidade de muitos erros de conceituação.
Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que
o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que
podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.
A impontualidade em si é um mal; no Brasil, entretanto, ela é necessária, uma defesa contra o clima e as
melancolias do subdesenvolvimento. Deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é outro demérito que não se
pode extinguir da alma nacional.
Uma finta de Garrincha, uma cabeçada de Pelé, uma folha-seca de Didi são parábolas perfeitas do
comportamento brasileiro diante dos problemas da existência. Eles maliciam, eles inventam, eles dão um jeitinho.
Já cuspir no chão e insultar as formas elementares da higiene são também constantes brasileiras, mas devem ser
combatidas furiosamente.
Ter terror à pena de morte é um sentimentalismo brasileiro da mais fina intuição progressista; cultivar o
entreguismo da saudade já me parece uma capitulação inútil.
“Deixa isso pra lá” é uma simpática fórmula do perdão nacional; já o “rouba mas faz” é uma ignorância
vertiginosa. Valorizar em partes iguais a ação e o devaneio (dum lado o trabalho, do outro, sombra e água fresca) é
uma intuição brasileira que promete uma síntese do dinamismo do Ocidente e da contemplação oriental.
O andar da mulher brasileira, como o café, é uma das grandes riquezas pátrias. Aliás, o café chegou até nós
muito brasileiramente: o sargento Palheta recebeu gentilmente as mudas das mãos da condessa d’Orvilliers,
mulher do governador da Guiana Francesa. [...]
Mas o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo no exterior, é uma praga. Achar-se irresistível é
uma das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo. O relato impudente de façanhas amorosas, a
mitomania erótica, o desrespeito agressivo à dignidade da mulher são desgraçadamente coisas muito brasileiras. A
instituição do “faixa”, do “meu chapa”, é cem por cento brasileira, desde que seja gratuita; o detestável tráfico de
influência não é nosso. Dar um jeito é bom; dar o golpe é mau.
A sagacidade de Minas, a fidalguia do Sul, a combatividade do Nordeste são características brasileiras; o
dinamismo organizado de São Paulo não é tão nosso assim, mas é necessário. Para Capistrano de Abreu, o jaburu
simbolizara o Brasil; São Paulo foi o primeiro estado a superar a tristonha fase do jaburu. E Macunaíma ainda
representa o brasileiro? E Jeca Tatuzinho? O tempo passou: Macunaíma comprou naturalmente uma lambreta,
mas, em compensação, estuda economia ou física nuclear; os filhos de Jeca Tatuzinho são hoje playboys,
contrabandistas ou industriais, nesta imensa misturada contraditória que é o Brasil.
Resta por fim como espantalho gritantemente brasileiro, vergonhosamente brasileiro, o pobre, o nosso
compatriota de pé no chão, destroçado pelos parasitas, cegado pelo tracoma, morando em casebres de barro,
palafitas, mocambos, favelas, coberto de feridas, analfabeto, mal-alimentado, vestido de farrapos, pobre criatura
humana, pobre bicho humano, pobre coisa humana, pobre brasileiro humano.
Leia as afirmações que seguem e marque a alternativa correta. Conforme o cronista Paulo Mendes Campos:
I – Cuspir no chão e desrespeitar os modos elementares de higiene são constantes brasileiras, que devem
ser combatidas.
II – Aversão à pena de morte é um sentimentalismo importado e agregado à nossa cultura.
III – O saudosismo é um sentimento positivo e progressista.
IV – O brasileiro consegue transformar os padrões de comportamento em fórmulas de educação formal.
Está (ão) correta (s):
Uma vez, numa recepção da nossa embaixada em Londres, uma dama inglesa, depois de ouvir Aquarela do
Brasil, estranhou ironicamente a associação dos termos “Brasil brasileiro”. A França é francesa, dizia, a Inglaterra
é inglesa, o Afeganistão é afegane, sem que se precise dizer… Minha senhora, respondeu-lhe alguém, é que o
Brasil é muito brasileiro, é o único país brasileiro do mundo, e só quem nos conheça bem será capaz de entender
isso.
