Em seu livro de verbetes História & Memória, o historiador francês Jacques Le Goff escre- veu sobre a predominância e o domínio da corrente his-
toriográfica sistematizada no Ocidente. Segundo ele: “A partir do século XVI, a historiografia no Ocidente, a dos eruditos, secundada pela dos universitários, divide à história em três idades: Antiga, Medieval e Moderna, cada um dos adjetivos apenas remete, na maior parte
dos casos, a um período cronológico, e o termo moderno opõe-se mais a medieval do que antigo. Finalmente, este quadro de leitura do passado nem sempre corresponde 20 que os homens desse passado pensavam.”
(LeGOFF, Jacques. Segunda Parte - Pensar a História: a ambiguidade de antigo: a Antiguidade greco-romana e as outras. In: ——— História & Memória. 7. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2013. p. 162).
A partir da compreensão ocidental da História, é CORRETO afirmar que:
Ao falarmos do desenvolvimento da Mesopotâmia centramos atenção a uma determinada temporalidade e espacialidade do continente asiático, na região denominada pelo Ocidente de Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates. Todavia, ao deslocarmos nossos olhares para outras territorialidades da Ásia, como a região do rio Amarelo, onde se localiza a China, e no rio Indo, onde se localiza a Índia atual, teremos compreensões profundas que aproximam e distanciam a diversidade desses povos ricos em cultura milenar.Há que se considerar que chineses e indianos compõem ) culturas muito diferentes uns dos outros. A China e a Índia atuais não correspondem, necessariamente, ao modo de organização de vida social tal como o faziam no passado, porém, as culturas dos povos que viveram messes lugares por tantos milênios ainda se mantêm em alguns aspectos residuais no tempo presente.
Leia as afirmativas abaixo e em seguida marque a alternativa CORRESPONDENTE:
I. Como a civilização indiana, a chinesa é uma das mais an- tigas do mundo, com uma história que continua à se desenvolver desde sua gênese até os nossos dias atuais. Esta é uma marca fundamental do Oriente: a Antiguidade continua viva, e temos a oportunidade de vislumbrar as permanências dos tempos clássicos no pensamento, na cultura e nos hábitos.
II Por volta do ano 5000 a.C, os rios Tigre e Eufrates já abrigava culturas importantes, como a Yangshao e a Longshan. Em suas aldeias, praticavam-se a agricultura e a criação de cães, porcos, bois, ovelhas e galinhas. Acredita-se que as primeiras cidades da região surgiram a partir de aldeias Longshan, cercadas por muros de terra batida.]
III. Ainda hoje, na China, usa-se a tecnologia de terraços para irrigação. Os terraços de arroz de Honghe Hani, localiza- dos na província de Yunnan, foram declarados Patrimônio Mundial pela Unesco em 2013,
IV. O longo período Paleolítico demonstra uma origem autóctone das populações chinesas, embora elas estivesem sem longe de guardar uma total homogencidade.
O tempo é um dos marcadores mais importantes para a História da experiência vivida. Utilizado pelos sujeitos históricos desde períodos em que não existiam relógios ou calendários, muitos grupos humanos percebiam a passagem do tempo observando a natureza, da qual eles também fazem parte. De acordo com o historiador francês Jacques Le Goff, na Idade Média não havia, até o período anterior ao século XIII, necessária exatidão na medida do tempo. As referências temporais não eram determinadas por números. Todavia, a partir do século XIII, nas cidades comerciais da Europa, os sinos, que até então marcavam apenas os ofícios religiosos, começaram a marcar também os horários do trabalho e, nos séculos XIV e XV, com o surgimento do relógio mecânico, eles passaram à marcar horários com maior precisão. Para contextualização dos estudos históricos a marcação temporal pelos calendários é imprescindível. Todavia são inúmeros os estilos de calendários utilizados pelas sociedades humanas ao longo do tempo, destacando-se pela orientação lunar ou solar.
