Fonte: AMARILDO. Reforma da previdência. Disponível em www.amarildo.com.br, acessado em 04/04/2022.
Na fala "A gente nasce na pobreza, sem saneamento, sem educação, no meio do tráfico, sem emprego, sem plano de saúde...", podemos identificar um recurso de coesão que ajuda o texto a progredir. Marque V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.
( ) O recurso utilizado pelo autor é a paráfrase, pois o conteúdo repete, com outras palavras, a ideia expressa em "A reforma leva em conta a expectativa de vida...".
( ) O recurso utilizado é o paralelismo sintático, com a repetição da estrutura composta por preposição e substantivo.
( ) O paralelismo é um recurso coesivo que reitera uma ideia por meio da repetição da estrutura frasal.
( ) A paráfrase é um recurso coesivo que apenas repete uma ideia pelo uso de palavras sinônimas.
A sequência correta é:
Tomara
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes
Fonte: MORAES, V. Tomara. In: TOQUINHO. Como dizia o poeta. São Paulo: RGE Discos, 1971
Em relação ao poema "Tomara", de Vinicius de Moraes, analise a validade das afirmações a seguir.
I. A expressão título do poema, "Tomara", constitui uma expressão interjeitiva.
II. A função interjeitiva não permanece na expressão "Tomara que".
III. Na primeira estrofe, os quatro versos iniciados pela conjunção integrante estão relacionados diretamente a "Tomara".
IV. Na segunda estrofe, apenas o verso "que a tristeza te convença" está ligado diretamente a "Tomara".
Estão corretas as afirmativas:
Tomara
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes
Fonte: MORAES, V. Tomara. In: TOQUINHO. Como dizia o poeta. São Paulo: RGE Discos, 1971
Nas expressões "expectativa de vida" e "expectativa para a vida", presentes no texto de abertura da prova, observamos o papel semântico das preposições.
Em relação a esses papéis, assinale a alternativa correta.
Águas de março
Composição: Antonio Carlos Jobim
É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, erda
Im, inho
Esto, oco
Oco, inho
Aco, idro Ida, ol
Oite, orte
Aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
A canção de Tom Jobim pode ser considerada uma ode à mudança quando fala de como a natureza se transforma na passagem do verão para o outono.
PORQUE
As chuvas são mais abundantes na virada da estação, no Brasil, e fazem renascer a esperança de melhores colheitas.
Assinale a alternativa que melhor representa a relação que se estabelece entre as duas asserções.
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Fonte: PRADO, A. Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993, p.11.
O poema ‘Com licença poética’, parte integrante do livro ‘Bagagem’, de Adélia Prado, publicado em 1976, traz, assim como os outros poemas da escritora, observações do cotidiano, do caseiro provinciano, da linguagem simples, com alusões ao próprio processo criativo de sua escrita.
Com base no texto do poema, marque a alternativa que melhor responde à pergunta: qual é o sentido da figura de linguagem ‘vai carregar bandeira’ no terceiro verso e seu comentário no quarto verso?
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Fonte: PRADO, A. Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993, p.11.
Ainda sobre o poema ‘Com licença poética’, marque a alternativa que melhor explica o último verso, ‘Mulher é desdobrável. Eu sou.’, em relação ao poema inteiro.