Em fase de transição econômica há alguns anos, em fase de reforma desde a mudança do governo, às vezes
penso que o Brasil corre o risco de se tornar pouco brasileiro em alguns sintomas essenciais da nossa maneira
coletiva de ser. Nem sempre é fácil distinguir as virtudes e os defeitos tipicamente brasileiros, havendo
possibilidade de muitos erros de conceituação.
Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que
o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que
podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.
A impontualidade em si é um mal; no Brasil, entretanto, ela é necessária, uma defesa contra o clima e as
melancolias do subdesenvolvimento. Deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é outro demérito que não se
pode extinguir da alma nacional.
Uma finta de Garrincha, uma cabeçada de Pelé, uma folha-seca de Didi são parábolas perfeitas do
comportamento brasileiro diante dos problemas da existência. Eles maliciam, eles inventam, eles dão um jeitinho.
Já cuspir no chão e insultar as formas elementares da higiene são também constantes brasileiras, mas devem ser
combatidas furiosamente.
Ter terror à pena de morte é um sentimentalismo brasileiro da mais fina intuição progressista; cultivar o
entreguismo da saudade já me parece uma capitulação inútil.
“Deixa isso pra lá” é uma simpática fórmula do perdão nacional; já o “rouba mas faz” é uma ignorância
vertiginosa. Valorizar em partes iguais a ação e o devaneio (dum lado o trabalho, do outro, sombra e água fresca) é
uma intuição brasileira que promete uma síntese do dinamismo do Ocidente e da contemplação oriental.
O andar da mulher brasileira, como o café, é uma das grandes riquezas pátrias. Aliás, o café chegou até nós
muito brasileiramente: o sargento Palheta recebeu gentilmente as mudas das mãos da condessa d’Orvilliers,
mulher do governador da Guiana Francesa. [...]
Mas o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo no exterior, é uma praga. Achar-se irresistível é
uma das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo. O relato impudente de façanhas amorosas, a
mitomania erótica, o desrespeito agressivo à dignidade da mulher são desgraçadamente coisas muito brasileiras. A
instituição do “faixa”, do “meu chapa”, é cem por cento brasileira, desde que seja gratuita; o detestável tráfico de
influência não é nosso. Dar um jeito é bom; dar o golpe é mau.
A sagacidade de Minas, a fidalguia do Sul, a combatividade do Nordeste são características brasileiras; o
dinamismo organizado de São Paulo não é tão nosso assim, mas é necessário. Para Capistrano de Abreu, o jaburu
simbolizara o Brasil; São Paulo foi o primeiro estado a superar a tristonha fase do jaburu. E Macunaíma ainda
representa o brasileiro? E Jeca Tatuzinho? O tempo passou: Macunaíma comprou naturalmente uma lambreta,
mas, em compensação, estuda economia ou física nuclear; os filhos de Jeca Tatuzinho são hoje playboys,
contrabandistas ou industriais, nesta imensa misturada contraditória que é o Brasil.
Resta por fim como espantalho gritantemente brasileiro, vergonhosamente brasileiro, o pobre, o nosso
compatriota de pé no chão, destroçado pelos parasitas, cegado pelo tracoma, morando em casebres de barro,
palafitas, mocambos, favelas, coberto de feridas, analfabeto, mal-alimentado, vestido de farrapos, pobre criatura
humana, pobre bicho humano, pobre coisa humana, pobre brasileiro humano.
Quanto ao estilo do texto de Paulo Mendes Campos, é correto afirmar.
Uma vez, numa recepção da nossa embaixada em Londres, uma dama inglesa, depois de ouvir Aquarela do
Brasil, estranhou ironicamente a associação dos termos “Brasil brasileiro”. A França é francesa, dizia, a Inglaterra
é inglesa, o Afeganistão é afegane, sem que se precise dizer… Minha senhora, respondeu-lhe alguém, é que o
Brasil é muito brasileiro, é o único país brasileiro do mundo, e só quem nos conheça bem será capaz de entender
isso.
