O mundo natural é o concreto, que tocamos, sentimos, no qual vivemos. O mundo social é resultado da nossa vida em grupo e em determinado meio ambiente. O mundo sobrenatural é o das religiões, da magia, ao qual os homens só têm acesso parcial, por meio de determinados ritos e cerimônias. Ele é mais ou menos importante, dependendo da sociedade. Numa sociedade como a nossa, na qual quase tudo é explicado pela ciência e pelo pensamento lógico e racional, o espaço do sobrenatural é bastante limitado. Já nas sociedades africanas, onde foram capturados os escravizados trazidos para o Brasil, toda a vida na terra estava ligada ao além, a dimensões que só conhecedores dos ritos e objetos sacralizados podiam atingir.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007. Adaptado.)
Ao comparar o pensamento lógico predominante no Ocidente contemporâneo com as mentalidades das sociedades africanas de onde foi proveniente a maioria das pessoas trazidas ao Brasil como escravizadas, o excerto
O espaço urbano é onde proliferavam a pobreza e certa autonomia dos desqualificados sociais, bastante incômoda para as autoridades. Era justamente este o espaço social das mulheres pobres, livres, forras e escravizadas. Circulavam pelas fontes públicas, tanques, lavadouros, pontes, ruas e praças da cidade, onde era jogado o lixo das casas e o mato crescia a ponto de ocultar escravizados fugidos: o seu espaço social era justamente o ponto de interseção onde se alternavam e se sobrepunham as áreas de convívio das vizinhanças e dos forasteiros; a do fisco municipal e a do pequeno comércio clandestino; as margens da escravidão e do trabalho livre, o espaço do trabalho doméstico e o de sua extensão ou comercialização pelas ruas…
(Maria Odila Leite da Silva Dias. “Mulheres sem história”. In: Revista de História, 1983. Adaptado.)
Ao tratar de São Paulo do século XVIII, o excerto estabelece um paralelo entre a condição das mulheres no espaço urbano e
O que o Carnaval [na Idade Moderna] significava para o povo que participava dele? Num sentido, a pergunta é desnecessária. O Carnaval era um feriado, uma brincadeira, um fim em si mesmo, dispensando qualquer explicação ou justificativa. Era uma ocasião de êxtase e liberação. [...] Por que o povo usava máscaras com narigões, por que atiravam ovos
[...]
Havia três temas principais no Carnaval, reais e simbólicos: comida, sexo e violência.
(Peter Burke. Cultura popular na Idade Moderna, 1989.)
“O Carnaval sempre foi um ato político, ele está longe de ser uma festa da alienação [...]”, diz o historiador e professor Luiz Antonio Simas.
[...]
“O Carnaval quebra um padrão de normatividade que é regra durante todo o ano. É nesse momento que os grupos mais vulneráveis se sentem mais livres para exercer toda a sua diversidade”, diz Simas.
(Isabela Palhares. “Carnaval pós-restrições da pandemia é apoteose da folia, dizem historiadores”. www.folha.uol.com.br, 20.02.2023.)
Os excertos abordam o significado do Carnaval em dois períodos históricos bastante distintos e
Observe as imagens. A da esquerda é intitulada “Plantas do Orquidário Moderno” (1845). A da direita intitula-se “Madame Professora” (1846).
(In: Peter Gay. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos, 1988.)
As duas imagens referem-se a algumas sociedades europeias do século XIX e
A uberização nomeia um novo tipo de gestão e controle da força de trabalho, também compreendida como uma tendência passível de se generalizar no âmbito das relações de trabalho. […] Resultando das formas contemporâneas de eliminação de direitos, transferência de riscos e custos para os trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em alguma medida sintetiza processos em curso há décadas, ao mesmo tempo em que se apresenta como tendência para o futuro do trabalho. O tema ganha visibilidade com a formação de enormes contingentes de trabalhadores controlados por empresas que operam por meio de plataformas digitais.
(Ludmila Costhek Abílio et al. “Uberização e plataformização do trabalho no Brasil: conceitos, processos e formas”. Sociologias, 2021.)
O excerto aborda as novas relações trabalhistas mediadas por plataformas digitais. Com tais relações, nos próximos anos o futuro do trabalho será definido pela