Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
O problema mencionado, no segundo parágrafo, diz respeito
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
O texto tem o propósito comunicativo de
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
Da linguagem figurada presente no título da matéria decorre o efeito de sentido de que inteligência é
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
A palavra “elusivo”, empregada no segundo parágrafo, caracteriza o problema como ainda
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
Ainda no segundo parágrafo, a palavra “aliás” pode ser substituída por
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo 14/10/2014
Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de "fator g" em referência a inteligência "geral": algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
“ Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.” [quarto parágrafo]
O pronome possessivo evidenciado refere-se