Em fase de transição econômica há alguns anos, em fase de reforma desde a mudança do governo, às vezes
penso que o Brasil corre o risco de se tornar pouco brasileiro em alguns sintomas essenciais da nossa maneira
coletiva de ser. Nem sempre é fácil distinguir as virtudes e os defeitos tipicamente brasileiros, havendo
possibilidade de muitos erros de conceituação.
Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que
o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que
podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.
A impontualidade em si é um mal; no Brasil, entretanto, ela é necessária, uma defesa contra o clima e as
melancolias do subdesenvolvimento. Deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é outro demérito que não se
pode extinguir da alma nacional.
Uma finta de Garrincha, uma cabeçada de Pelé, uma folha-seca de Didi são parábolas perfeitas do
comportamento brasileiro diante dos problemas da existência. Eles maliciam, eles inventam, eles dão um jeitinho.
Já cuspir no chão e insultar as formas elementares da higiene são também constantes brasileiras, mas devem ser
combatidas furiosamente.
Ter terror à pena de morte é um sentimentalismo brasileiro da mais fina intuição progressista; cultivar o
entreguismo da saudade já me parece uma capitulação inútil.
“Deixa isso pra lá” é uma simpática fórmula do perdão nacional; já o “rouba mas faz” é uma ignorância
vertiginosa. Valorizar em partes iguais a ação e o devaneio (dum lado o trabalho, do outro, sombra e água fresca) é
uma intuição brasileira que promete uma síntese do dinamismo do Ocidente e da contemplação oriental.
O andar da mulher brasileira, como o café, é uma das grandes riquezas pátrias. Aliás, o café chegou até nós
muito brasileiramente: o sargento Palheta recebeu gentilmente as mudas das mãos da condessa d’Orvilliers,
mulher do governador da Guiana Francesa. [...]
Mas o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo no exterior, é uma praga. Achar-se irresistível é
uma das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo. O relato impudente de façanhas amorosas, a
mitomania erótica, o desrespeito agressivo à dignidade da mulher são desgraçadamente coisas muito brasileiras. A
instituição do “faixa”, do “meu chapa”, é cem por cento brasileira, desde que seja gratuita; o detestável tráfico de
influência não é nosso. Dar um jeito é bom; dar o golpe é mau.
A sagacidade de Minas, a fidalguia do Sul, a combatividade do Nordeste são características brasileiras; o
dinamismo organizado de São Paulo não é tão nosso assim, mas é necessário. Para Capistrano de Abreu, o jaburu
simbolizara o Brasil; São Paulo foi o primeiro estado a superar a tristonha fase do jaburu. E Macunaíma ainda
representa o brasileiro? E Jeca Tatuzinho? O tempo passou: Macunaíma comprou naturalmente uma lambreta,
mas, em compensação, estuda economia ou física nuclear; os filhos de Jeca Tatuzinho são hoje playboys,
contrabandistas ou industriais, nesta imensa misturada contraditória que é o Brasil.
Resta por fim como espantalho gritantemente brasileiro, vergonhosamente brasileiro, o pobre, o nosso
compatriota de pé no chão, destroçado pelos parasitas, cegado pelo tracoma, morando em casebres de barro,
palafitas, mocambos, favelas, coberto de feridas, analfabeto, mal-alimentado, vestido de farrapos, pobre criatura
humana, pobre bicho humano, pobre coisa humana, pobre brasileiro humano.
A partir do fragmento a seguir, leia e analise as afirmações abaixo e marque a resposta correta:
“Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.” (l. 10-12)
I – “Dentro da relatividade histórica” consiste no adjunto adverbial da oração correspondente.
II – A expressão “muito brasileiro” é o objeto direto do verbo “foi”.
III – A oração “que o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
IV – A expressão “enquanto” introduz uma oração coordenada aditiva.
Está (ão) correta (s):
Uma vez, numa recepção da nossa embaixada em Londres, uma dama inglesa, depois de ouvir Aquarela do
Brasil, estranhou ironicamente a associação dos termos “Brasil brasileiro”. A França é francesa, dizia, a Inglaterra
é inglesa, o Afeganistão é afegane, sem que se precise dizer… Minha senhora, respondeu-lhe alguém, é que o
Brasil é muito brasileiro, é o único país brasileiro do mundo, e só quem nos conheça bem será capaz de entender
isso.