Baseando-se nos calendários utilizados na atualidade, a considerar os calendários cristão, judaico e mulçumano, é CORRETO afirmar que:
Segundo o historiador brasileiro, Fran- cisco José Pinheiro, a ocupação da capitania do Ceará pelos povos ibéricos ocorreu tardiamente, desordenando o modo como se estabeleciam os meios de produção já experimentados noutros territórios, como da Bahia. Desse modo, pode-se considerar, em se tratando da história da ocupação e dos confrontos em torno do território cearense que, a terra era, sobretudo, para alguns tantos, um território que se constituía em valor, símbolo e vida a calcinar identidades, Mas, para outros, uma ideia concreta de propriedade privada:
Leia as afirmativas abaixo e em seguida marque a alternativa CORRESPONDENTE:
I. O confronto entre indígenas e lusitanos pode ser compreendido em face do projeto de domínio português no Ceará,
II. A pecuária foi considerada atividade subsidiária da produção açucareira que avançava pelas terras litorâneas.
III. De acordo com a oralidade Tabajara da Serra da Ibiapaba, houve no início do século XVII, migrações dos povos indígenas do litoral da Bahia para a Capitania do Ceará,
IV. O conceito de território possui significados e compreensões distintos quando consideramos as diferenças entre “o pensamento dos povos indígenas e o pensamento dos colonos portugueses.
No excerto retirado da Carta Ânua, de 1695, do padre jesuíta, Asceno Gago missionário, lê-se:
“É esta nação Tabajara, entre todas as do Brasil, a de melhor juízo. Não resolvem coisa alguma de importância sem consulta e para isso costumam ter em meio da aldeia uma casa de parlamento, aberta por todas as partes, para que todos os que queiram possam ouvir o que nela se determina.”
(PINHEIRO, Francisco José. Mundos em confronto: povos nativos e europeus na disputa pelo território. In: SOUSA, Simone (et al). Uma nova história do Ceará. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2000, p. 20)
A partir deste trecho do relato do padre jesuíta missionário acerca da população tabajara, é CORRETO afirmar:
A partir de uma perspectiva da geohistória, a historiadora Maria Salete Souza, escreve em seu capítulo Ceará: bases de fixação do povoamento e o crescimento das cidades, “em se tratando do povoamento do Ceará, até o final do século XVIII apenas doze vilas tinham sido instaladas, sendo elas: Aquiraz (1713); Fortaleza (1726); Icó (1738); Aracati (1748); Caucaia (1759); Viçosa do Ceará (1759); Crato (1764); Baturité (1764); Sobral (1773); Granja (1776); Quixeramobim (1789) e Guaraciaba do Norte (1796).
(SOUZA, Maria Salete. Ceará: bases de fixação do povoamento e o crescimento das cidades. In: SILVA, José Borzacchiello (et al). 2. ed. Ceará: um novo olhar geográfico. 2. ed. Fortaleza: edições Demócrito Rocha, 2007, p. 19).
Leia as afirmativas abaixo e em seguida, a consideramos aspectos do povoamento do Ceará, marque a alternativa CORRESPONDENTE.
I. O desenvolvimento das primeiras vilas foi acelerado e elas foram favorecidas pela facilidade de localização a conectar Ceará, Pernambuco e a Bahia.
II. As estradas surgiram a partir dos caminhos das boiadas. Em direção ao Cariri, a Estrada Geral do Jaguaribe permitiu o abastecimento das principais mercadorias ao interior do Ceará, oportunizando o escoamento da produção regio- nal.
III. A fundação das primeiras vilas e cidades no Ceará tinha por objetivo implantar atividades administrativas, militar e religiosa, antes de atingir o nível de um centro de convergência da produção regional.
IV. Crato e Missão Velha, foram destaques na região Sul do Ceará, como centros de trocas comerciais importantes para o impulsionamento do cariri cearense.