Texto I
[1] Reconstruo mentalmente o começo e o final de
Blow Up, o considerável filme de Antonioni: pessoas
existentes reúnem-se para um jogo inexistente, fazem força,
[4] deslocam braços e pernas, perseguem uma bola invisível,
mas não atingem o escopo. Tudo se dissolve no ar, sem
palavras, tudo existe e inexiste. As definições científicas nos
[7] informam que estamos situados no tempo e no espaço. Mas
isto será verdade, ou uma verdade provisória? (...) Retorna,
inevitável, a ideia da morte. (...) Morte: ampliação gigantesca
[10] da fotografia da vida.
Murilo Mendes. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994, p. 1.472 (com adaptações).
Texto II
Os primeiros filmes do movimento dadaísta das artes plásticas eram praticamente uma nova forma de pintura: utilizando as possibilidades do cinema, pintores ampliavam as experiências de sua própria arte em filmes que eram basicamenteabstratos, sendo mais uma sinfonia visual do que aquilo que aprendemos a ver como filme. A figura acima apresenta um quadro do filme Rhythmus, do artista plástico Hans Richter, rodado à taxa de 24 quadros/segundo. Nesse filme, formas geométricas retangulares variam de tamanho e de localização ao longo do tempo.
Miriam Nogueira Tavares. Cinema digital: novos suportes, mesmas histórias. In: Revista ARS. São Paulo: USP, p. 38 (com adaptações).
Em matemática, usa-se a ideia de número real para associar um valor a uma grandeza do mundo real e é comum a utilização de outros símbolos e ideias para representar grandezas não existentes, como é o caso do número imaginário ou do símbolo , para representar o infinito. Considerando essas informações, bem como os textos I e II e a figura apresentada, julgue o item.
O cinema deve ser considerado uma pan-arte porque pode incorporar outras artes, como o teatro, a dança, a pintura, a música e a arquitetura, mas não, o romance e a poesia.
Na cor física, também denominada óptica física, as principais características de uma fonte luminosa são matiz, brilho e saturação, como ocorre no cinema, ao passo que o processo de formação de cores por pigmentação — cor química, também denominada óptica físico-química — baseia-se na descrição da palheta do pintor, uma vez que a luz, ao atingir a camada de pigmentos, sofre processos de reflexão, absorção e transmissão, como ocorre na pintura e nas artes.
Considerando essas informações e as figuras I e II, que ilustram imagens, respectivamente, de uma cena do filme Sonhos, de Akira Kurosawa, e de uma obra de Vincent Van Gogh, julgue os itens seguintes.
É possível observar semelhanças na utilização psicológica e simbólica das cores nas imagens ilustradas nas figuras I e II: as cores suaves transmitem a sensação de tranquilidade, e as sombrias, a sensação de turbulência emocional.
Na época da invenção da máquina fotográfica por Eadweard J. Muybridge, que ficou conhecido por seus experimentos com o uso de múltiplas câmeras para captar o movimento, além de ter sido o inventor do zoopraxiscópio — dispositivo para projetar os retratos de movimento —, que seria o precursor da película de celulóide usada ainda hoje, era muito grande a distância entre fato científico, percepção visual e representação artística. As implicações estéticas dessas invenções só seriam manifestadas pelos artistas do Movimento Futurista, no início do século XX.
Essas informações e a análise da imagem acima permitem afirmar que
as experimentações de Muybridge, ao possibilitarem o desenvolvimento cinematográfico e a evolução na forma de representar uma ação, revolucionaram, de modo irreversível, as artes plásticas no século passado.
Na época da invenção da máquina fotográfica por Eadweard J. Muybridge, que ficou conhecido por seus experimentos com o uso de múltiplas câmeras para captar o movimento, além de ter sido o inventor do zoopraxiscópio — dispositivo para projetar os retratos de movimento —, que seria o precursor da película de celulóide usada ainda hoje, era muito grande a distância entre fato científico, percepção visual e representação artística. As implicações estéticas dessas invenções só seriam manifestadas pelos artistas do Movimento Futurista, no início do século XX.
Essas informações e a análise da imagem acima permitem afirmar que
as invenções de Muybridge permitem aos artistas compreender melhor o movimento e tornam mais viável o estudo de um movimento, visto que este pode ser decomposto em uma série de fotografias, em vez de ser examinado a olho nu e em tempo real.