Em fase de transição econômica há alguns anos, em fase de reforma desde a mudança do governo, às vezes
penso que o Brasil corre o risco de se tornar pouco brasileiro em alguns sintomas essenciais da nossa maneira
coletiva de ser. Nem sempre é fácil distinguir as virtudes e os defeitos tipicamente brasileiros, havendo
possibilidade de muitos erros de conceituação.
Dentro da relatividade histórica, Dom Pedro I foi muito brasileiro; Dom Pedro II igualmente. Pois eu acho que
o primeiro possuía vários defeitos essenciais ao caráter brasileiro, enquanto o segundo cultivava virtudes que
podiam ser banidas da nossa formação, virtudes bastante monótonas ou bobocas.
A impontualidade em si é um mal; no Brasil, entretanto, ela é necessária, uma defesa contra o clima e as
melancolias do subdesenvolvimento. Deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é outro demérito que não se
pode extinguir da alma nacional.
Uma finta de Garrincha, uma cabeçada de Pelé, uma folha-seca de Didi são parábolas perfeitas do
comportamento brasileiro diante dos problemas da existência. Eles maliciam, eles inventam, eles dão um jeitinho.
Já cuspir no chão e insultar as formas elementares da higiene são também constantes brasileiras, mas devem ser
combatidas furiosamente.
Ter terror à pena de morte é um sentimentalismo brasileiro da mais fina intuição progressista; cultivar o
entreguismo da saudade já me parece uma capitulação inútil.
“Deixa isso pra lá” é uma simpática fórmula do perdão nacional; já o “rouba mas faz” é uma ignorância
vertiginosa. Valorizar em partes iguais a ação e o devaneio (dum lado o trabalho, do outro, sombra e água fresca) é
uma intuição brasileira que promete uma síntese do dinamismo do Ocidente e da contemplação oriental.
O andar da mulher brasileira, como o café, é uma das grandes riquezas pátrias. Aliás, o café chegou até nós
muito brasileiramente: o sargento Palheta recebeu gentilmente as mudas das mãos da condessa d’Orvilliers,
mulher do governador da Guiana Francesa. [...]
Mas o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo no exterior, é uma praga. Achar-se irresistível é
uma das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo. O relato impudente de façanhas amorosas, a
mitomania erótica, o desrespeito agressivo à dignidade da mulher são desgraçadamente coisas muito brasileiras. A
instituição do “faixa”, do “meu chapa”, é cem por cento brasileira, desde que seja gratuita; o detestável tráfico de
influência não é nosso. Dar um jeito é bom; dar o golpe é mau.
A sagacidade de Minas, a fidalguia do Sul, a combatividade do Nordeste são características brasileiras; o
dinamismo organizado de São Paulo não é tão nosso assim, mas é necessário. Para Capistrano de Abreu, o jaburu
simbolizara o Brasil; São Paulo foi o primeiro estado a superar a tristonha fase do jaburu. E Macunaíma ainda
representa o brasileiro? E Jeca Tatuzinho? O tempo passou: Macunaíma comprou naturalmente uma lambreta,
mas, em compensação, estuda economia ou física nuclear; os filhos de Jeca Tatuzinho são hoje playboys,
contrabandistas ou industriais, nesta imensa misturada contraditória que é o Brasil.
Resta por fim como espantalho gritantemente brasileiro, vergonhosamente brasileiro, o pobre, o nosso
compatriota de pé no chão, destroçado pelos parasitas, cegado pelo tracoma, morando em casebres de barro,
palafitas, mocambos, favelas, coberto de feridas, analfabeto, mal-alimentado, vestido de farrapos, pobre criatura
humana, pobre bicho humano, pobre coisa humana, pobre brasileiro humano.
Assinale a alternativa que mostra a função morfológica dos termos sublinhados no trecho que segue:
“Mas (1) o ostensivo e verboso donjuanismo brasileiro, sobretudo (2) no exterior, é uma praga. Achar-se (3) irresistível é uma (4) das constantes mais antipáticas do homem verde-e-amarelo.” (l. 28-29)