Leia o trecho de uma observação de Alexis de Tocqueville sobre as fábricas da cidade de Manchester, na Inglaterra, em 1835.
Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem.
(Apud: Eric J. Hobsbawm. A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)
Essa observação atesta o contraste entre
Contrariamente a uma velha ideia bastante difundida, que devemos absolutamente abandonar, os servos eram raramente ligados à terra (à “gleba”). Nas senhorias, principalmente, as taxas recolhidas pelos senhores entre os camponeses — quer dizer, exatamente, as taxas “feudais” — eram pesadas. Os servos eram, portanto, levados a ver se achavam coisa melhor em outro lugar.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
O texto trata das relações entre senhores e servos na Idade Média e sustenta que
No final do século XVII a lavoura canavieira do litoral passava por período de retração, e considere-se que, atraídas pelos relatos de riquezas fabulosas, levas de gente corriam para os sertões das Gerais. Das 10 mil pessoas que deixaram Portugal entre 1700 e 1706, a maioria rumava para Minas. Nos fins do século XVI, estimara-se haver no Brasil 14 mil escravizados africanos — número igual ao dos que, após onze anos de povoamento, trabalhavam nas lavras mineiras!
(Laura de Mello e Souza. O Jardim das Hespérides: Minas e as visões do mundo natural no século XVIII, 2022. Adaptado.)
O excerto revela um importante processo ocorrido na colonização brasileira, na passagem do século XVI para o XVII, que foi
Analise a imagem, publicada na Revista Illustrada, em 19.11.1887.
(In: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)
A imagem caracteriza o momento político pelo qual o Brasil passava como uma disputa entre
Junto com os movimentos de libertação cresceu a ideia de uma unidade africana, só possível de ser criada a partir dos efeitos da colonização, e que foi batizada com o nome de “pan-africanismo”. Por trás dessa ideia havia um forte sentimento anticolonial, e de valorização do que foi chamado de “negritude”, ou seja, um conjunto de características culturais próprias das sociedades africanas e afro-americanas, formadas a partir da diáspora atlântica.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
Ao analisar os processos de independência na África do século XX, o excerto