Texto I
Talvez a única afirmação suficientemente justa a respeito da função da música no cinema é a de que, de uma maneira ou de outra, a música existe para “tocar” as pessoas. Ela pode emocionar, arrancar lágrimas, causar tensão, desconforto, incomodar, narrar um acontecimento, uma morte, uma perseguição, uma piada, um diálogo, um alívio, uma festa, descrever um movimento, criar um clima, acelerar uma situação, acalmá-la, enfim, de um jeito ou de outro, a boa composição não existe em vão. Ela está lá por algum motivo, e, ainda que não a ouçamos, podemos senti-la. O drama e a música são expressões culturais que obviamente têm valores e efeitos distintos e independentes (...). Parece haver um consenso entre a maioria dos compositores no sentido de que a música deve servir ao filme. Ela deve auxiliar a narrativa, seus personagens, seu ritmo, suas texturas, sua linguagem, seus requisitos dramáticos.
Tony Berchmans. A música do filme: tudo o que você gostaria de saber sobre a música de cinema. São Paulo: Escrituras, 2006, p. 20 (com adaptações).
Texto II
A trilha do filme Guerra nas Estrelas, composta por John Williams, ganhou vários prêmios, inclusive o Oscar de melhor trilha musical original. Acerca dessa trilha sonora, Tony Berchmans comenta:
“Quando aparece pela primeira vez o personagem Luke Skywalker, o tema principal soa em um arranjo leve e específico. Há vários motivos ao longo do filme, inclusive uma marcha militar que faz referência às forças militares do Império. O que Williams adora fazer é rearranjar de diversas maneiras a frase inicial do tema principal, formada pelas famosas sete notas (...).
Por fim, a música é dramaticamente descritiva e vai-se intensificando precisamente de acordo com a complicação da situação dos rebeldes. Até que, enfim, Luke Skywalker consegue atingir o objetivo, e a música dá um alívio à sua tensão.”
Idem, ibidem, p. 86.
Tendo esses textos como referência, julgue o item que se segue.
A partir das informações dos textos I e II, é correto afirmar que elementos musicais como dinâmica, andamento e instrumentação são recursos que podem ser utilizadas para intensificar a emoção das cenas de um filme.
Texto I
Talvez a única afirmação suficientemente justa a respeito da função da música no cinema é a de que, de uma maneira ou de outra, a música existe para “tocar” as pessoas. Ela pode emocionar, arrancar lágrimas, causar tensão, desconforto, incomodar, narrar um acontecimento, uma morte, uma perseguição, uma piada, um diálogo, um alívio, uma festa, descrever um movimento, criar um clima, acelerar uma situação, acalmá-la, enfim, de um jeito ou de outro, a boa composição não existe em vão. Ela está lá por algum motivo, e, ainda que não a ouçamos, podemos senti-la. O drama e a música são expressões culturais que obviamente têm valores e efeitos distintos e independentes (...). Parece haver um consenso entre a maioria dos compositores no sentido de que a música deve servir ao filme. Ela deve auxiliar a narrativa, seus personagens, seu ritmo, suas texturas, sua linguagem, seus requisitos dramáticos.
Tony Berchmans. A música do filme: tudo o que você gostaria de saber sobre a música de cinema. São Paulo: Escrituras, 2006, p. 20 (com adaptações).
Texto II
A trilha do filme Guerra nas Estrelas, composta por John Williams, ganhou vários prêmios, inclusive o Oscar de melhor trilha musical original. Acerca dessa trilha sonora, Tony Berchmans comenta:
“Quando aparece pela primeira vez o personagem Luke Skywalker, o tema principal soa em um arranjo leve e específico. Há vários motivos ao longo do filme, inclusive uma marcha militar que faz referência às forças militares do Império. O que Williams adora fazer é rearranjar de diversas maneiras a frase inicial do tema principal, formada pelas famosas sete notas (...).
Por fim, a música é dramaticamente descritiva e vai-se intensificando precisamente de acordo com a complicação da situação dos rebeldes. Até que, enfim, Luke Skywalker consegue atingir o objetivo, e a música dá um alívio à sua tensão.”
Idem, ibidem, p. 86.
Tendo esses textos como referência, julgue o item que se segue.
Assim como ocorre no cinema, a sonoplastia pode ser usada no teatro para afirmar ou intensificar as ações dos personagens em cena.